Jair Bolsonaro disse que não aceitará resultado eleitoral que lhe seja negativo se não houver eleições com voto impresso.
Jair Bolsonaro vai indicar André Mendonça para a vaga de Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal.
Cabe ao Supremo Tribunal Federal, acima do Tribunal Superior Eleitoral, validar juridicamente o resultado das eleições que, hoje, não estão reguladas para votos impressos.
A pergunta obrigatória – e que vai se repetir, antes e ao longo da sabatina a que ele se submeterá no Senado – é se Mendonça jrá, publicamente, divergir de seu patrono e sustentar, como ministro, a validade de um processo eleitoral feito nos moldes que até agora é feito.
Ou dará inaceitáveis respostas evasivas a esta questão?
Em artigo na Piauí, o jornalista Diego Werneck Arguelhes, diz que, a esta pergunta, “só há uma resposta certa. Os resultados da eleição, obtidos dentro dos procedimentos adotados pela justiça eleitoral, devem ser obedecidos. Sem condições. Em um Brasil democrático, um indicado(a) [ao STF] que não esteja disposto a rejeitar inequivocamente o negacionismo eleitoral não pode ser ministro do Supremo”.
André Mendonça terá coragem de responder claramente assim antes de que receba a homologação do Senado? Terrivelmente evangélico, é capaz de jurar sobre a Bíblia que não trairá a Constituição, por fidelidade ao falso deus que lhe abre caminho à “terra onde mana leite e mel”, repetida expressão bíblica?
O agora “quase indicado” já abjurou de princípios democráticos montando dossiês e brandindo a Lei de Segurança Nacional contra os críticos do presidente.
Mendonça, desde o início deste governo, mostrou-se “pau para toda a obra” de Jair Bolsonaro, e que obra de demolição dos fundamentos da democracia! Vai se submeter ao risco de ter sua indicação retirada por se opor, expressamente, à desobediência às regras eleitorais?
Quem mesmo está acima de tudo?