O assalto bélico desta madrugada em Guarapuava (PR) não é obra, certamente, de “bagrinhos do crime”.
O chamado “novo cangaço” precisa de muita estrutura: carros blindados, caminhões roubados, muitas armas pesadas, explosivos, planejamento demorado, com informações (em geral, de dentro) do alvo da ação, comunicadores, rotas de fuga e esconderijos preparados e meios acertados para fazer sumir o rastro do dinheiro.
Justamente por isso, por toda a logística necessária, seus chefes não são, certamente, “marinheiros de primeira viagem”.
Mas agem assim há alguns anos e não se tem notícia de uma investigação sistemática deste tipo de operação.
Como a dinâmica é regional (a maioria dos ataques se concentra no interior de três estados: SP, Paraná e Santa Catarina), a tarefa de fazê-la é da Polícia Federal. As armas, também, são fruto de contrabando ou desviadas de terceiros que as compram legalmente. Ou, ainda, furtadas ou desencaminhadas dos arsenais militares e policiais.
Mas a PF troca de diretores como um time de futebol troca de técnicos, sempre que caem no desgosto do presidente do clube, digo, da República.
Os jogadores estão mais ocupados em ganharem aumento – o que é legítimo – diferente dos demais servidores públicos – o que é mais que questionável, pois já são dos mais bem remunerados, com salário médio de mais de R$ 27 mil.
Será que a solução para isso é “armar o cidadão de bem” e esperar que ele dispare contra o comboio de salteadores? Para quê, atirar contra carros blindados e arriscando fazer o prédio alvo de rajadas de metralhadoras?