Lula, lembre Dilma que não tem mais jogo fácil no futebol nem na política

Faltam dois meses e meio para a Copa do Mundo e as metáforas de futebol na política vão começar a ser inevitáveis.

Então, começo logo com elas, a partir do comentário postado pelo Ricardo Kotscho no seu Balaio.

“Faltam apenas seis meses e cinco dias para as eleições presidenciais. Com o Marco Civil da Internet aprovado na Câmara (ainda falta o Senado) e concluída a reforma ministerial, a tendência do governo Dilma daqui para frente é fechar a defesa e tocar a bola de lado, sem arriscar grandes jogadas. O clima no Palácio do Planalto é de “no news, good news“, ou seja, se não acontecer mais nada de relevante até as eleições, já está de bom tamanho.”

Sim, poderia ser assim.

Mas no final do primeiro temo – a Copa é o intervalo – a defesa (aliás a própria capitã do time) resolveu dar de bico na bola de qualquer maneira, no caso da compra da refinaria da Petrobras, e jogou a bola perigosamente nos pés do adversário.

Que saiu jogando ofensivamente, depois de muito tempo recuado no seu próprio campo.

Quer reduzir a vantagem ainda no primeiro tempo e entrar mais forte no segundo.

E tem, para isso, a seu lado o juiz “mídia”  e o “garoto do placar” dos institutos de pesquisa e toda a cartolagem da CBF, a Confederação Brasileira dos Financistas.

Chegar ao intervalo perdendo de três a um ou quatro a dois, neste momento, é tudo o que podem sonhar, mas é muito.

Até o pessoal que costuma patrocinar o “bicho” por uma vitória decisiva entra em campo, como a gente viu na glamourosa noite da casa-grande…

É claro que não é para desesperar, nem partir feito louco para o ataque.

Mas precisa tranquilizar a torcida, equilibrar o jogo, partir para os contra-ataques.

Essa história de ficar na retranca é fazer o adversário gostar do jogo.

Mesmo que tenhamos o melhor time, às vezes, como em 70, no jogo com a Inglaterra, fazer o que fez o Carlos Alberto Torres, que saiu de seu lugar em campo só para dar um trancaço no Lee e baixar a bola dos filhos de Albion.

Discordo em gênero, número e grau do meu querido Kotscho ao diagnosticar que “está difícil encontrar alguma notícia boa para o governo” e, assim, seria  “melhor mesmo ficar na retranca e esperar que o tempo passe logo, sem grandes novidades”.

Nada é mais perigoso do que isso, porque o time perde a confiança, bate cabeça, irrita os torcedores , que começam a gritar o nome de quem está no banco.

Na hora de reagir, tem muito jogador que está gordinho, depois de 12 anos de contrato, e não tem mais garra.

Ninguém deve se deitar nos louros do tricampeonato conquistado.

Todos eles foram difíceis e dependeram da garra e da vontade para serem vencidos, sempre na prorrogação.

Um pouco de otimismo demais achar que o tetra viria por WO, não é?

 

 

Fernando Brito:

View Comments (9)

    • Bela comparação, afinal estamos em um ano fundamentalmente futebolístico.
      Mas, não tenho como não me lembrar daquela noite em 1974, quando assistia junto ao meu pai e dois irmãos, à memorável luta de boxe entre Muhammad Ali e George Foreman, que se realizou no Zaire (hoje Congo).
      Naquela noite, assisti uma aula de inteligencia e estratégia, sem contar força e precisão, de um boxeador já muito credenciado pelo seus títulos e suas façanhas, dentro e fora do ringue.
      Do outro lado estava muita, mas muita força representada nos punhos de um lutador temido pelo poderio de um punho pungente e avassalador.
      Teria de haver estratégia e inteligencia para não entrar na luta franca onde, certamente, a vantagem seria de Foreman.
      E Monammad Ali fez justamente isso e, no oitavo round, derruba seu opositor.
      Hoje em dia vejo muita semelhança com aquela luta de boxe. De um lado a candidata idolatrada e querida pelo povo brasileiro. De outro lado, os candidatos da força bruta e das elites mau acostumadas.
      Um embate aberto e franco, desprovido de inteligencia e estratégia, é tudo o que esta oposição atual quer, pois tem a mídia ao seu lado para criar factóides de todos os tipos e genero.
      Creio que não seja hora deste embate, AINDA, porém ele será inevitável.
      E quando chegar a hora, que tal rever esta luta de boxe que citei, bem no finalzinho do oitavo round e ver como se vence a truculencia com golpes certeiros e precisos na hora certa ?

  • Faz tempo que venho notando que Kotscho só está se baseando na midiaZona para fazer suas análises. Estão sempre carregadas do pessimismo da mídia. O companheiro precisa ler os "blogs sujos".

  • Concordo contigo Fernando. Nada de retranca. Tá na hora de nosso líbero começar a jogar. A primeira partida dele pode ser em Pernambuco, pra anular o meia direita deles. Depois desce até Minas e dá um carrinho no ponta direita. Tem que manter os adversário no campo deles, não pode deixar passar da linha de defesa. Pau neles. O primeiro tempo tem que terminar 2 a zero. Se no intervalo der tudo certo aí é um abraço.
    Quanto ao jogo da Petrobrás está na hora de fazer deste limão a melhor limonada que eles já tomaram. Acho que nos deram de presente esta CPI se agirmos com calma e inteligência. Matéria prima é que não falta.

  • Não concordo com o Kostcho. O nível dessa campanha, de parte da oposição, é chute na virilha. Tenho passado maus bocados e gastado um léxico que nem sabia que tinha para defender esse governo. Não existe argumentação de direita, apenas boatos, fofocas, generalidades e muita, mas MUITA agressão. A quantidade de pessoas que conheço que não tem a mínima base cognitvi para repetirem as asneiras que ouviram ou leram por aí é patológico. Não durma nos louros, Partido dos Trabalhadores. O projeto de Nação que vocês começaram está inconcluso, e cair fora do jogo agora será um desastre. Vamos à luta que o adversário conhece o diabo e aprendeu muito com ele.

  • Como dizia o sábio Neném Prancha, (ah que saudades do João Saldanha), BOLA PRO ALTO QUE O JOGO É DE CAMPEONATO! Mas é bom também garantir a retranca. O sábio das areias de Copacabana também proferiu, ARRECUA OS HARFES QUE É PRA EVITAR A CATASTRE!

  • otimo texto , gostei da comparaçao entre o futebol e a politica. gostei mais dessa parte, se ficar na retranca é fazer o adversario gostar do jogo, irrita os torcedores, o time bate capeça, perde a confiança , começa a gritar quem esta no banco no caso o lula. nao precisa dizer mais nada, se continuar no jeito que esta apanhando igual condenado é isso mesmo que vai acontecer. e eu ja estou irritado com essa pres. e esse governo covarde , omisso a muito tempo. so nao voto contra essa capacha global porque do outro lado esta o mal encarnado em pessoa.

  • Aliás, o Kostcho, perdeu toda razão, ultimamente. Sempre vem com uma conversa mole...Com essa gente, não tem moleza; é partir para o ataque com o máximo de atacantes em passes fulminantes e irrepreensíveis!

  • O petismo é o único time que poderia escalar só apenas um jogador e ganhar de goleada, mas prefere ariscar com 11 pernas de paus em campo. Tá ganhando, é fato. Mas também os adversários estão fazendo corpo mole, a torcida toda é para continuar como já estamos, sabe que até um certo tempo o juiz aceita fazer a troca. O drama mesmo só vai começar quando esse tempo acabar

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