A reação firme de Alexandre Moares deu fim à última – mas provavelmente não derradeira – manobra de Jair Bolsonaro para tumultuar o processo eleitoral, embora tenha tido algum sucesso em tiar das manchetes o assunto que mais lhe trazia danos: a resistência armada de Roberto Rambo Jefferson aos agentes que foram, mui delicadamente, prendê-lo no domingo. Aliás, episódio no qual a presença esdrúxula do tal padre Kelmon serviu para frisar, para qualquer pessoa, a ligação daquilo com o atual presidente.
Tudo na campanha bolsonarista, agora, cheira a crise e desespero, como se cada “denúncia” feita não passasse de mero choro de perdedor. Aliás, mesmo quando pode haver algum problema, a apenas quatro dias, quase três, das votação, tudo tem esta aparência e, portanto, pouca efetividade.
Por isso o “pronunciamento-bomba” que chegou a ser anunciado para depois de uma reunião de ministros – inclusive os comandantes militares – para reagir ao que Bolsonaro diz ser uma conspiração entre o TSE e o PT virou uma fala frouxa e modorrenta, sobre “recorrer ao Supremo”, não se sabe nem de quê nem quando.
Por mais que possa parecer, olhando apenas as redes sociais, que é unânime entre os bolsonaristas o enfrentamento com a Justiça Eleitoral aberto, como eles fazem, não é assim. Isso é verdade para 70% deles, mas não arrasta 30% dos que se dizem adeptos do ex-capitão. E 55% dos que se dizem nem anti nem pró Bolsonaro também concordam que não existe ditadura do Judiciário.
Por isso – e só por isso – Bolsonaro não deu uma de Jefferson diante da decisão de Alexandre de Moraes de bloquear essa história sem pé nem cabeça das supostas inserções “sumidas”, além do que uma alegação ridícula.
Essa aí já foi, Jair e ele vai partir para outra, se ainda tiver uma.