Marina vai ao mundo dos mortos?

O espetáculo post mortem da Rede de Marina é terrivel.

Nunca vi tanta irresponsabilidade política, tanta inconsequência. E tão rápida entrega do cadáver político aos braços do conservadorismo.

O título “Eu já sabia”, dado ao artigo da ex-senadora na Folha, mais que uma confessada jocosidade, e de muito mau-gosto, não combina com a atitude de quem diz que o Brasil está na iminência de entrar numa insondável “desordem”, supondo-se que ela pretenda dizer isso ao escrever que o país “corre o risco de uma entropia que desfaça todos os avanços que obteve desde o fim da ditadura.”, ou seja, de um golpe antidemocrático e um regime autoritário.

Só quem tem pedido, para ser franco, a volta do autoritarismo são alguns dos “companheiros de jornada” das manifestações.

Mas tarde, surge a manifestação do até agora “braço-direito” de Marina, o deputado Alfredo Sirkis.

Em seu blog, embora diga que seguirá sendo “marinista”, despeja palavras de calibre pesadíssimo sobre ela:

“As vezes (Marina)falha com operadora política comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares.  Tem certas características dos  lideres populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d’alma que em geral eles não têm.”

Não sei, no momento em que escrevo, se ela vai se filiar a outro partido e se esse partido é o PPS de Roberto Serra e, como todos sabem, de José Freire.

Não é preciso mais para esclarecer o campo político em que Marina Silva vai, ou admite ir, para se abrigar.

Mas, se fosse preciso, bastaria este parágrafo do Estadão:

Marina foi pressionada por empresários que têm financiado seu projeto político de criar um partido a sair candidata. Foi dito a ela que não seria possível ela abandonar um projeto que contou com tantos apoios, inclusive financeiro na sua trajetória para criar a Rede.

Marina não sai desta barafunda  apenas bem menor que entrou. Sai mais desnuda politicamente.

O Brasil é, realmente, um país sui generis.

Onde o que se apresenta como novo é mais velho que a Sé de Braga.

Marina, no PPS, seria o Serra da Floresta.

A ex-doméstica, candidata dos bacanas.

Para, claro, servir-lhes.

 

Fernando Brito:

View Comments (28)

  • A elite da politica usando a pobre da Marina para ganhar votos, deprimente!

  • Pobre e querido Arraes! Como estaria num momento desses? Inimaginável tudo o que esse rapaz vem aprontando. Alianças escusas. Eca!

  • Olha, e ainda tem gente da Rede apoiando a Marina, tentando justificar o injustificável... Que carisma é esse que ela tem? Lembra mais pastor evangélico que faz o fiel ''ter vontade'' de dar dinheiro pra ele.

  • Cerra vem aí, é coisa nossa, já prestidigitava o filósofo Silvio Abravanel Santos.

  • Olha, e ainda tem gente da Rede apoiando a Marina, tentando justificar o injustificável... Que carisma é esse que ela tem? Lembra mais pastor evangélico que faz o fiel ''ter vontade'' de dar dinheiro pra ele.

  • Vejo como o poder cega as pessoas! Ficam arrogantes, e cegos! Se Marina sair como candidata a Presidência PSB, ela saiu fortalecida... mas perderá para Dilma. Se ela se candidatasse ao Governo de SP teria grande chance de vencer e se preparar durante os 4 anos para concorrer à presidência em 2018. Erundina depois de recusar Maluf aceitará políticos que vão migrar para o PSB... Novamente percebo como Eduardo e Marina deram passos cegos !

  • Olha, e ainda tem gente da Rede apoiando a Marina, tentando justificar o injustificável... Que carisma é esse que ela tem? Lembra mais pastor evangélico que faz o fiel ''ter vontade'' de dar dinheiro pra ele.

  • Não acho que a dupla Eduardo-Marina vai emplacar muito, não. O pessoal mais sonhador da Rede (e são muitos) não vai engolir a traição da mulher. Os que estavam indecisos quanto a ela, acho que já perceberam a furada. Aposto que nas próximas pesquisas Campos só sobe um pouco, mas Dilma leva no 1° turno.