A comunidade internacional deve exigir de Joe Bidem a revogação de um espólio maldito deixado por Donald Trump, ao qual a imprensa não tem dado qualquer atenção.
É o Memorando sobre a Estratégia Nacional para Energia Nuclear e Propulsão Espacial (Diretiva de Política Espacial-6) publicado na quarta-feira pela Casa Branca, para tratar da implantação, na Lua, de sistemas de produção de energia nuclear, destinados a ” promover o domínio dos Estados Unidos e a liderança estratégica no espaço”.
O memorando autoriza as agências norte-americanas a desenvolverem “um sistema de energia de fissão [nuclear] na superfície da Lua que (;…) deve estar alinhado com as necessidades da missão e possíveis aplicações futuras governamentais e comerciais de energia no espaço, NEP [Nuclear Electric Propulsion] e energia nuclear terrestre.
A decisão unilateral norte-americana coloca os Estados Unidos a um passo de romper o Tratado de Princípios que Regem as Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Exterior, incluindo a Lua e outros corpos celestes, assinado em 1966 por quase todos os países do mundo.
Parece ser uma retomada do Project A119, Ia Guerra Fria, que pretendia colocar uma bomba nuclear na Lua.
Reatores nucleares na Lua, como planejado, até 2027 – daqui a seis anos, apenas, portanto – são a porta escancarada para sistemas bélicos espaciais ou, numa palavra, para armas do juízo final.
Instalação de equipamentos nucleares, com potencial para serem usados como armas só pode se realizar sob supervisão internacional que lhes garanta os ]fins pacíficos.
Os nossos militares, porém, parecem estar mais preocupados com a contagem de tacapes nacionais contra os venezuelanos, porque sua noção de guerra continua sendo a de confrontos tribais, e não a dominação global.
E nossa diplomacia não tem tamanho para encarar este desafio, que haveria de ganhar corações e mentes mundo afora: a Lua livre de artefatos nucleares.
Afinal, somos apenas satélites.