Sofri para torcer pelos argentinos, no jogo de ontem.
Como todo mundo, também tenho tendência a sucumbir à nossa estúpida rivalidade, embora tenha experimentado a maior simpatia pelos argentinos em todas as oportunidades em que estive em meio a eles.
Mas uma disputa de terceiro lugar entre nós e “los hermanos” seria uma inócua e deprimente guerra fratricida.
E, com certeza, um peso imenso para um time humilhado e ofendido como o nosso.
Não que a Holanda, como se viu no jogo de hoje, vá ser um adversário fácil.
Mas vai reduzir o jogo ao que é, uma partida de futebol.
Porque parece que se perdeu completamente a vergonha de se entender as partidas de futebol da Copa como o que são, futebol.
Quase tudo o que se lê nas páginas de política dos jornais é um “quem perde ou ganha” com o desastre (unicamente esportivo) do jogo com a Alemanha.
Salvo exceções, como a de Janio de Freitas, hoje, na Folha, que cuida do desempenho do “time da mídia” em relação ao Mundial.
Durante mais de um ano, demonizaram o governo e endeusaram técnico e jogadores.
Agora, tratam-os como, desculpem, um bando de leprosos, idiotas, e se dedicam a pedir a “técnicos estrangeiros” como forma de nos “salvar” da “desgraça”.
O “expert” Carlos Alberto Sardemberg, na CBN e em O Globo, é direto: “importar (técnicos de futebol) é a solução“.
É sempre o que pensam: o Brasil e os brasileiros são arcaicos, um povo incapaz de produzir senão “matérias-primas” – como consideram os jogadores – mas não de processá-las, aprimorá-las, burilá-las.
Mais ou menos como acham que devemos fazer com o petróleo, com o ferro, pensam que devemos fazer quanto às pessoas.
Não é apenas uma estupidez moral, também é uma estupidez esportiva.
Não me consta que Alejandro Sabella, o técnico da Argentina, seja “estrangeiro” e, pelo que sei, sua experiência européia se resume a um único ano em que foi auxiliar de Daniel Passarela no Parma italiano.
Nem que “los hermanos” tenham apresentado ontem alguma revolução tática.
Talvez a grande diferença seja exatamente o que tem na cabeça a elite deste país, que os nossos “hermanos” têm em grau muito menor: nosso complexo de inferioridade.
Não temos nada de inferior a povo algum, muito menos ainda em matéria de futebol. Ou melhor: talvez tenhamos, inclusive nisso: as elites dirigentes.
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Eu não tive nenhum problema em torcer para a Argentina ontem, nem terei em torcer para ela no domingo. Argentina 2 X 1 Alemanha. A copa tem que ficar na América do Sul.
Brasil tetra 24 anos depois do tri.
Itália tetra 24 anos depois do tri.
Alemanha tetra 24 anos depois do tri?
Até concordo com o colocado e respeito, mas, fica difícil torcer para uma seleção que chega no seu país cantando aquela musiquinha ofensiva a nós, brasileiros. (não só os torcedores cantam, os jogadores também). Já, do outro lado, os alemães são só respeito e educação com o nosso povo.
Edison, não entre nesta pira de briguinha entre brasileiros e argentinos. É tudo bobagem. Não me importo com as gozações e torço pela Argentina por um motivo maior. A América do Sul e Central sempre foram exploradas pelos europeus (vide na história das invasões de Holanda e Espanha com genocídio de índios e saque dos nossos tesouros - ouro e madeira) e ainda continua com a política colonialista. Avante Argentina!!!
Concordo plenamente. Torço pelos mais próximos, por aqueles com quem partilhamos uma fronteira.
E isso aí, temos que pensar grande. Picuinhas entre nos é os hermanos são brincadeiras ! Argentina é um irmãozinho (toda Argentina cabe em São Paulo, economicamente e demograficamente) que bagunça a casa e faz travessuras. Mas é um irmão a gente fica brabo mas perdoa !
