Várias vezes se disse aqui, inclusive ontem: mostrar-se com Bolsonaro será tática reservada apenas aos fanáticos do ódio. Os oportunistas do Centrão – até por merecerem a qualificação de oportunistas – vão esconder o “homem”, isso não colocarem nos panfletos e faixas o nome de Lula, para iludir o povão sobre suas ligações políticas.
E hoje, na edição do Estadão, ficamos sabendo, graças aos repórteres Julia Affonso e Daniel Weterman que os aliados do ministro Ciro Nogueira – chefe do centrão e dono da Casa Civil da Presidência da república chegaram a recorrer à Justiça eleitoral para proibir que sejam mostrados em fotos ao lado de Jair Bolsonaro:
No Piauí, o diretório estadual do Progressistas, controlado por Nogueira, acionou o Tribunal Regional Eleitoral para tentar proibir a circulação de imagens de seus candidatos ao lado do presidente. Na ação, o partido do ministro justifica que Bolsonaro “possui altíssimo índice de rejeição em pesquisas mais recentes” e diz que o material que circula no WhatsApp dos seus candidatos ao lado do presidente é “fake news”. O Progressistas afirmou ao TRE que, diante da impopularidade do presidente, eles serão prejudicados se aparecerem ao seu lado. A Justiça Eleitoral negou o pedido.
Em Alagoas, o presidente da Câmara, Arthur Lira “esquece” o atual presidente e o candidato bolsonarista no Estado, Fernando Collor e apoia oficialmente o senador Rodrigo Cunha, do União Brasil, que “rejeita a presença de Bolsonaro em seu palanque”, segundo o jornal:
Assim como o ministro da Casa Civil, Arthur Lira também esconde o presidente na sua propaganda em Alagoas. Suas publicações o apresentam como “Arthur Lira é foda” e não trazem menção a Bolsonaro. Com R$ 16,5 bilhões de orçamento secreto para distribuir entre seus aliados no Congresso, os marqueteiros de Lira apostam na imagem de um tocador de obras independente e padrinho direto dos recursos para o Estado.
Nas análises contidas na reportagem, quem resume melhor a coisa é a cientista política Carolina de Paula, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, as prioridades têm uma escala. “Primeiro, eles precisam se eleger. Depois, eleger os aliados. Em terceiro lugar, talvez, esteja o Bolsonaro”.
Talvez…