Ao desembarcar no Rio, Marina Silva disse aos repórteres que responderá na Globo às suspeitas em relação ao avião em que morreu Eduardo Campos.
“Questionada ao desembarcar no aeroporto Santos Dumont, no Rio, se poderia adiantar a resposta que pretende dar em rede nacional sobre o avião da campanha do PSB que caiu e levou à morte do presidenciável Eduardo Campos e de outras seis pessoas, Marina limitou-se a dizer que “na hora em que ele [William Bonner, apresentador do JN] me perguntar eu darei a resposta”.
É uma atitude que mostra bem como Marina passou a tratar a verdade (e a versão) como ferramenta de marketing.
A questão da compra camuflada de um avião para servir um candidato, o seu então cabeça de chapa Eduardo Campos, é grave e diz respeito a toda a imprensa, não à entrevista da Globo, porque tem (tem tanta assim?) repercussão.
Teria sentido a exclusividade se a denúncia fosse exclusiva da Globo e, antes de se tornar pública, fosse levada à candidata para que ela se pronunciasse.
Mas, além de não ser apenas a Globo quem levantou suspeitas , muitos dos fatos já se tornaram públicos. Inclusive a nota de seu partido (ao menos formalmente), o PSB.
É legítimo que Marina dissesse, antes, que não sabia sobre o avião e que Eduardo Campos lhe tivesse dito que “arranjou” a aeronave com empresários.
Agora, não é.
Porque, a esta altura, isso soará e será um “tirar o corpo fora” das responsabilidades que ela, como vice e muito mais como candidata, tem.
Seria seu dever, antes, oferecer todas as informações de que dispõe, poucas que fossem, à opinião pública.
E é seu dever, se as tem, dá-las amplamente, numa coletiva, não ao sabor da maior ou menor virulência das perguntas de William Bonner.
Até porque ser agressivo e grosseiro não quer dizer ser atilado entrevistador.
Estranhamente, os repórteres aceitaram esse “vou responder” seletivo.
Marina, a Globo e, sobretudo o restante da imprensa precisam entender que eleição não é uma ação entre amigos, mas o debate mais amplo do país.
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Ela já sabe qual vai ser a pauta? Combinada?
Só deve satisfação ao patrão ou patrões. Acorda juventude, acorda Brasil.
Fernando Brito, a blogsfera progressista está perdida... está caindo na armadilha do udenismo. Uma arma que não deu voto ao PSDB mesmo com as poderosas mídias bombardeando diariamente. Lamentável que depois de tanto tempo sordidamente atacados e se defendendo, caiamos no mesmo método. Marina Silva deve ser vencida no campo da política, das ideias, das visões... não temos nada para oferecer nesse teor? Eu acredito que sim, não nos apequenemos. Tudo o que eles querem é colocar a nós como responsáveis pelos ataques a santidade Marina, e infelizmente você e o Conversa Afiada estão caindo fácil fácil na armadilha.
Marina é problema do Aécio, e ponto final, e se tivermos que perder, diferente deles, percamos com a cabeça erguida. Aceitemos, não se ganha sempre, temos que garantir que com vitória ou derrota eleitoral, se façam vitórias políticas nessas eleições.
Concordo plenamente.
Esse papo de avião não vai tirar nenhum voto dos que odeiam o PT, e não interessa ao eleitorado que a gente quer recuperar.
Vamos às realizações, propostas, desmascarar a falta de programa desta neovítima! Cadê a militância???
Fernando, esta "resposta" da candidata é GRAVÍSSIMA, isto está demonstrando que se por ventura (bater 3x na madeira) ela se eleger, a emissora OFICIAL do futuro governo dela será a Rede Globo, além do fato de que segundo a reportagem passada ontem no JN, tudo leva a crer que se trata de lavagem de dinheiro de algum negócio criminoso e também CAIXA DOIS.
A entrevista dela na Globo já está tão ensaiada que de ante mão já sabe que será ele (willian Homer) que fará a pergunta.
Não seria o caso de começar a ouvir, também, a viúva Renata, de repente tão idolatrada, e a família de Eduardo Campos, a começar pelo irmão que lançou Marina?
se ela alegremente herdou o legado, a aura heroica do E.C. que assuma a parte indigesta também, pois faz parte da mesma herança. Marina tem o voto dos "moderninhos", de jovens que negam a politica. esses moderninhos precisam saber o quão conservadora, retrógrada e preconceituosa ela é. defensora de Marcos Feliciano, contra direitos de homossexuais, legalização. depois de isso bem esclarecido quero ver se um gay ou um pró-legalização vota nela.
Pauta combinada! Não há dúvidas!
Já decorou a resposta.
Mas a candidata devia saber que deve satisfação ao país, antes dos patrões.
