Muitas vezes, ao levar resultados eleitorais para Leonel Brizola em percentuais, ele me dizia: “Brito, me dá o resultado em votos, porque é voto que define eleição”.
É assim, creio, que se devem ler os números de eleitores habilitados a votar em 2 de outubro.
E os números são péssimos para Jair Bolsonaro.
O Nordeste, melhor região para Lula, tem quase 3,2 milhões de eleitores a mais, frente a 2018.
O Sul, a pior para o ex-presidente e tida como “mais bolsonarista”, aumenta em apenas 1,15 milhão. E o Centro Oeste, em um pouco mais de 0,8 milhão de novos eleitores.
Portanto, a soma das duas regiões mais favoráveis a Bolsonaro fica 1,2 milhão de votos atrás da área mais favorável ao ex-presidente Lula.
O Sudeste, favorável a Lula em menor escala, segundo as pesquisas, cresce 2,8 milhões – embora tenha eleitorado 50% maior que o Nordeste – e o Norte (0,7 milhão).
O eleitorado brasileiro, no total, cresceu em 8.535.528 eleitores, 3.168.827 deles nordestinos. Representa 37,1%, bem acima da participação da população do Nordeste (27%) no eleitorado nacional.
O forte crescimento do eleitorado, muito maior do que o registrado em eleições anteriores, tem também outro grande aspecto negativo para o atual presidente.
Embora ainda não tenha sido divulgadas as novas inscrições eleitorais por idade, mas é obvio que grande parte deles é de brasileiros jovens, entre 16 e 18 anos, onde a preferência por Lula é muito acentuada.