Moro assará carne humana porque não pode ser “fritado”

Estou pensando em requerer ao Doutor Sérgio Moro a juntada ao processo do “triplex” de umas fotos que o Ricardo Stuckert tirou de mim com o Lula, quando eu o entrevistei.

Porque, afinal, guardam tanta relação com o apartamento do Guarujá quanto as que ele permitiu fossem juntadas aos autos.

As fotos são em Atibaia, não no Guarujá e, no interrogatório, ficou claro que Atibaia é outro processo, que não se mistura.

As fotos provam o quê? Que Lula tinha relações pessoais com Léo Pinheiro? Nunca negou isso. Que Lula toma uma cachacinha? Também não se nega. Que Lula frequentava o tal sítio? Era só perguntar, não precisava invadir com os fuzileiros da PF.

O resto são impressos que, em tese, reproduzem e-mails, submetidos a uma auditoria interna da OAS e seus advogados  – “Attorney Rewiew Comments” – que mostra o cuidado na seleção do material.

Transcrevo trecho da defesa de Lula, protestando contra estas anexações de efeito midiático após encerrada a fase probatória da ação, o que se justificaria apenas por juntada de provas relevantes e – na linguagem jurídica – supervenientes. Isto é, surgidas depois do encerramento da colheita de provas, que terminou qwuando Moro abriu prazo para as alegações finais, na segunda-feirta.

Como o “álbum de fotos”  de Pinheiro é um relatório da PF de mais de 20 dias antes (25/3), deveria ter sido sumariamente desconsiderado, inda mais pelo Dr. Moro, chegado a uma “cognição sumária”.

Moro condenará Lula, assim mesmo, sem nenhuma prova. Por uma única razão: a de que não pode absolvê-lo sem condenar a si mesmo, e inapelavelmente.

Leia um trecho da nota da defesa de Lula, em nota publicada hoje:

A foto de Léo Pinheiro em um sítio em Atibaia que Lula e seus familiares frequentaram em nada altera essa situação. O que essa foto pode mostrar? Que Lula é proprietário do triplex no Guarujá? Que os três contratos citados na denúncia geraram vantagens indevidas para Lula? É evidente que não. Mostra apenas que Leo Pinheiro esteve em um sítio que pertence a Fernando Bittar e que o Ministério Público jamais conseguiu provar o contrário – e jamais conseguirá porque essa é a realidade dos fatos.

Paulo Gordilho, também presente na fotografia, disse em seu depoimento que esteve nesse sítio e lá estava Fernando Bittar, que fez um churrasco na ocasião. Isso só confirma o caráter despropositado da admissão da juntada dessa foto ao processo e as ilações que estão sendo feitas com base nessa imagem.

A foto agora juntada no processo pelo MPF integra um relatório parcial da Polícia Federal sobre uma investigação ainda não concluída, relativa ao sítio de Atibaia. O documento é datado de 25/03/2017, antes, portanto, do depoimento prestado por Léo Pinheiro na ação do triplex. Assim, até mesmo sob o aspecto cronológico a juntada agora desse documento mostra-se indevida.