No último final de semana, os jornais se deliciaram explorando a queda no lucro da Petrobras no terceiro trimestre.
Vejam bem, queda no lucro, não prejuízo. “Só” R$ 3,4 bilhões no trimestre, um pouco mais da metade (55%) do que lucrou no segundo trimestre.
Altos e baixos são comuns nos resultados de grandes empresas. Ninguém fez um escarcéu quando, no primeiro semestre do ano passado, o lucro da megapetroleira Chevron caiu 25%, de US$ 7,2 bi para US$ 5,4 bilhões.
Ainda assim, a Petrobras teve 30% de lucro a mais em 2013, se comparado aos nove primeiros meses de 2012.
Claro que pesou a alta do dólar e a contenção do preço da gasolina, mas o lucro poderia ter sido bem maior.
Como?
Simples, investindo menos e não o volume fabuloso de dinheiro que a empresa vem invertendo em plataformas, navios, poços, gasodutos e tudo o que é necessário para estar à altura de explorar o pré-sal.
Foram R$ 69,2 bilhões – bi, mesmo – nos nove primeiros meses do ano, um crescimento de 16% sobre os R$ 59,8 bilhões de 2012. Até o final do ano, os investimentos devem chegar perto da casa dos US$ 100 bilhões.
E sem se cortar um real sequer para fazer face ao que vem pela frente: o megacampo de Libra.
Compare: a Vale, em todo o ano de 2012, investiu R$ 36 bilhões e este ano reduziu em 7% o valor, para R$ 33,7 para os 12 meses.
Em 2002, o investimento da Petrobras mal chegava a R$ 7 bilhões por ano.
A Petrobras é a maior alavanca de desenvolvimento do Brasil.
Como empresa, deve gerar lucro e reajustar seus preços de acordo com seus custos.
Mas como agente do desenvolvimento brasileiro não pode fazer isso ao ritmo da gritaria histérica do mercado e de sua mídia, que hoje berra por reajustes e, daqui a tempos, quando eles ocorrerem, vai esgoelar-se contra a empresa, como responsável que fosse pela alta do dólar.
A turma do mercado quer, mesmo, é que a Petrobras invista menos e, neste investimento, gaste menos, comprando lá fora em lugar de estimular a produção e o emprego nacionais.
Mas esse tempo passou, definitivamente.
E só meia-dúzia de cegos – e algumas centenas de “espertos” – não vêem que ela, além de pensar em lucro, pensa no Brasil.
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De um lado a direita querendo privatizar de verdade e do outro a esquerda sindical criando confusão deliberada entre socialismo e corporativismo, leia-se PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da Petrobrás. Primeiro temos que vencer a miséria e a fome com desenvolvimento econômico e distribuição de renda, educação e saúde de alta qualidade. Depois nem será necessário debater PLR, que só fará parte da pauta de quem quiser ser capitalista dentro do Estado, como os ministros do Supremo e do TCU. Mal acompanhados, mas muito bem pagos.
O povo cearense aguarda ansiosamente pelo mais importante investimento da Petrobrás para nós: a refinaria Premium II, cuja pedra fundamental o Lula já veio até lançar aqui, anos atrás.
Até agora, nem a terraplanagem começou.
Promessa é dívida, Petrobrás. Tá na hora de pagar essa dívida histórica com o Ceará.
Só olhar pra Pernambuco teve um custo alto: alimentar a cobra para lhe morder... A cobra Dudu Campos...
O objetivo claro é o aumento dos preços, para derrubar os ibopes da Dilma. Como foi a gritaria para aumento dos juros. A gasolina tem efeito mais direto e explosivo.
Eu gostaria que você comentasse a notícia de que a Petrobrás quer aprovar reajustes periódicos e automáticos de preços. Não acredito que o governo vai deixa voltar o processo de indexação da economia. Há não ser que o mecanismo também permita a redução periódica e automática de preços, quando os preços internacionais estiverem em queda.
Um reparo, Fernando Brito, no 4# parágrafo está grafodo 'o outro' quando deveria ser 'o ouro'. Abraços
Lula poderia falar também que ela foi a pior ministra de seu governo. Ela era, foi e sempre será um desastre, com o agravante da trairagem.
"cada R$ 1 investido no Bolsa Família gera um acréscimo de R$ 1,78 no Produto Interno Bruto (PIB)"
Lula poderia falar também que ela foi a pior ministra de seu governo. Ela era, foi e sempre será um desastre, com o agravante da trairagem.
Um reparo, Fernando Brito, no 4# parágrafo está grafodo 'o outro' quando deveria ser 'o ouro'. Abraços
Um reparo, Fernando Brito, no 4# parágrafo está grafodo 'o outro' quando deveria ser 'o ouro'. Abraços