Mino Carta, com a autoridade de quem tem dècadas de janela a observar pessoas e instituições, publica um artigo valiosíssimo na nova edição da CartaCapital. Petistas ou não, os que resistimos à dissolução dos nossos compromisso e à erosão desfigurante de nossa face política popular e progressistas, temos o dever de mostrar à força política hegemônica da esquerda brasileira que ou ela é de esquerda ou deixará de ser uma força.
Bravo, Mino!
PT, penitencie-se!
Mino Carta
Ouvi de Lula, não faz muito tempo, a seguinte observação a respeito do Partido Comunista Italiano e da longa metamorfose pela qual passou nas últimas duas décadas: “Eis um partidaço que se perdeu pelo caminho”. Não deixei de concordar. O ex-presidente nunca foi comunista, mas reconhecia, illo tempore, a importância e a qualidade do PCI, onde contava com grandes amigos.
O partidão italiano, nascido em 1921 na secessão do Partido Socialista, carregava na queda do fascismo a extraordinária herança de Antonio Gramsci e, em plena democracia, contou com lideranças notáveis, de Palmiro Togliatti a Enrico Berlinguer. Dele brotou o chamado eurocomunismo, capaz de abjurar os dogmas do marxismo-leninismo e de se afastar de vez da URSS stalinista.
Nas eleições italianas de 1976, os comunistas obtiveram 34% dos votos contra 36% dos democrata-cristãos, enquanto se fortalecia a ideia do chamado compromesso storico entre os dois maiores partidos, conduzida por Enrico Berlinguer pelo PCI e por Aldo Moro pela DC. O projeto morreu juntamente com Moro, assassinado pelas Brigadas Vermelhas infiltradas pela CIA, para gáudio da direita, na qual se notabilizaram Giulio Andreotti e Francesco Cossiga, cujas responsabilidades pelo assassínio do companheiro de DC a cada dia se definem com maior clareza.
Após a derrubada do Muro e, mais ainda, da Operação Mãos Limpas, da qual os comunistas saíram limpidamente ilesos enquanto ruía a Primeira República da Itália, o partido escorregou para uma fase de perplexidade e confusão. Mudou mais de uma vez de nome, de símbolos e de bandeiras. Perdeu ímpeto e determinação, depois de ter contribuído de forma decisiva para a transformação da Península de país em escombros derrotado pela Segunda Guerra Mundial em um dos mais ricos do mundo. Um paraíso terrestre para a classe operária. Os trabalhadores.
Não sei se Lula pensava no seu PT ao falar do PCI, embora possa haver alguma semelhança entre os dois, ao menos nos propósitos iniciais. Há uma diferença importante: os comunistas chegaram ao poder quando comunistas já não eram e ali ficaram por seis anos em duas etapas, juntamente com a esquerda democrata-cristã. Foi tardia e insatisfatória versão do compromesso. Os petistas não, e estão no poder desde 1º de janeiro de 2003. A derradeira pesquisa Datafolha diz que Lula em 2014 ganharia no primeiro turno e Dilma no segundo.
Pois é, a diferença reveste-se de notável complexidade. Se o PCI e o PT mudaram não foi pelas mesmas razões. Deu-se que, no poder, o Partido dos Trabalhadores portou-se como todos os demais chamados a movimentar o cenário político nativo, desde sempre clubes recreativos de dignos representantes da chamada elite. Uma exceção, antes do PT, foi o MDB, como frente de oposição, capaz de reunir, sob o comando do doutor Ulysses, todos os resistentes à ditadura, inclusive quantos sonhavam com um partido de esquerda à altura da intenção. Como tal surgiu o PT a partir da reforma partidária planejada por Golbery do Couto e Silva, e assim se manteve, anos adentro, depois do fim da ditadura.
Houve, é verdade, ajustes ideológicos ao longo do caminho, ditados por um salutar pragmatismo e pela adequação às mudanças sofridas pelo mundo. Manteve, porém, correção e coerência, ao passo que o tucanato no governo praticava tramoias e desmandos nunca dantes navegados e provava que o socialismo democrático à brasileira corresponde à pior direita, a mais reacionária.
Lá chegado, o PT de certa forma reeditou o ciscar do pássaro incapaz de voar, embora de maneira mais canhestra, diria primitiva, conforme cabe a quem não dispõe de largas tradições neste campo. Depois de ser governo por mais de dez anos, e na perspectiva do pleito de 2014, o PT prepara suas eleições internas para a renovação dos postos de comando. Não seria a hora de um profundo, desabrido exame de consciência?
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O PT continua o PT. Só que para se governar no Brasil tem de se prostituir.
Militei, fui de porta em porta, fiz boca de urna e mesmo quando passaram a contratarem pessoas para isso, não aceitei receber um trocado, porque o que viria receber com política públicas seria o bastante para todos nós... Não sabia tanto mas sentia o bastante para acreditar que o Partido dos Trabalhadores seria e foi a libertação da palavra, do corpo, da opressão. Em época de Teologia da Libertação, para mim que era uma cristã, e só soube o que é ser uma cristã na análise... Para mim não tem partido tão comprometido com as causas, questões, sofrimentos daqueles com menos oportunidade... Tenho saudade do Partido dos Trabalhados como era... Mas mesmo assim não dou a mínima quando um tucanista pensa ou vem achando que entende de políticas públicas, não para a periferia, não para as pessoas que passam fome, ou estão em situação de miséria nos interiores do Brasil, não quando se trata de condições melhores para os professores ou alunos... não...
Sei não... Tenho verdadeira admiração e reconhecimento pelo que foi feito pelo presidente Lula e agora a presidenta Dilma. E como gostaria de continuar vendo o País ser estruturado como Nação soberana e respeitado internacionalmente e não motivo de chacota como era feito constantemente anteriormente... E sinceramente, será que o povo brasileiro não vai demonstrar que enxerga a diferença dos governos de Lula para cá?
Continuarei votando no PT. Reconheço equívocos. Mas a balança ainda pende para este lado. É inegável o avanço porém concordo que seja necessária a renovação.
Eu resisto e insisto. Tenho saudade do bom e velho PT das lutas sociais, do grande formulador de políticas públicas e dos companheiros que não fugiam à luta. Mas o PT é ainda o único partido que não tem dono, e quando tentam ser, a gente vai lá e diz: "não permitimos a pessoalização partidária". Agora mesmo, em Queimados/RJ, estou numa frente que vai barrar com a burocratização porque não aceitamos que enquanto a mídia, o STF e alguns opositores esmurram o partido, os que conduzem o partido se calam e se fecham nos gabinetes onde sustentam parcos empregos. Qual partido tem eleição para renovar seus quadros e um simples militante como eu pode enfrentar parlamentares e cargos de confiança com reais chances de vencer o PED? Não conheço, nem mesmo os mais à esquerda do PT, um partido com a dinâmica do PT.
Sempre votei no PT e vou continuar votando, e por um simples motivo: não há outro partido melhor que o Partido dos Trabalhadores. Lula, estamos juntos!
Sempre votei no PT e vou continuar votando, e por um simples motivo: não há outro partido melhor que o Partido dos Trabalhadores. Lula, estamos juntos!
Sempre votei no PT e vou continuar votando, e por um simples motivo: não há outro partido melhor que o Partido dos Trabalhadores. Lula, estamos juntos!
Sempre votei no PT e vou continuar votando, e por um simples motivo: não há outro partido melhor que o Partido dos Trabalhadores. Lula, estamos juntos!
Sempre votei no PT e vou continuar votando, e por um simples motivo: não há outro partido melhor que o Partido dos Trabalhadores. Lula, estamos juntos!