Maria Cristina Fernandes, hoje, no Valor, publica ótima narrativa das peripécias do “assessor informal” de Michel Temer, o ex-deputado Sandro Mabel, que manda e desmanda no Palácio do Planalto sem ter cargo no Governo.
Conta ela que é Mabel – apelido, por conta da fábrica de biscoitos que já vendeu – quem coordena Fórum Nacional de Desenvolvimento Produtivo, que reúne empresários, sindicalistas e representantes do governo para encaminhar propostas como a dos acordos de leniência com as empreiteiras da Lava Jato, a desoneração às exportações, as mudança na lei de licitações, a aquisição de terras por estrangeiros e a revisão das concessões de áreas públicas nos portos.
Os parágrafos finais do texto, mostrando em que tipo de “roscas” se mete Mabel:
No governo Dilma Rousseff foi parceiro de Eduardo Cunha. Temas como a terceirização não teriam andado sem seu empenho. Réu no STF, teve um processo jogado para a primeira instância ao deixar de ser deputado, mas talvez não tenha se livrado da justiça. A revista “Época” identificou trecho de delação a ser homologada na Lava-Jato que atribui a Mabel a autoria de emenda a pedido da Hypermarcas, em medida provisória sobre assunto diverso, esporte brasiliense conhecido como jabuti. (Nota do Tijolaço: neste caso, para beneficiar a industria farmacêutica)
Na Câmara, costuma despachar nos gabinetes das liderança do governo e do PMDB. Ministros e parlamentares se dizem surpreendidos pela ausência de filiação formal do articulador que se identifica, para todos os fins, como assessor especial do presidente da República.
Os governos do PT foram acusados de transformar a Esplanada em cabides de emprego, alguns dos quais abriram portas para malfeitos. O presidente Michel Temer talvez tenha razão em concluir que Mabel não precisa de emprego. O loteamento que autorizou dentro do Planalto é de outra natureza. O artigo 328 do código penal tipifica como crime de usurpação da função pública o ato praticado por alguém que, não estando na posse de cargo público, pratica atos a ele reservados.
Mas, em matéria de usurpação, quem é que poderá dizer algo, se o chefe de Mabel é, ele próprio, um usurpador?
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Nesses vários anos que os golpistas estiveram fora do poder, a sua ganância pelo assalto aos cofres públicos se converteu em obsessão, aliados a mídia aos empresários e forças externas consumaram o golpe e iniciaram a pilhagem. Só vão sair quando toda a carcaça da nação for devorada e o povo voltar a uma das nações mais pobre do planeta. Ladrões e fdp é o que não falta nesse país. A solução todos sabemos é o paredão.
Engraçado que o PT é sempre o acusado de transformar a Esplanada em cabide de empregos, mas quem usurpa e transforma tudo em cabide é o governo golpista atua do PMDB/PSDBl e o anterior à era Lula e Dilma, do famigerado PSDB FHcista.
Qualquer paulistano sabe, porque passa diariamente em frente às casas de centenas de filiados ao partido, que qualquer aspone de assessor de ajudante de vereador,prefeito ou governador tucano ,que é governo em SP há décadas, tem pelo menos uma MANSÃO enorme e luxuosa, nos melhores bairros, completamente em disparidade com o seu empreguinho cabideiro tucano.
Isso sim é corrupção bem na cara do Moro, cuja mulher é secretária do PSDB do Paraná , por coincidência , é lógico. E por acaso o próprio Moro,é acusado de corrupção por ganhar 3(TRÊS) vezes, o maior salário que caberia a um juiz de primeira instância.
Será que um dia o MORO vai mandar a PF prender o MORO ????
Se fosse no governo do PT, seriam 18 minutos no JN...
Ainda falando sobre o ataque fascista hoje na Câmara, muita gente ficou sem saber a razão de tal fúria. Mas não há como não fazer uma conexão do mesmo com o fato de que os deputados estão a debater por esses dias uma lei destinada a salvar as empresas nacionais envolvidas na Lava Jato, para que as mesmas possam fazer acordos de leniência e então se habilitem para participar de licitações. Como se sabe, a Lava Jato quer mesmo que as empresas sejam quebradas, estigmatizadas e destruídas, e disso não abre mão. A Lava Jato, então, está em franca guerra com o poder legislativo, e esta invasão de extremistas aos gritos de "Viva Sérgio Moro" não deixa de ser uma demonstração de força bruta destinada a inibir os parlamentares.
Tá aqui um exemplo do que eu cobro dos PATETAS alisons, capiaus, nelsons e nilos da vida: por que não vêm comentar sobre um dos seus aliados?