Se quiser saber qual é a situação de um time de futebol num campeonato ou de um candidato nas eleições, repare no que dizem seus “torcedores”: “meu time não vai ser rebaixado porque se o Flamengo perder de quatro gols do Madureira e o Corinthians , em casa, ficar no zero a zero com o Anapolina, a gente sai do rebaixamento”.
Pois não é que hoje, Merval Pereira, decano do morismo imprensarial, sai-se com esta “combinação de resultados” para definir a chance de Sergio Moro na eleição presidencial e diz que suas chances estão numa desistência de Jair Bolsonaro em disputar a presidência:
“Tudo parece se encaminhar para uma vitória do ex-presidente Lula na eleição presidencial de outubro, a não ser que o inesperado faça uma surpresa.(…) Nem tão inesperada assim seria uma desistência de Bolsonaro, prevendo a derrota certa e sem chance de tornar-se, como Trump nos Estados Unidos de Biden, a liderança contra o PT sem foro privilegiado que o proteja. Eleito senador, Bolsonaro poderia liderar a oposição. Derrotado, pode ir para a cadeia. Sua saída do páreo mudaria a cena eleitoral.”
Claro que no site inominável do morismo, o inefável Diego Mainardi, além de prometer pular da Catedral de São Marcos se houver um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, adora a sugestão e entra na vibe de sugerir impunidade ao Mito como paga a uma desistência de candidatar-se.
A verdade é que deu chabu no Plano Moro e a sua minguada candidatura passou a servir apenas como sobrevida a Jair Bolsonaro, porque lhe serve ao propósito de atacar Lula, único discurso que o ex-juiz terá como bandeira de campanha.
O delírio merválico de que Bolsonaro poderia “liderar a oposição” e que se livraria das acusações simplesmente por estar numa cadeira no Senado é deste de se fazer embarcar num dos foguetes do Elon Musk, como este que vai se chocar com a Lua.
Mesmo se ele desistisse da candidatura e seguisse na presidência, as forças políticas e judiciais cairiam sobre ele impiedosamente.
Quem tem a desistência como opção de fuga não é ele, é o ex-juiz, que perderá menos com uma retirada do que com uma derrota anunciada.