A ida do deputado Rodrigo Maia para o secretariado de João Doria, em São Paulo parece dar ao prefeito Eduardo Paes a possibilidade de ficar com o controle do PSD, partido para o qual migrou em razão da adesão total do Democratas a Bolsonaro, assim como fez o ex-presidente da Câmara.
Não creio na versão de que Maia seria mais uma ponte de Dória com o empresariado. Doria tem ligações próprias e, ainda, Henrique Meirelles em sua equipe de governo. Mais pontes que isso?
Muito mais para um cargo – “Secretário de Projetos e Ações Estratégicas” – sem atribuições administrativas e, sobretudo, risível pela qualidade “estratégica” de algo que vai durar oito meses, pois Maia terá de deixá-lo até o início de abril, para poder concorrer em 2022.
O mais provável é que Rodrigo Maia não siga mais para o PSD, mas para o PSDB, no qual teria o controle da seção do Rio de Janeiro e, com isso, facilitada sua reeleição como deputado, que é complicada desde sempre e mais ainda desde que parte de seus eleitores o transformaram em inimigo, pelos embates com Bolsonaro.
Doria pretende provar – e isso sairá pela culatra – que é capaz de reunir nomes nacioanais numa candidatura que é quase que exclusivamente paulista.
E que, mesmo assim, vai muito mal das pernas em São Paulo.