Fernando, uma pergunta a família de Eduardo Campos é tão rica assim? olha só esta noticia, parece coisa de louco, acho que com isto eles se enrolam de uma vez, exijam entrevista coletiva aberta a toda a imprensa para a "Fadinha da Floresta", esta noticia é um escarnio:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/08/1506869-irmao-de-eduardo-campos-procura-moradores-de-santos-e-diz-que-pagara-indenizacoes.shtml
NOVOS NÚMEROS
Rejeição a Marina cresce mais que intenção de voto, indica pesquisa CNT/MDA
Índice de rejeição de Marina é 19 pontos maior que o indicado pela pesquisa Ibope. Dilma e Aécio também aparecem com mais eleitores afirmando que não votariam neles de jeito nenhum
por Rodrigo Gomes, da RBA publicado 27/08/2014 12:43, última modificação 27/08/2014 14:02
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THIAGO BERNARDES/FRAME/FOLHAPRESS
marina
Em duas semanas, candidata teve crescimento de 7% nas intenções de voto, mas de 19% na rejeição
São Paulo – Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) à MDA Pesquisas, divulgada na manhã de hoje (27), indica que a rejeição da candidata à presidência pelo PSB, Marina Silva, beira um terço do eleitorado: 29,3% dos entrevistados afirmaram que não votariam nela de jeito nenhum. Na pesquisa Ibope divulgada ontem (26), a rejeição dela era de apenas 10%. Outros 40,4% disseram que não votariam em Aécio Neves, ante 18% da outra pesquisa. O número de eleitores que não votaria na presidenta e candidata a reeleição, Dilma Rousseff (PT) chegou a 45%, ante 36% do Ibope.
Na primeira pesquisa divulgada com o nome de Marina no lugar de Eduardo Campos – que morreu em acidente aéreo na cidade de Santos, no litoral paulista, no dia 13 –, feita pelo instituto Datafolha, a candidata tinha rejeição de 11%. Teve, portanto, crescimento de 18,3 pontos percentuais, superando até mesmo o patamar do mesmo instituto em abril deste ano, quando as candidaturas ainda não estavam oficializadas – 21% diziam não votar em Marina de jeito nenhum naquele momento.
Dos entrevistados, 17,2% garantem que Marina Silva é a única candidata em que votariam. E 46,2% admitem que poderiam votar nela. Os eleitores que veem em Dilma a única opção de voto são 23,5%. Já os que podem votar nela são 26,5%. Aécio tem a pior situação dentre os três primeiros colocados, com apenas 8,1% dos entrevistados afirmando que votariam somente nele. Outros 37% admitem que podem votar no tucano.
Dilma mantém a liderança nas intenções de voto do primeiro turno, com 34,2%, seguida por Marina, com 28,2%, e Aécio Neves (PSDB), com 16%. Os números são muito próximos dos indicados ontem pelo Ibope, com variação de 1% para baixo de Marina e queda de três pontos do candidato tucano.
Brancos e nulos da pesquisa CNT/MDA somam 8% e os indecisos – não sabe/não respondeu – tiveram 10%. Pastor Everaldo (PSC), aparece em quarto lugar, com 1,3% das intenções de voto. Os demais, Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (Psol), Levy Fidélix (PRTB), José Maria Eymal (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO), Zé Maria (PSTU) e Mauro Iasi (PCB), não atingiram 1%.
Nas simulações de segundo turno, houve pequena variação, mas confirmou-se o cenário indicado pela pesquisa divulgada ontem. Em um cenário com Aécio, Dilma venceria com 43% contra 33,3% do tucano, mas perderia de Marina Silva, por 43,7% a 37,8%, com diferença 3% menor que a indicada no Ibope.
Na simulação espontânea, Dilma mantém 8% de vantagem sobre Marina Silva, com 26,4% das intenções contra 18,6% da ex-ministra do Meio Ambiente. Aécio aparece em terceiro, com 11,3%. Nessa condição, a pesquisa tem uma explosão de indecisos, que somam 32,9%. Brancos e Nulos chegaram a 9,5%.
A avaliação positiva (ótimo/bom) do governo Dilma foi de 33,1%. Para 37,4% dos eleitores, a gestão é regular. Outros 28,8% consideram o governo ruim ou péssimo. O resultado oscilou pouco em relação ao último levantamento feito por CNT/MDA, com aumento de 0,4% no regular e queda de 0,1% nas outras avaliações.
A avaliação pessoal da presidenta Dilma ficou rigorosamente empatada entre os que aprovam ou desaprovam a forma dela governar: 47,4%, nos dois casos. Houve queda de 1% na aprovação e aumento de 1,6% nos que não sabem ou não responderam a pergunta, de 3,6% para 5,2%.
Os eleitores ainda responderam sobre como avaliam a atuação dos candidatos no horário eleitoral, tido como fiel da balança no que diz respeito à apresentação de propostas. Para 32,2% dos entrevistados, Dilma se sai melhor na propaganda eleitoral. Outros 19,4% avaliam que Marina desponta. Já Aécio foi o melhor para 18,1% dos eleitores.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 137 cidades das cinco regiões brasileiras, entre quinta-feira passada (21) e segunda (24). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.