Meu nome é Arena, mas pode me chamar de MDB

O Governo Michel temer parece estar decidido a, em tempo recorde, roubar-nos tudo, até a memória.

É o que faz com essa “mudança” de nome do PMDB para MDB, onde muitos dos que temos perto dos 60 anos andamos no passado, porque era o único lugar onde se podia andar, na oposição ao regime autoritário, com menos chance de “sumir no caminho”.

Principalmente nós, de esquerda, que tínhamos militância de esquerda, clandestina, com coisas que soariam ridículas hoje: codinomes, “pontos” (encontros cronometrados), “finanças” (na faculdade, cineclubes, feiras de livros e outras formas de garantir a sobrevivência de quem estava na ilegalidade).

O MDB, ao menos aqui no Rio, nos dava algum espaço de militância legal, assumida, ainda que difícil, porque era Chagas Freitas o dono do partido e nos sobrava o gueto assegurado pelo pessedista Amaral Peixoto.

Consolávamo-nos  pensando que o chaguismo – conservador e pró-regime – era um fenômeno local e que o PMDB “autêntico” era ou seria maioria nacional.

“Ameaçou” ser, em 1978, mas logo refluiu para seu lugar conservador, com o surgimento, em 1982, do PDT de Brizola e do PT de Lula.

O MDB ficou velho, porque era a “geléia geral”, mas só renegou a frase de Ulysses Guimarães e virou velhaco com o governo Sarney.

Agora, velhacos como Romero Jucá, Moreira Franco e Michel Temer reeditam a velha sigla.

Que é tudo, menos o velho “Movimento Democrático Brasileiro”.

É a paralisia, é o autoritarismo e é o entreguismo.

Precisa mudar de nome, porque, direita que é agora, precisa tentar mudar de cara, como a Arena-PFL-DEM já mudou tantas vezes que nem se lembra mais quem é. E vão por aí os Pode, Podemos, Novo, Patriotas e outros que tais.

O que sustenta o velho Brasil tem de se vestir de novo, de tempos em tempos, para que continue a ser velho e finja ser diferente do que já não nos serve mais.

Desculpem-me os politcamente corretos, mas não dá para deixar de lembrar o antológico samba dos “Demônios da Garoa”: “Eu perguntei então seu nome, você me disse, as amiga me chamam Crarice, mas meu nome é Claudionor“.

 

Fernando Brito:

View Comments (6)

  • Lobos com cara de carneiro , pele , patas e outros trejeitos de carneiro . Enfim a vovozinha já está no estomago e querendo mais .

  • A forma de roubar é a mesma desde os anos 60 sempre se aproximando de quem governa para praticar o mais autentico patrimonialismo, o mais despudorado saque aos cofres da nação. Essa camarilha de políticos junto com significava parte do judiciário e aliado a Midia temos aí a vanguarda do atraso que exploram esse país há centenas de anos.

  • Parece que esta é uma atitude correta. Historicamente, MDB é uma sigla bem mais adequada ao momento atual de semiditadura que o PMDB comanda. Certo, certo mesmo, seria QMDB. quadrilha do MDB. Querem se esconder atrás de sigla, mas não vai dar. É uma canalha bastante conhecida, com incontáveis desserviços ao povo brasileiro e ao Brasil. Os quadros do partido que estão enredados na justiça, se escaparem, do voto (na realidade não voto) não escapam. Não vai ter caixa dois que resolva.

  • Como disse Deus, no filme O TODO PODEROSO:
    "Sabe qual é o problema de vocês (humanidade)? É que vocês esperam tudo cair do céu".
    Enquanto isso, coxinhas esperam o céu cair sobre suas cabeças, para abrir seus olhos. Ou fechá-los para sempre. Como saber?

  • MDB. Qual a ideologia desse partido? Deve ser a mesma do Álvaro Dias, que já trocou de partido 8 vezes. Só falta fundarem o partido TÔ NEM AÍ PRO POVO.

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