“Quanto custa uma vaga no Supremo Tri…?”
A pergunta, incompleta mas evidente menção ao STF, lançada por Jair Bolsonaro, sem saber que estava sendo gravado, exige uma resposta de quem a formulou.
Se sabe, precisa contar e, se não sabe, não tem responsabilidade para escolher integrantes da Corte Suprema.
De uma só vez, lançou a suspeita de que os atuais 10 integrantes do Supremo Tribunal Federal tiveram suas vagas compradas, como mercadoria e, por consequência, compensam com seus votos o investimento que neles se fez.
Houvesse dignidade sob a vasta cabeleira do presidente da Câmara, Luiz Fux, estaria havendo um interpelação dura e contundente ao presidente. Mas, se não há, não faltará um ou outro ministro que a tenha e, por isso, exija que o presidente da Corte – de quem Bolsonaro já quis que “enquadrasse” seus pares – que enquadre o presidente da República ao parâmetro básico da Justiça: quem acusa deve provar.
Além dos 10 hoje ministros, a indagação de Bolsonaro expõe o indicado André Mendonça à ter de responder, no Senado, se a sua vaga também está “terrivelmente cara”. E que custo é este, que certamente não é do ministro em potencial, porque suas posses como servidor público não indicam que este preço é pessoal.
Se o preço – inclusive o político, para sermos gentis – será pago por Bolsonaro, a questão passa a ser de como será ressarcido também.
Pode-se até deixar de lado as acusações impessoais sobre como se pagava propina em caixas ou como depois o dinheiro vinha dentro um sapato presidencial, no seu caso, providencialmente número 43.
Mas o preço da cadeira do Supremo, que tem ocupantes, pouco e identificados, não pode ser minimizada.
Ou será que nos tornamos um país tão sem-vergonha que uma fala presidencial deste teor sobre o órgão máximo da Justiça vai ficar na base do “ah, mas o Bolsonaro fala muita besteira mesmo”?
É aceitar que, pela ausência de reação, sejam todos vistos como alguém cujo mandato foi comprado, e caro, para ser pago por suas sentenças.
View Comments (1)
O asqueroso mira Alcolumbre