Veja quanto se joga e se ganha (e, para isso, alguém perde) no jogo especulativo da venda da Eletrobras, na matéria de Fernando Torres e Claudia Schüffner no Valor:
José João Abdalla Filho, conhecido Juca Abdalla, dono do banco Clássico, viu seu patrimônio aumentar em quase R$ 1 bilhão com a valorização de 50% das ações ordinárias da Eletrobras na terça-feira, diante do anúncio da ideia do governo de deixar investidores privados assumirem o controle da companhia. Com a queda de 11,8% das ações ontem, o ganho caiu a R$ 613 milhões. Com parte da fortuna herdada do pai, o antigo industrial e político paulista J.J. Abdalla, o banqueiro é o maior minoritário da ainda estatal, com 12,5% do capital votante, possuindo ações por meio do banco e também via fundo Dinâmica Energia. A participação acionária relevante, que não é de hoje, permitiu a indicação de José Pais Rangel, executivo do Clássico, como representante de minoritários no conselho de administração da companhia. O Valor tentou contato com Rangel, mas ele não retornou as ligações.
Apesar da inexpressiva visibilidade do Clássico, seu proprietário ficou conhecido por causa das disputas judiciais envolvendo um terreno de 717 mil metros quadrados desapropriado em 1989 pelo então governador de São Paulo, Orestes Quércia. Hoje, está instalado na área o Parque Villa-Lobos. A Justiça decidiu que José João Abdalla Filho tinha direito a 70% do imóvel e Antônio João Abdalla Filho, a 30%. A indenização foi fixada em R$ 1,7 bilhão em valores da época. A indenização foi dividida em dez parcelas anuais, com valor atualizado de R$ 250 milhões cada. Juca Abdalla é frequentador assíduo do Country Club do Rio, em Ipanema, um reduto da velha elite carioca, e é apaixonado pelos desfiles das escolas de samba. O pai do empresário era uma figura polêmica. Foi deputado federal entre 1946 e 1948 (governo Dutra), quando comprou a companhia de cimento Portland de um grupo canadense. Depois da Portland, expandiu seu grupo para outros ramos da indústria, agronegócio e setor imobiliário.
O empresário respondeu a mais de 500 processos na Justiça, chegou a ser preso várias vezes e teve parte de seus bens confiscados pelo presidente Ernesto Geisel para saldar dívidas com os poderes públicos, segundo o Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. Ele não pagava impostos.
Juca Abdalla tem 4% da Eletrobras e tentou entrar na política em 2006, como suplente da candidata ao Senado Teresa Surita, em Roraima. Ela é ex-mulher do presidente do PMDB, Romero Jucá.
PS. Adverte-se um amigo leitor: o gajo é amigo de Temer e cedeu-lhe um helicóptero para passear, como registra o Diário Catarinense: “Em 6 de março de 2016, Temer foi a Tietê (SP) em um helicóptero do empresário Antônio João Abdalla Filho. Sócio da Citrosuco, maior processadora de suco de laranja do mundo, Abdalla é amigo de Temer e esteve em Brasília para comemorar a posse do peemedebista na Presidência, em maio do ano passado”. O amor é lindo!
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Assalto a luz do dia. Pior do que esse:
https://novoexilio.blogspot.com.br/2017/08/o-que-pizarro-e-cortes-diriam-sergio.html
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Não, mas isso pra os coxinhas é apenas "mérito" de quem "trabalha". Pq corrupção e tráfico de influência em negócios mesmo só se for de algum filho do Lula, o resto é tuuuuudo mérito. Temos de fato a maior reunião de asnos que um país pode ter.
Quando governos irresponsáveis decidem oferecer seu patrimônio do povo via bolsa de valores é exatamente isso que acontece.
As empresas públicas sofrem de falta de transparecia, se comportam como empresas privadas.Ninguém sabem quem são seus presidentes, diretores, quem são os acionistas, etc. Putifaria total.