Maia diz que novo militar ficará como civil. General a 5.839,45, passa?

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),  disse hoje ao Valor que os militares que entrarem na carreira agora não terão direito à integralidade nas aposentadorias nem paridade (mesmos reajustes da ativa). Para Maia, todos devem ir para o Regime Geral da Previdência Social.

Ou seja, R$ 5.839,45, provento bruto.

Para Maia, não há mais quem defenda a paridade das aposentadorias com os salários da ativa e que a integralidade é defendida por aqueles que ingressaram no serviço público antes de 2003 e que ainda têm esse direito. O presidente da Câmara procurou evitar críticas aos militares, reconhecendo que eles estão com salários defasados em relação aos servidores civis e perderam uma série de prerrogativas, como auxílio-moradia, enquanto outras corporações conseguiram manter esses benefícios. Mas ressaltou que os militares “chegaram no fim da festa” e “o país está quebrado”, sem condições de aumentar os salários deles.

Como – a não ser que a cúpula militar esteja com o pensamento de “aprés moi, le deluge” – isso não tem a menor possibilidade de ser aceito pelas Forças Armadas, Maia sinaliza com a primeira encrenca que a tramitação da Previdência vai enfrentar.

A não ser que, tal como ocorre com juízes e promotores, o salário da oficialidade seja brutalmente elevado, desde o início da carreira. Mas aí “sobra” a encrenca para os praças (de subtenente a soldados) que “vão querer também”. Agora junte aí PM e bombeiros e veja o tamanho da confusão.

Se Rodrigo Maia é o “grande condutor” da viabilidade da reforma, como é que externa uma posição com a qual se cria um impasse que, querendo ou não, vai atropelar as discussões na Comissão de Constituição e Justiça?

Já os militares estão vendo o lado amargo que lhes sobrou da identificação com o Governo Bolsonaro e sua insensatez. A própria discussão de regras razoáveis para os que seguem a carreira militar está contaminada pela brutalidade que se quer impor aos trabalhadores civis.

Vem confusão aí. Ou será que a ideia é justamente essa, a de deixar para Bolsonaro a difícil tarefa de dizer que são todos iguais mas alguns são mais iguais?

Fernando Brito:

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  • Obviamente não passará,assim como não passaría um regime similar para os togados e os políticos .
    Solução?,sangrar mais um pouco a massa,essa só apanha e não berra .

      • Aprendeu valores morais com a mãe que batia de chinelo e o pai que batia com o cinto, então é cidadão (classe D) de bem e que apoia Boçal Nato.

    • Mas, quando berra, caem desde a bastilha às cabeças dos reis!

  • Obviamente não passará,assim como não passaría um regime similar para os togados e os políticos .
    Solução?,sangrar mais um pouco a massa,essa só apanha e não berra .

  • As castas sempre foram castas, em todos os tempos, mas isso vai acabar tão logo, ah vai.

  • Por que somente os novos? Não são apenas os novos trabalhadores civis que estão sob a nova legislação!!!

  • "Perdoai-os, senhor. Eles não sabem o que fazem!"
    Ou será que sabem, e até demais?

  • Isto ai é como mexer num vespeiro. Rodrigo Maia, cuidado meu caro. Depois da curva tem outra curva e vais capotar.

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