E qual a ofensa? Que estamos chorando desde 90 quando eles nos eliminaram? De lá pra cá fomos campeões duas vezes! Não vejo ofensa nenhuma! Uma saudável brincadeira entre irmãos. Torcer, só torço para o Brasil, mas entre Argentina ou um Europeu, sem dúvida prefiro que a taça fique com nossos hermanos.
A Argentina está sendo muito mais sacaneada que o Brasil no plano econômico. O objetivo disto tudo é atingir o Brasil, inibindo a exportação de nossos manufaturados, que são pouco competitivos em outros cenários. Vamos deixar essas picuinhas de lado e agir inteligentemente: ou estamos todos unidos aqui na América do Sul, ou seremos simplesmente destruídos!
Que vença a América do Sul e equilibre entre Europa e AS as honras do melhor futebol!
Além do mais, a Argentina se candidata ao tri e a Alemanha ao tetra, vocês não acham que a Europa gostaria muito de construir um outro hepta?
E nós, brasileiros, nunca tiramos sarro dos argentinos!!!!! Eles que são malévolos!!!!!
No passado espanhóis portugueses e holandeses invadiram e saquearam nossas terras, mataram nossos índios e levaram nossos tesouros, ouro e madeira para enfeitar seus palácios. Hoje levam nossos atletas com 16 anos. Continua o colonialismo. Avante Argentina.
caro fernando
pois torço sempre pelos sul-americanos no futebol.
no caso argentino, retribuo a torcida de quase todos os portenhos de buenos aires durante a copa no japão.
um taxista, inclusive justificou a sua torcida pelo brasil na final contra a alemanha: "o brasil está na merda (ano de 2002), como nós, por causa dos ricos. o futebol é a única alegria que nos restou".
... a nossa cachaça!
essa seleção, que não representa o futebol brasileiro, entrou para perder.
esqueceram de avisar os alemães e o placar do jogo expôs a armação da máfia local com os fascistas donos do mundo contra o brasil e sua nascente democracia popular.
apesar de, na minha opinião, o brasil estar para o futebol como os eua estão para o basquete, não é a primeira vez (nem será a última) que se convoca uma 'seleção' brasileira para perder um campeonato mundial, pois futebol é geopolítica.
Mauro,disseste tudo: "não é a primeira vez (nem será a última) que se convoca uma ‘seleção'brasileira para perder um campeonato mundial". Concordo em gênero, número e grau e assino em baixo. Desde a convocação, passando pela preparação e escalação e posicionamento tático dos jogadores, tudo foi feito de forma estranha e amadora por dois técnicos campeões mundiais.
caro glauco
em verdade, não houve nenhum amadorismo ou estranhamento.
parafraseando darci ribeiro, o que houve e há é um projeto ... e vem do império!
Bom dia;
Estamos felizes, notem que estaremos com três "Mulheres", presidentas em seus respectivos Países, reunidas no dia da entrega da "Taça".
1- Brasil - Anfitriã.
2- Argentina - Finalista.
3- Alemanha - Finalista.
Att;
Mais estudo para os brasileiros farão melhores técnicos. Sair importando é mais reconhecimento que nossa burguesia tem o projeto de despreparar o
povo para vitórias e derrotas.
Pobre Merval
Não nego que tenho um pouco de pena de Merval Pereira, não só da sua... como é que eu digo... da sua dificuldade em entender algumas coisas como também da sua eterna necessidade de agradar ao chefe.
Mas vejam o-que-Merval-foi-capaz-de-dizer:
“Há uma conspiração dos astros contra a presidente Dilma. Na análise de seus conselheiros, o melhor resultado para sua candidatura, depois da tragédia do Mineirazo, seria a derrota da seleção da Argentina e uma vitória da seleção brasileira contra os “Hermanos” no sábado, na disputa pelo terceiro lugar.
Pois os argentinos venceram a Holanda e disputarão a final contra a Alemanha. Corre o risco de a presidente Dilma ter de entregar a Copa das Copas a Messi, o capitão da seleção argentina”.
São conversas diárias. Pelo menos 3 vezes por dia, os conselheiros de Dilma se reúnem e passam todas as notícias do governo para Merval (ou você nunca percebeu como ele e outros dizem – “segundo pessoas muito próximas à Dilma”, “de acordo com os ministros de Dilma”, os caras contam tudo).
