Mais brucutus tucanos, agora na economia

Como a gente mostrou aqui outro dia, a distribuição de mentiras contra Lula e Dilma na internet anda a todo vapor.

E todas as que nos chegarem serão checadas e desmentidas com informação.

Desta vez é um “meme” de Facebook que, além da fotomontagem grosseira, usa um texto de um portal lá do Mato Grosso do Sul. o I9, para espalhar que Lula e Dilma teriam mais que dobrado a dívida brasileira.

O texto, para começar, é de um senhor chamado Valdir Serafim, coordenador da campanha do tucano Wilson Santos  ao Governo do Mato Grosso.

Fonte preciosa, não é?

Vamos, porém, aos fatos.

Primeiro, é uma heresia comparar valores nominais em reais com um intervalo de dez, doze anos.

Segundo, o tamanho do endividamento é, óbvio, medido pelo tamanho da atividade econômica da qual ele se origina.

Uma pessoa que movimenta cinco mil reais por mês e deve 200 está menos endividada do que uma que movimenta mil reais e deve 100, embora em valores nominais só deva a metade.

Por isso, publico lá em cima o tamanho do endividamento brasileiro, interno e externo, num quadro montado pelo economista Ricardo Bergamini, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, a partir dos dados oficiais do Ministério da Fazenda.

Ali, os números são claros: a soma das dívidas brasileiras, interna e externa, caiu de 74,7%  para 65,4% do Produto Interno Bruto Brasileiro, entre 2002 e 2012.

Nestes totais, é bom que se lembre, estão incluídos os valores de títulos fora do mercado, entesourados no Banco Central.

É bom lembrar que essa dívida é remunerada, em sua maior parte, pela taxa de juros pública, essa mesmo que a mídia vive querendo que suba, e que é muito maior do que qualquer crescimento do PIB, mesmo que tivéssemos uma taxa de crescimento econômico padrão China.

Neste outro gráfico, publicado em maio, pela Folha, você pode ver que o endividamento externo brasileiro que aumentou – e apenas nominalmente – não foi o público, mas a dívida privada, pelas empresas que fizeram captações no exterior, aproveitando, sobretudo, a queda da taxa de juros no mundo.

A dívida brasileira é alta, sim. Mas o nosso problema nem é esse, porque nosso nível de endividamento comparado ao de outras economias ainda é baixo.

O nosso problema é que nossa dívida é cara, absurdamente cara, porque os nossos juros são altos.

Juros altos os quais a turma tucana, que anda distribuindo isso, quer que aumentem ainda mais.

A cara-de-pau desta gente não tem limites.

Fernando Brito:

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