Nem merece argumentação o pedido do Partido Liberal, adquirido por Jair Bolsonaro para si e sua tropa para disputar as eleições, para que sejam anulados nada menos que 60% dos votos dados para presidente.
E Alexandre de Moraes foi no ponto em que se exibe todo o golpismo contido nas alegações apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral de que as urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020 não podem ser identificadas pelos “logs” (e podem, porque cada um deles contém de qual estado, zona e seção eleitoral eles vem) desafiando, então, o partido a levantar a mesma dúvida em relação aos outros votos dados nas mesmas urnas, nos dois turnos da eleições.
Isto é, também aos mandatos de deputados, senadores, governadores eleitos com os votos destas urnas.
Chamo a atenção, apenas, para algo que não tem sido mencionado pela imprensa.
A estapafúrdia e golpista alegação da ação apresentada ao TSE não é de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que poderia responder judicialmente pela má-fé.
Ela é, nominalmente, responsabilidade de Jair Bolsonaro, Braga Neto, do Progressistas e do Republicanos, porque foi apresentada em nome e por delegação de todos eles.
Pretender anular dois terços dos votos dos brasileiros para alcançar um resultado que seja favorável ao ainda presidente da República é um escândalo inaceitável, não uma brincadeirinha de fanáticos que sinalizam para extraterrestres com lanternas de celular.