Além do ego gigante, o que move Sergio Moro na busca desenfreada por uma candidatura presidencial?
Ao que se saiba, o ex-juiz não tem nenhuma experiência política e nem sequer administrativa, pois exerceu uma autoridade que não lidera, apenas manda.
Na política e na direção da economia do país não existe o “cumpra-se” que encerra os despachos judiciais.
O “japonês da Federal” não prende a inflação, nem se pode mandar os donos de supermercados para a cadeia como responsáveis pela carestia.
Depois, vai ter aopio do Parlamento ameaçando prender deputados, ou acatamento do Supremo já tendo sido considerado por ele um juiz parcial e descumpridor dos ritos exigidos à magistratura?
A menos que seja para implantar suas obsessões de prender e destruir pessoas, empresas e empregos não se vislumbra qual poderia ser o programa de Moro. Ou, no máximo, que ele fosse fazer o que fez Moreira Franco no Rio de Janeiro, prometendo acabar com a violência em seis meses (agora seria a corrupção) e o resultado foi o conhecido de todos, que levou o “gato angorá” ao posto de governador mais rejeitado do país, àquela época.
Há, porém, um objetivo na eventual candidatura Moro, felizmente limitado por seu próprio desprestígio, que as pesquisas apontam em índices magros de intenção de voto, de sete ou oito por cento na pesquisa mais recente, já com a sua ‘ressurreição’ política.
É a lavajatização da campanha política, visando a enfraquecer – ou ao menos tentar – o ex-presidente Lula e, assim, abrir caminho para a sobrevivência política de seu ex-chefe.
Tomar o lugar de Jair Bolsonaro, no poder e com sua grei de fanáticos parece, ao que se pode alcançar com a vista, impossível.
É mais provável que, afinal, sirva de linha auxiliar para o ex-capitão, tal como foi em 2018, quando acabou premiado com o Ministério da Justiça e acabou perdendo a vaga no Supremo que tanto desejava.
Há mais duas no próximo mandato presidencial.