Mais diálogos evidenciam nulidade do processo de Lula

Monica Bergamo publica, na Folha, 50 páginas do que é uma dos maiores escândalos judiciais do país, porque revela a mais completa promiscuidade da atuação do juiz Sergio Moro, totalmente combinada com os procuradores da Lava Jato, numa avalanche de ilegalidades, acertando a conformação de “provas”, delações premiadas, quebra ilegal de sigilo telefônico, vazamentos seletivos para a imprensa, numa verdadeira avalanche de ilegalidades processuais, com o indisfarçado objetivo de induzir a opinião pública sobre o ex-presidente Lula, prendê-lo e criar as condições para condená-lo, prendê-lo e afastá-lo da disputa política.

Parte já havia sido publicada pelo The Intercept, mas há muita coisa nova, detalhada e que compõe um conjunto nauseante de evidências de que um bando de moleques, não um grupo de procuradores, cuidava de dar ao “chefinho” material para conduzir um processo de cartas marcadas.

É muito material – 50 páginas de transcrições de diálogos – e isso é apenas uma parte ínfima dos 740 gigabytes disponibilizados pela PF, dos quais menos de 5% foram examinados e perto de 1% incorporados à defesa de Lula.

Chama a atenção a trama que levou ao vazamento dos áudios que levaram à proibição de que Lula assumisse a Casa Civil do governo Dilma, o que levaria a investigação contra ele ao Supremo e ao fim do controle de tudo por Sergio Moro.

Eles combinam a liberação de documentos que estavam em sigilo para que isso crie um clima político que impedisse a nomeação e que a ação do Bancoop – que estava em São Paulo e na qual todos os acusados foram absolvidos – fosse mandada a Curitiba e terminasse virando o caso do “triplex do Guarujá”. Moro levanta o sigilo e diz que é não vai liberar a chave [de acesso processual] “para não me expor” que os procuradores mostrem a quebra de sigilo bancário à imprensa.

Está na página 10 do documento.

Logo a seguir, depois do episódio em que Luiz Fux diz a Dallagnol que o ministro Teori Zavaski havia “se queimado” ao discordar das ações de Moro (e que recebe o “in Fux we trust” de Moro, os promotores saúdam o protagonismo político que o ex-juiz havia conseguido, fezendo dele “um grande líder brasileiro”:

“Seus sinais conduzirão multidões, inclusive para as reformas que o Brasil precisa, nos sistemas político e de justiça criminal”

Não é possível que se espere nem mais um dia para marcar o julgamento da suspeição de Moro sem que o Supremo mereça outro nome senão o de cúmplice com uma cosnpiração judicial.

Leia o documento liberado pelo STF.

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Fernando Brito:
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