Mello Franco ouve Mandeta: militares tomam ‘surra’ na Saúde

O ex-ministro Luiz Mandetta, em entrevista a Bernardo Mello Franco, em O Globo, é cru ao tratar da polêmica sobre o papel que os militares aceitaram assumir quando concordaram com a indicação do general Eduardo Pazuello para o Ministério da Saúde: “(é)como tirar os jogadores da seleção e escalar 11 coronéis numa Copa do Mundo. O Brasil não vai tomar outro 7 a 1, vai tomar tomar de 20”.

Ou de 200 mil, como mostrei no posta anterior.

Desmanche em verde-oliva

Bernardo Mello Franco

O Ministério da Saúde completa hoje dois meses sob ocupação militar. A expressão é do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, demitido no início da pandemia. Chutado por Jair Bolsonaro quando o país registrava menos de duas mil mortes pelo coronavírus, ele critica o loteamento da pasta entre oficiais do Exército. “É uma coisa absurda. Acabaram com a credibilidade do ministério”, afirma.

Na visão de Mandetta, o general Eduardo Pazuello não sabe o que fazer no cargo de ministro interino. “Ele não tem nenhuma formação na área. Zero. E quem pode acreditar num cara que estava querendo maquiar os números de mortos na pandemia?”, questiona.

A tentativa de manipular dados não foi o único erro do general, diz o ex-ministro. “O que mais assusta é a quantidade de militares que botaram lá. Foram retirando técnicos de carreira para nomear coronel, capitão e sargento. Tudo com a desculpa de que o ministério tinha muito comunista, muito disco voador”, ironiza.

Sem experiência no setor, os militares não conseguem orientar universidades, hospitais e secretarias de Saúde, diz Mandetta. “Não é a praia deles”, resume. “É como colocar médicos para comandar uma guerra. Ou como tirar os jogadores da seleção e escalar 11 coronéis numa Copa do Mundo. O Brasil não vai tomar outro 7 a 1, vai tomar tomar de 20”, brinca.

No sábado, Mandetta participou da videoconferência em que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse que o Exército está “se associando a esse genocídio”. Ele considera que a frase foi tirada de contexto e que as reações da caserna foram exageradas.

“Muitos militares também estão desconfortáveis com essa ocupação. Eles sabem que o fardo está pesado”, afirma. “Desmanchar o SUS no meio de uma pandemia foi uma péssima ideia. Agora estão pagando o preço. Todo dia caem quatro ou cinco Boeings em cima deles”, observa, referindo-se à média superior a mil mortes por dia.

Fernando Brito:

View Comments (16)

  • Engraçado né?
    O que mandetta fez pela saúde?
    Como votava mandetta em relação ao tema?
    Com mandetta nunca foi diferente,considero a merda com nojo da bosta.

  • O vagabundo do Mandetta diz: “Desmanchar o SUS no meio de uma pandemia foi uma péssima ideia. Agora estão pagando o preço. Todo dia caem quatro ou cinco Boeings em cima deles”.

    Deveria ter dito que os militares gorilas delinquentes apenas continuaram o que o próprio Mandetta - canalha, criminoso e hipócrita - começou assim que botou o pé no ministério, destruindo o Mais Médicos e prosseguindo com outros crimes contra a saúde pública. Vagabundo FDP e tão genocida quanto os outros.

    • Eu tava com os teus argumentos na cabeça quando vi o teu cometário. Disseste tudo. Perfeito!

  • Os militares elegeram Bolsonaro.

    Os militares ocupam 3.000 cargos civis no Executivo.
    Os militares subordinam a Soberania do Brasil aos interesses dos EUA.
    Os militares tomaram e comandam o Ministério da Saúde.
    Os militares são diretamente responsáveis por dezenas de milhares de mortes pelo Covid 17.

  • NÃO EXISTE MATERIA CINZA NUM INDIVÍDUO QUE MARCHA A UMA MORTE CERTA POR ORDEM DE SEU SUPERIOR.
    Abdicaram da sua capacidade cognitiva,e isso tem um preço,O BRASIL ESTÁ PAGANDO POR ISSO.
    Eles não tem capacidade nem para ser síndico de um prédio.

  • 247 E OUTROS SITE SÃO CONSPIRADORES CONTRA O LULA EU SOU LULA NÃO ABRO MÃO VEJA A BOMBA QUE MUITA GENTE DO PT TENTA TIRAR O LULA DE LEVAR A FRENTE LULA ESTA SENDO LUDIBRIADO DENTRO DA SUA BOA FÉ SÃO TRAIRÁS https://duploexpresso.com/ VAMOS MULTIPLICAR ISSO

  • Deviam procurar saber o que é política. Não há quem lhes explique um pouquinho disso?
    Tomar posição política, quem não é político, que nem sabe o que isto vem a ser, tem alto preço, as vezes impagável.
    Entrar na política à força é um tremendo erro, como se viu.
    Entraram por que a comissão da verdade lhes era dura. Lá a tortura. Agora o Gilmar, ministro do supremo, diz: "genocídio". O insuspeito Reinaldo Azevedo repete: sem dúvida é "genocídio". Não tem volta.
    Já aconteceu.

  • “Muitos americanos acham que nenhum presidente pode ser pior que o Trump. Mas o Felipe Neto sabe que Bolsonaro é muito pior”.

    O ‘YouTuber’ brasileiro Felipe Neto, com 38 milhões de seguidores, foi ouvido pelo The New York Times na sua coluna de opinião sobre os desmandos do desgoverno brasileiro na pandemia. Confiram ? https://youtu.be/XvK6Y_txWEE

  • Gilmar tirou os militares da sua zona de conforto. Nunca vi uma palavra mais bem empregada do que esta tal de "genocídio".

  • A grande verdade é que TUDO vai de mal a pior. Estas ideologias e preconceitos do governo estão nos levando a pique em muitos setores. Um SUS forte e bem gerido seria uma tábua de salvação, mas se no comando já não tem quem ENTENDA de SAÚDE, só de pode esperar uma catástrofe. Os militares não querem ser responsabilizados? Não tem como fugir disso. Quem está no comando é o RESPONSÁVEL.

  • Aceitar um cargo para o qual não possui qualquer competência é péssimo, mas pior que isso é tomar medidas absurdas para bajular o chefe e receber vantagens financeiras. Como se a desgraça não fosse o bastante, o milico sequer deixou a condição de militar ativo, o que é um completo absurdo. Como os chefes militares aceitaram participar da trapalhada, nada mais justo que pagarem o ônus.

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