Menos inflação, mais juros

Ontem, saiu o IPCA-15, uma prévia do índice oficial de inflação oficial, calculado pelo IGBE.

Encostou no zero: 0,07%.

Os próprios analistas de mercado esperam que o índice final seja zero ou, até, negativo.

Depois de vivermos um semestre de “inflação explodindo e descontrolada”, segundo a mídia, é bom recolhermos a lição de 2011, primeiro ano de Governo Dilma, quando disseram, também, que a inflação ia estourar a meta do Banco Central, que é de 6,5%.

A inflação acumulada em 12 meses até julho, naquele ano, era de 6,87%. Em setembro, o pico, chegou a 7,31%. Um pavor!

E agora?

O acumulado de 12 meses, com zero em julho, ficará em 6,24%. Já abaixo da meta, portanto. Em 2011, só em dezembro o acumulado em 12 meses voltou à meta e cravou 6,5%.

Não há ninguém que acredite – porque não há sinal algum de que isso vá ocorrer, que os índices de inflação de agosto, setembro e outubro sejam iguais ou maiores que os dos mesmos meses de 2011 (0,37; 0,53 e 0,43%, respectivamente). Ao contrário, o que se espera é que fiquem bem abaixo.

O índice anual de inflação, tudo indica, vai fechar em algo pouco acima de 5,5%.

O menor desde 2009.

Onde está, afinal, a tal “explosão inflacionária”‘?

Simples, no aumento de juros que o Banco Central deu aos rentistas.

A mídia, com sua gritaria, tangeu a vaquinha do Estado para onde quis, o Banco Central ordenhou a pobrezinha apertando mais suas tetas financeiras e, pronto, mais leite quentinho para o mercado.

O povo brasileiro que fique com o estômago roncando.

É que, afinal, ao contrario do bezerro, ele não berra como berram os jornais.

Fernando Brito:

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