Mercado financeiro começa “Operação SOS”

O desgoverno presente e a falta de clareza do caminho da política econômica – se é possível chamar o que temos de “política” e os sinais de uma nova semiparalisação da economia mundial estão, como este blog tem incessantemente antecipado, mergulhando o nosso país em outro degrau – e abaixo – na crise econômica.

O dólar encostou nos R$ 5,77 e os mercados futuros da Bovespa sinalizam que a dose de ontem – queda de perto de 1,5% – deve se repetir no pregão de hoje, acompanhando nova baixa do mercado de Wall Street e uma derrubada ainda mais forte na Europa, o que começa a ir além do simples toque de recolher noturno e deve adotar hoje, começando pela França, medidas muito mais fortes de restrição à circulação de pessoas.

É provável que o Banco Central, vendendo, abaixe um pouco o valor da moeda norte-americana por algum tempo, mas o mercado parece ter força para ir revertendo isso em algumas horas.

Pressão no câmbio – e com sinais de que vai aumentar – significam que preços de alimentos relacionados ao dólar, pelo seu mercado mundial – vão continuar altos e isso joga contra a expectativa do governo de ficar com uma inflação muito abaixo da meta de 4%. Se a taxa de outubro vier, como é esperado pelo mercado, em torno de 0,85%, o acumulado em 12 meses irá a 3,9%.

A perspectiva de aprofundamento da crise está levando a um movimento mundial – e muito mais forte aqui – em busca de proteção na moeda norte-americana.

Este blog tem insistido em que é impossível fazer previsões políticas com o grau de incerteza que temos.

Exceto uma, talvez,: a de que este governo aposta no caos para aprovar políticas absolutamente imprudentes, cortando serviços e responsabilidades estatais e atacando os serviços públicos e os direitos sociais de maneira até há pouco impensáveis.

A privatização da saúde, hoje, é apenas uma delas..

Fernando Brito:
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