O golpe de misericórdia na candidatura do deputado federal Pedro Paulo, candidato de Eduardo Paes, foi um tapa.
E não dos que ele deu em sua ex-mulher, mas o que desfechou sobre um homem, o fotógrafo André Luiz Bezerra da Silva.
É o que garante o meu muito bem informado amigo Fernando Molica, em O Dia:
A divulgação de novo caso de agressão atribuído a Pedro Paulo Teixeira (o registro foi feito por um fotógrafo) e as vaias que ele recebeu domingo, em Madureira, convenceram os caciques do PMDB-RJ de que não dá para sustentar sua candidatura a prefeito.
Nem mesmo Renato Pereira, marqueteiro preferido dos peemedebistas fluminenses, acredita numa recuperação de Pedro Paulo. Ele já comentou com lideranças do partido que alguém precisa convencer Eduardo Paes da inviabilidade eleitoral de seu escolhido.
Com receio de melindrar Paes, a cúpula peemedebista continua decidida a fazer com que a saída de Pedro Paulo da disputa seja definida pelo prefeito. “Vamos deixar o tempo falar”, diz um importante peemedebista.
Se confirmada, é mais uma baixa na geração dos Cesar Maia boys, da qual vieram o próprio Paes, o ex-vice de Serra, Índio da Costa, o ex-“rapador” de camelôs Rodrigo Bethlem e da qual Pedro Paulo é, digamos, a “segunda geração”, pois começou na vida pública como administrador do autódromo do Rio, quando Paes era subprefeito da região, na gestão Maia.
Com Romário às voltas com o revival da história de sua conta na Suíça, desenterrada pelas gravações dos diálogos de Delcídio Amaral, as eleições municipais do Rio de Janeiro vão ficando, cada vez mais, abertas.
Paes, com o mar de obras, sobretudo de mobilidade, que o Governo federal permitiu que ele – e Pezão, também – fizessem (Metrô, VLT, BRT), ainda tem as rédeas do jogo.
Mas numa escala infinitamente menor do que aquela em que os “sabe-tudo” da política o colocavam, poucos meses atrás, o colocavam como “candidato do PMDB à Presidência”, no auge do poder de seu xará Cunha, vocês lembram?
A política, para quem não aprendeu ainda, não tem o “já está eleito” ou “já está destruído”, sobretudo com grande antecedência.
Sobretudo quando o político não tem “luz própria” e brilha apenas por estar no lugar onde jorra luz. O que realça, também, a jaça.
A política marqueteira, esta donna que fascina, mais que as outras, è mobile e a ópera de Rigoletto tinha razão ao dizer que “É sempre um infeliz/Quem a ela se entrega,/Quem lhe confia/Incautamente o coração”.
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http://www.conversaafiada.com.br/brasil/cunha-era-e-e-o-laranja-do-esteves-e-esta-solto
Revela a um só tempo:
- como a turma da grana tomava conta da política e isto se revertia em lucro (descobrirão novas maneiras de fazê-lo após o fim do financiamento privado das campanhas?)
- um truque típico da privataria tucana: adquirir relativamente barato algo que vale infinitamente mais (é como se entrássemos numa concessionária de automóveis de luxo e com apenas R$2 levássemos pra casa um desses 4x4 burgueses de R$300 mil ou mais)
E impõe uma pergunta:
- além do Cunha e do Delcidio, quem eram outros pauzinhos do Esteves na política e também em enredos que, se mal esclarecidos, ainda podem vir a arrastar o Paes e o Romário?
Tudo por acaso e as sujeiras vem à tona. A lava jato pressiona mas retém a sujeirada de uns e outros. Sujeira represada causa danos ao meio ambiente. A lava jato do Moro é a Samarco da 'ética' à brasileira.Quando arrebentar a contenção do PSDB-DEM-PSB e outrozinhos, a lama vai descer de uma vez só. E que o feitiço se volte contra o feiticeiro.
¿ Cadê Janot ?????????????????????????????