Alexandre de Moraes liberou há pouco os fundamentos de sua decisão de ordenar a apreensão de celulares de empresários e, embora alguns sites insistam em dizer que o ministro do STF usou apenas “notícias da imprensa” para determinar a medida, o conteúdo deixa claro que o que está sendo investigado não são as opiniões autoritárias dos alvos, mas os indícios de financiamento de atos fascistas, um deles o “cerco” do Supremo Tribunal Federal por carretas que, publicamente, simularam protestos de “caminhoneiros”.
Moraes revelou também que atendeu a pedido do o juiz instrutor do seu gabinete, , Airton Vieira, para que se faça um cruzamento dos dados apreendidos nos celulares dos empresário e os resultados da quebra do sigilo telemático do Major Mauro Cesar Cid, ajudante de ordens do Presidente da República.
O ministro afirma, em sua decisão que as condutas dos empresários ” se revelam não apenas como meros “crimes de opinião”, eis que os
investigados, no contexto da organização criminosa sob análise, funcionam como líderes, incitando a prática de diversos crimes e influenciando diversas outras pessoas, ainda que não integrantes da organização, a praticarem delitos.
“Além disso, o poder de alcance das manifestações ilícitas fica absolutamente potencializado considerada a condição financeira dos
empresários apontados como envolvidos nos fatos, eis que possuem vultosas quantias de dinheiro, enquanto pessoas naturais, e comandam empresas de grande porte, que contam com milhares de empregados, sujeitos às políticas de trabalho por elas implementadas. Esse cenário, portanto, exige uma reação absolutamente proporcional do Estado, no sentido de garantir a preservação dos direitos e garantias fundamentais e afastar a possível influência econômica na propagação de ideais e ações antidemocráticas”.
Maas ainda haverá muita chiadeira sobre “abusos” de Moraes. Mas quem interpretar corretamente os fatos, sabe que ele não colocou ainda todas as cartas na mesa.