O jornal A CidadeOn, de Araraquara, publicou ontem a reprodução de diversas telas com mensagens que Walter Delgatti Neto, o suposto hacker, teria trocado com pessoa da cidade, vangloriando-se de ter obtido listas de telefones de “famosos”, entre eles jogador Neymar, Pedro Bial, Galvão Bueno e o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner.
As conversas, ocorridas dias depois de terem se iniciado as publicações do The Intercept, mostram um sujeito fanfarrão, exibindo o resultado de invasões de relações de contatos e falando sobre a impossibilidade de vender o conteúdo das invasões, “agora que explodiu”.
Pior ainda, o jornal reproduz uma tela do twitter de Delgatti (@Waltergrandsonn, Walter Neto, em inglês) dirigida ao próprio Deltan Dallagnol, “explicando” como permaneciam ativos os registros de mensagens, mesmo se estas fossem apagadas, veja:
O que um “hacker” pretende, explicando para o suposto “hackeado”, com seu endereço eletrônico, sua foto e o seu nome, como seu telefone ainda contém as “provas” de que haviam as mensagens apagadas?
Esta história está muito longe do fim e o personagem central é um poço de contradições.
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Datas não batem: Gleen Greenwald ofereceu à Globo parceria na “Vazajato” em 29 de maio. Cel de Moro é “invadido” em 4 de junho. Em 15 de junho esse “Vermelho” tá distribuindo telefones de famosos em Araraquara. Pior que foto-calendário do “juiz ladrão”.
A fala do Moro não é confiável quanto à data, não dá prá considerá-la verdadeira; lembre-se que o próprio Glenn já tinha todo o arquivo em maio. Então, se o Moro não mentiu quanto à data, isso não significa que antes dessa data, ele já não tinha dado acesso ao celular pro cara. O Glenn já disse que o arquivo recebido por ele se refere ao telegram do Dallagnol.
Neste caso, antes de dar crédito a certas notícias, seria bom e prudente verificar o que está por trás, muito especialmente de tudo que foi feito após o 4 de junho, quando Sergio Moro anunciou que seu telefone havia sido hackeado, e até mesmo após 29 de maio, quando Greenwald, por e-mail e depois em reunião, inocentemente alertou a Organização Criminosa Globo que tinha coisa grande em mãos. Ora, estas supostas mensagens trocadas em 15 e 16 de junho, supostamente ocorrem 11 dias após o anúncio de Moro sobre o seu hacker e 17 dias após o alerta na Globo, tempo mais que suficiente para se montar uma armação.
Só como exemplo do cuidado a se tomar: esta fonte do jornal "A CidadeOn" de Araraquara pode ser enquadrada como receptador de crimes de Delgatti, pois sabia de quem estava recebendo (Delgatti) e sabia que era um criminoso de fama na cidade, fatos que um juiz pode usar para obrigar o jornal a entregar esta fonte. E já houve pelo menos um caso parecido no Estado de São Paulo, de um juiz ter feito isso. Será que esta fonte do jornal tem garantia que com ele não, apesar de ter confessado crime, pois está prestando um bom serviço para uma turma muito poderosa?
Outra coisa, só para lembrar: acredite se quiser, o hacker da família Temer, que tinha fotos íntimas de Marcela Temer e ameaçou expor conversas dela com seu irmão que jogariam Michel Temer "na lama" disse que adquiriu, por acaso, as informações em um CD que havia comprado na rua Santa Ifigênia. Será que o ararahacker também não recebeu ou comprou um "CD" em alguma rua "Santa Efigênia", ele que é tão viajado pelo mundo?
Todo cuidado é pouco para não favorecer uma armação em curso.
Este hacker é laranja da cia. Assim, também, foi proveniente da cia o telefonema para Manu em 12 de maio. É o velho "se colar, colou", para provocar o endurecimento do regime e a caça às bruxas da oposição.
Agora a PF vai investigar a fonte desse jornal de Araraquara.
Mas pela mensagem ali no print da conversa ele assume que "agora que explodiu, ninguém vai comprar"; ou seja, ele assume que não vendeu prá ninguém. Podem me chamar de inocente, mas eu acredito que foi esse deslumbrado.
colheita de prova plantada!