Mistério Amarildo perto do fim

Duas notícias publicadas há poucas horas podem significar o fim de um mistério que se tornou motivo de angústia e revolta no país inteiro. Com base em relatório da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, o ministério público deve pedir, nos próximos dias, a prisão preventiva dos policiais militares suspeitos de terem assassinado o pedreiro Amarildo de Souza. Entre eles, está o ex-comandante da UPP da Rocinha, o major Edson Santos. E a família recebeu ontem uma ossada que pode pertencer ao pedreiro.

Os outros policiais acusados são Douglas Roberto Vital Machado, apelidado de Cara de Macaco, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Marlon Campos Reis e Victor Vinícius Pereira da Silva.

A Polícia Civil declarou à imprensa que “Cara de Macaco seria desafeto da família do ajudante de pedreiro e Amarildo quando ele saía de uma birosca, próxima de sua casa. Mesmo com moradores relatando ter pedido para ele deixar Amarildo em paz, o PM Vital teria falado através do rádio com o major Santos, que determinou que o levassem até a UPP.”

Membros da família de Amarildo, incluindo a esposa, Elisabete Gomes, acham que o corpo, encontrado carbonizado num terreno baldio perto da comunidade, é mesmo do pedreiro, pelas semelhanças do tipo de cabelo. Mostras do DNA dos filhos já foram recolhidos para confirmação da identidade.

Fernando Brito:

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  • Morei próxima à estação Flamengo do Metrô do Rio por mais de uma década. Era normal a cada final de semana, após os bailes funk a céu aberto, na favela que fica acima da entrada do metrô - Estação Flamengo - geralmente de manhã cedinho, chegar mais de um helicóptero cheio de militares. Da minha janela, com binóculo, via como aqueles jovens eram tratados. Todos tinha que ficar de frente pra uma parede, enquanto eram revistados. Às vezes, dava pra se ouvir alguns tiros, e logo depois uma aeronave carregando um corpo morto. Sabia que estava morto porque passava rente com minha janela, e num dos bancos do helicóptero caíam as pernas do defunto pra fora da aeronave. A última imagem que tenho em mente é de um par de pernas com os pelos loiros. Como da minha janela se via a antiga Mesbla, e toda aquela região da Cinelândia, tenho certeza de que o caminho do helicóptero era muito além da Mesbla, nos morros muitos distantes dali que minha vista não alcançaria jamais, nem mesmo de helicóptero. Portanto, não tenho a menor dúvida de ter vistos mortos por policiais serem levados para desova nesses locais. Isso é mais antigo que rascunho da bíblia. Agora, ao que sei, geralmente são pessoas ligadas ao crime que caem em desgraça nas mãos de policiais. Não deveria ser assim. Policias precisam cumprir as suas funções, e não se passarem por bandidos.

  • E dificil controlar um policial em meio a essa verdadeira guerra com os traficantes. Acoes nao sei de que natureza precisam ser tomadas para acabar com esse comercio.

    • Uma coisa são as chuteiras do Ronaldinho Gaúcho, outra coisa, amigo, é, conforme a reportagem, não ter preparo para enfrentar situações.
      Situações de risco. Todos estão envolvidos. Militares e moradores. Quem opta pelo outro lado, também. Agora, se valer da pretensa autoridade, 'esculachar - no mínimo - e 'sumir' com o corpo (todos os indícios apontam para isso) depois de tê-lo ASSASSINADO. Aí, meu bom amigo, não há como dar voto de confiança. Tal ato, tem outra denominação. Tá, no Código Penal.

      • Nao sou a favor de crimes. Acontece que se gasta uma fortuna pra prender bandido e nao demora ele ta na rua de novo. Matando o policial.

      • Minha observacao refere-se ao comentario sobre confrontos. Nao sobre o caso Amarildo.

  • Existem ainda muitos amadildos...
    Devemos começar em acabar com essa excrecência que é a policia militar.