Foi uma conversa íntima, só entre os conselheiros de Dilma e Merval. Mas eu estava lá.
E vou contar a vocês como foi.
Os conselheiros de Dilma foram a Merval e disseram:
- Merval, Dilma se ferrou. Ela tinha certeza de que a Holanda ia ganhar de goleada para a Argentina, mas a Holanda perdeu nos pênaltis. Agora ela vai ter que entregar a taça a Messi.
Merval, como sempre muito lúcido, ficou pasmo:
- Foi mesmo???
- Merval, vamos contar um segredo a você. Mas não espalha; vê lá cara. Dilma não gosta dele. .
Merval, mais uma vez na sua lucidez:
- De quem?
- Pô, Merval.
- De Cristina Kirchner?
- Não, de Messi... Merval largue esse telefone, depois você conta a Roberto Irineu Marinho. Aqui pra nós. Ela acha ele muito esquisito e morre de medo de ter que entregar a taça e receber uma vaia dele. Sabe como é né? Ninguém sabe o que ele pode fazer.
- Quem?
Mauro,disseste tudo: "não é a primeira vez (nem será a última) que se convoca uma ‘seleção'brasileira para perder um campeonato mundial". Concordo em gênero, número e grau e assino em baixo. Desde a convocação, passando pela preparação e escalação e posicionamento tático dos jogadores, tudo foi feito de forma estranha e amadora por dois técnicos campeões mundiais.
Ops! Desculpe-me Ronaldo, enderecei errado meu comentário acima. De qualquer forma tua revelação sobre a conversa do IMORRÍVEL global com os conselheiros de Dilma é impagável. Tô rindo até agora. kkkkkkkkkk...!!!
Ahahahahahahahaha!
Impagável o texto.
O "Quem?" final é arremate perfeito.
[]'s
Torço para a Argentina desde a década de 90, quando o Galvão instigava o ódio aos argentinos em suas transmissões. Desde criança era Anti-PiG e não sabia!
Fostes ao ponto: o PIG, tanto aqui como lá instila veneno entre nós e os hermanos.
Moro a 80 km da divisa com a Argentina e já viajei por toda a América Latina, até o Peru. Posso garantir a todos, o lugar em que melhor fui tratado até hoje, foi na Argentina. Infelizmente essa corja que é a mídia, fomenta essa rivalidade que para os Argentinos limita-se ao futebol. No esporte sim, nem tente se ofender, porque daí é briga na certa, mas eles sabem separar muito bem uma coisa da outra.
A imprensa investiu no "não vai ter copa", tentou baixar a moral do povo, e na hora agá viu que podia comprometer o "negócio" dos seus patrocinadores, que devem ter pressionado.
Aí tiveram que investir pelo menos no time, sobrevalorizando-o, para darem, com o oba-oba, um pouco de retorno aos patrocinadores.
Mas nunca enganaram o povão. Sabíamos que ia ter copa. E sabíamos que o time não estava bem (tá certo que 7 x 1 foi demais...).
E não vi ninguem mais chateado com a derrota do Brasil do que ficaria quando o time do filho perde na pelada da final do campeonato mirim do bairro.
Só a imprensa é que está tal qual uma biruta de vento. Confusa com a própria realidade virtual que cria para si mesma, e que não se confirma nunca no mundo real.
Dizer que o brasileiro/brasil foi humilhado é um desvario. O time é que jogou mau, deu vexame. Que façamos críticas ao técnico à organização do futebol brasileiro, mas querer transpor esse sentimento vira-lata para o inconsciente nacional, exclusivamente por conta de UM jogo de futebol, é mais uma roubada na qual a grande imprensa está entrando.
Estamos é orgulhosos dos elogios que todos fazem ao nosso país e ao nosso povo! A copa de 50 já ficou lá atrás, estão querendo rescucitá-la, tal qual fizeram com o morto do cantareira que nem sabíamos que existia.
A ressaca da tristeza pela derrota acabou primeiro que a ressaca etílica. Em 2018 tem mais, e vai ser de vodka.