A Folha publica hoje matéria que, na visão elitista de uma gente não não se considera muito parte do povo brasileiro – ao menos desta parte imensa que são os pobres, feios e ignorantes – deveria desqualificar Lula.
A liderança de Lula nas pesquisas se consolidou com base principalmente no eleitorado de baixa renda e menor nível de escolaridade.
No levantamento feito pelo Datafolha em junho, o ex-presidente chegava a 39% das intenções de voto entre eleitores com ensino fundamental completo. Agora, atinge 49%. Em outros segmentos de escolaridade, sua variação foi menor.
A comparação entre as duas pesquisas não é direta, uma vez que os candidatos apresentados em cada uma era diferente. É possível, entretanto, identificar o avanço do petista nesses segmentos.
Entre eleitores de baixa renda (até 2 salários mínimos por mês), Lula também chegava a 39% das intenções de voto em junho e, agora, bate 46%, a depender do cenário.
José Roberto de Toledo, sempre o mais lúcido analistas de pesquisa de opinião, mostra a razão:
O que mais importa para os brasileiros pobres e remediados piorou: sua situação financeira, a expectativa de manter-se empregado ou arrumar emprego, o futuro de sua renda pessoal, seu endividamento e sua percepção sobre a inflação. Está tudo mais baixo do que estava um ano ou um mês atrás.
Se o pessimismo cresce, não espanta que o candidato mais identificado com a oposição a Temer e que inspira lembranças de tempos melhores para o consumidor acabe se destacando no Datafolha como líder em todos os cenários de primeiro e segundo turno para as eleições presidenciais de 2018. É a memória do bolso falando mais alto do que a indignação com as denúncias de corrupção. O que Moro faz para a imagem de Lula, Temer compensa.
O povão fareja os seus interesses, mesmo com o festival de perfumaria vã que alguns intelectuais supõem ser a quintaessência da felicidade.
Ele precisa viver e precisa se sentir parte do país, de onde desde sempre foi excluído. Vota com o bolso, com o estômago, com os olhos desejosos, com as lágrimas do sofrimento, com a dor da pobreza.
Talvez, nas suas vidas sofridas, seja a única coisa que podem escolher com o mesmo direito que qualquer outra pessoa: o seu presidente.
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Pois é, e num país tão desigual, quanto representa o "eleitorado de baixa renda e menor nível de escolaridade", uns 80%?
"Talvez, nas suas vidas sofridas, seja a única coisa que podem escolher com o mesmo direito que qualquer outra pessoa: o seu presidente." Mas nem isso querem deixar mais.
O Clovis Rossi é um jeca. Sujeito podre por fora e por dentro . Não li o que escreveu, mas só pode ser preconceito com o LULA.
A folha quer estigmatizar que o Lula é coisa de pobre. Otavinho , é preconceituoso com Lula. Certa vez perguntou com Lula queria ser presidente se não falava inglês. O Lula nunca mais pôs os pés na Barão de Limeira.
O velho Frias era menos canallha que o filho.
QUEM NÃO GOSTA DE POBRE, PROMOVE A RIQUEZA DOS MESMOS. É O QUE A BURGUESIA NÃO FAZ
VAMOS, GENTE, TÍTULO DE ELEITOR NA MÃO E LULA NA CABEÇA PRA SER FELIZ DE NOVO
Mas o Jornalista Fernando Brito se ilude com José Roberto de Toledo. Sobre o artigo de JRT, postei o seguinte comentário no GGN.
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JRT tenta servir a deuses e diabos
seg, 02/10/2017 - 11:59
Prezados,
Alguns jornalistas independentes (considero pejorativo o termo blogueiro, sobretudo se aplicado aos profissinais que atuam nos espaços da internet que fazem contraponto ao PIG/PPV), dentre eles Fernando Brito, do Tijolaço, consideram José Roberto de Toledo como um dos maiores analistas de política e de pesquisas, ainda atuande nos ceículos do PIG/PPV.
Vejo como um tanto otimista e ilusória a opinião de Brito e de outros que compartilham ponto de vista parecido. Quem realmente tem alguma independência editorial e se opõe ao que pensam os donos dos veículos já foi alijado da chamada 'grande mídia comercial', pois independência editorial e oposição aos patrões são inadmissíveis desde que os veículos da chamada 'grande mídia' se uniram para agir como um partido político de direita, neoliberal-conservador, fato fàcilmente comprovável, sobretudo a partir de 2010.
Embora o jornal da escravocrata família Mesquita defenda a quadrilha hoje instalada no Planalto, sobretudo o chefe dela, Michel Temer. JRT faz esse mise-en-scène, tentando colocar em MT e demais quadrilheiros colocados no Planalto pelas ORCRIMs midiáticas e judiciárias a 'culpa' pelo grande número de pessoas que declaram voto no Ex-Presidente Lula, apesar do massacre e caçada midiático-policial-judicial que fazem conta ele, há três anos.
JRT, atendendo aos interesses dos patrões, NÃO questiona a ORCRIM lavajateira e não admite que boa parcela da população já percebeu que a 'cruzada moralista' da Fraude a Jato destruiu a Economia, a Política, os Empregos, os Direitos, a Soberania do País, MAS NÃO cumpriu o que propalou através de discurso de populismo judicial: combater a corrupção.
Ou seja: esse artigo de JRT é mais importante pelo que não diz do que pelo que nele está escrito.
Com certeza! Eles fazem o jogo dos patrões! Não se iludam! Defendem o seu emprego. Esse tipo de imparcialidade faz parte do esquema de desconstrução da esquerda! NÃO SE ILUDAM!!!!!
A urna eleitoral onde o milionário tem o mesmo valor que o miserável, a prostituta igual a Madre Superiora, o soldado quanto o general, o trabalhador braçal quanto o intelectual e o coxinha é igual um simples mortadela. Por isto eles odeiam eleições. Se a elite quiser ganhar eleição tem que reduzir a pobreza a uma minoria .
Perfeito, no Brasil a democracia é revolucionária. Isto diz alguma coisa a respeito de nossos milionários, nossas Madres Superioras, nossos generais nossos intelectuais e sobre nossos o coxinhas. Como diz um grande jornalista, talvez nosso maior, estes "nossos" definitivamente não são contemporâneos do mundo.
Todos os eleitores, das diversas faixas de renda (de pobres a ricos), votam de acordo com seus interesses e expectativas particulares.
Seja pelo bolso e consumo, seja por um melhor poder de influência sobre a máquina pública a favor dos próprios negócios.
É como se a mídia quisesse carimbar "desinformados" na testa dos pobres e, "iluminados", na testa do empresariado paulista.
Bravo João de Paiva!