Dez mil posts. A maratona de fazer um blog

Os números aí de cima não enganam sobre o que foram os dias, desde que, sob minha única responsabilidade, voltou a “circular” este Tijolaço.

Mais de dez mil posts – verdade que um punhado deles de meus parceiros, aos quais sou grato : Miguel do Rosário, Jari da Rocha,  Nilson Lage, Hayle Gadelha, para ficar nos mais constantes – dos quais, até pela quantidade talvez ao menos um punhado preste.

Em quatro anos, em qualquer conta, não é pouco.

Gostaria de ter escrito menos e melhor, mas desde o berço, este tem sido um local de combate, não de de diletantismo.

Também isso lamento, gostaria sinceramente que vivêssemos tempos de paz. não de uma guerra pela sobrevivência do Brasil como nação e, de tempos para cá, uma luta para preservar o convívio civilizado entre os brasileiros.

Gostaria de ter podido falar mais da vida, dos sentimentos, dos amores que nos humanizam e das raivas que aprendemos a dissolver, verdade que menos do que deveríamos.

Não pude, porque foram quatro anos de guerra e na guerra, quem tergiversa deserta.

É um exercício, porém, quase que solitário, no qual a gente, volta e meia, tem dúvida se está sendo razoável, se não está “viajando na maionese”, se o isolamento e a solidão que o trabalho de todos os dias e horas nos obriga não nos está levando a delírios.

Nem sempre é possível, nele, fazer-se o que se quer fazer, nem da forma que se quer fazer.

Meu filho fala que os anúncios do Google e de outra plataforma de anúncios fazem o blog parecer “a camisa do Santo André”. Paciência: a  generossíma colaboração dos leitores ajuda muito, mas as necessidade são cada vez maiores, porque o acesso obriga a investir mais, para que mesmo de forma mambembe, se dê conta do recado e do acesso.

De qualquer forma, mais que desfilar vaidades, permitam que um velho jornalista e militante político se orgulhe de ter carregado, até aqui, esta teimosia.

E que agradece a todos que, gostando ou não gostando do que se diz, venham aqui porque aqui se diz aquilo que se pensa.

Fernando Brito:

View Comments (38)

  • Querido camarada Fernando, é visível o intenso de seu trabalho. Tijolaço é símbolo de resistência. Você é glorioso.
    Ontem ouvi Nélida Piñon na Biblioteca da Estação Central do Metrô e te ofereço as palavras da esplendorosa Nélida:
    - A língua, afinal, é a salvaguarda das instituições humanas. De lastro heroico, ela recapitula a memória, resiste às intempéries. Pronta a esbravejar: decifra-me, renda-se ao verbo." E mais uma frase, "Pensar é Aliciador."
    Fernando que a luz da lua e a luz do sol lumia, você e os parceiros no Tijolaço.
    Obrigada.

  • Parabéns Fernando Brito. Eu te respeito e tenho muito admiração pelo ótimo Jornalista que você é!

  • Orgulha-te mesmo! E nós reconhecemos e te agradecemos o empenho. A luta é grande e nos cobra o dia todo - a solidão que referiste igualmente me assola entre as postagens. Não sobra tempo para refletir e outra bomba já tá rolando. Por vezes penso que tudo que estamos vivenciando é um delírio que não tem fim. Enfim, mereces os parabéns!

  • Parabéns Fernando, que bom que temos você. Recebo e leio todos seus posts desde que acordo até a hora de dormir. Amo.

  • Parabéns, Fernando Brito. Pode se orgulhar de sua trajetória. Posso dizer que suas reportagens nos municiam de argumentos nesta guerra pela paz e contra a desigualdade em nosso país. Que tenhas muita saúde e disposição para nos brindar com muito mais boas reportagens,e, que elas contribuam para a construção do Brasil de todos.

  • Este espaço, com teu louvável esforço e competência, é um alento a quem preza pela manutenção de um Brasil altivo, democrático, soberano e solidário, atributos que a mais alta patifaria (ou seria a mais rasteira) tem tentado nos surrupiar. Com abnegada dedicação tens sido um estandarte importantíssimo de resistência, combate e esperança de mais cedo do que tarde virarmos esse estado de coisas em que o golpe nos atolou.

  • Parabéns Fernando Brito és minha leitura diária. Sabes traduzir nossos sentimentos de indignação como poucos! Muito obrigada

  • Brito nos acostumou com um jornalismo sério, inteligente e combativo. Sorte nossa, encrenca pra ele. Não é fácil manter a peteca no ar. Parabéns pelo trabalho.

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