Mínimo vai a R$ 1,1 mil, mas não ‘limpa a cara’ do fim do auxílio

Há oito dias, este blog anunciou que a “Prévia da inflação indica alta no INPC e mínimo pode ir a R$1,1 mil”.

Jair Bolsonaro, é claro, tem acesso aos dados quase finalizados do IBGE – que sequer deve fazer pesquisas dia 31, amanhã – e antes de ser atropelado pelos índices de inflação que elevariam, certamente, o mínimo para este valor, anunciou agora há pouco ser este o novo valor do mínimo.

Isso quer dizer que, formalmente, o salário mínimo terá um reajuste de 5,26% e um pequeníssimo crescimento real ante a inflação oficial, a do IPCA – que deve ficar em 5% ou ou tico abaixo disso.

Mas, de fato, perde valor para o trabalhador, porque sua principal despesa, a alimentação, encareceu bem mais que o dobro disso em 2020: 13%. E ainda tem a escapatória do “contrato de trabalho intermitente”, que permite pagar menos que o mínimo oficial.

É uma pequena noticia positiva para o início de 2021, que será marcado por uma queda de renda do brasileiro mais pobre, com o fim do auxílio emergencial, e um elemento positivo para a atividade econômica, porque é dinheiro que se injeta diretamente no consumo.

Mas é pressão na veia dos gastos públicos, que crescem R$ 350 milhões por real a mais no salário mínimo e, com uma diferença de R$ 33 em relação aos R$ 1.067 previstos na proposta orçamentária original, isso representa R$ 11,5 bilhões.

É claro que isso é nada, menos de 1% de despesas previstas para o ano que vem nos gastos públicos previstos em R$ 1,516 trilhão, o equivalente a 19,8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas é algo que irrita o mercado financeiro, de olhos postos em qualquer décimo de ponto percentual do déficit público.

Sem que seja algo que, nem de longe, repare as perdas políticas do fim do auxílio emergencial que se extingue à meia-noite de amanhã.

 

 

 

 

 

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