Moro pede à PGR para processar Santa Cruz e compra a briga do “chefe”

O ex-juiz Sérgio Moro é, definitivamente, um homem de poucas luzes.

E escolheu mergulhar na escuridão de ser um personagem servil. O que, na política, costuma ser devastador para quem aceita o papel.

Com sua situação deteriorando-se – em geral e junto a Jair Bolsonaro – resolveu “mostrar serviço” pedindo que a Procuradoria Geral da República processe Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, vítima da violação da memória de seu pai, Fernando, sequestrado e morto pela ditadura.

Muito bem, é seu direito, embora seja fraca a chance de condenar alguém que disse que ao sugerir ter o conhecimento das conversas gravadas pelos hackers, “banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas” (algo confirmado publicamente pelo ministro João Otávio de Noronha, do STJ).

Bancar, diz o dicionário, é fingir, assemelhar-se, simular. Não é, portanto, o mesmo que dizer que “é chefe de quadrilha”.

Se for esta a interpretação que se quiser dar, o alegado crime será o de calúnia, que é o de imputar a alguém “fato definido como crime” (ser chefe de quadrilha) o que atrairia a competência do STF e, portanto, a insólita situação de ter o Ministro da Justiça, pessoalmente, como parte de um julgamento da Corte Suprema.

Para tentar processar o presidente da Ordem, Moro poderia, como qualquer pessoa, apresentar uma queixa crime como cidadão ou mesmo servidor público, conforme a Súmula 714 do STF.

Preferiu usar o caminho de representar à PGR.

Também é seu direito, embora isso empreste uma natureza de Estado à causa.

Será que espera que Raquel Dodge tenha o mesmo comportamento que ele e resolva comprar a briga de Jair Bolsonaro com seu desafeto?

Põe a procuradora geral numa enrascada quando arrasta o Ministério Público para um confronto com os advogados. Se ela for reconduzida, será interpretado como o preço a ser pago pelo cargo. Se for descartada, vai carregar pelo resto da vida a mácula de patrocinar uma ação deste tipo.

Tudo indica que Moro superestima seu cacife.

Fernando Brito:

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  • Moro puxa o saco do Jair, que puxa o saco do Trump, que puxa o saco...

  • coitado... está em busca de alguma atuação que lhe devolva holofotes e microfones perdidos.

  • Não é bom para o Moro ficar agora criando caso, ele não tem folga para gastar com estas coisas. Enquanto isso, alguns acham que quem defender o status incondicional de colônia dos EUA conseguirá plena cidadania americana. Vai haver uma explosão no país se todos os que estão enganados acordarem de uma só vez.

  • Como dizia minha saudosa avó sertaneja......a decadência moral de uma pessoa é um caminho sem volta. Quando se começa a descer a ladeira da pequenez moral e da completa falta de valores.......não há freio que segure isso. Moro ainda não chegou ao subsolo da DEGRADAÇÃO total......mas está a caminho......O tempo é o senhor da razão.......

  • se vcs visse a mais nova tacada de Moro na tv integrante do PCC elogia Moro e ataca o PT.kkkkkk

  • Esse processo poderá abrir a caixa preta desse ministro, alguém foi mentiroso na questão da destruição das provas, esse vai dar samba.

    • Pois é, semelhante ao dep. Glauber Braga denominando-o "juiz ladrão". Aguardo ansiosamente um processo para se invocar a exceção da verdade...

  • Por via das dúvidas, não se deve afirmar que "Sérgio Moro é chefe de quadrilha”.

    Quem afirmar que "Sérgio Moro é chefe de quadrilha” corre o risco de ser processado/a.

    Eu, por exemplo, jamais vou dizer "Sérgio Moro é chefe de quadrilha”, muito embora eu não esteja nem aí para o fato de que "Sérgio Moro é chefe de quadrilha” ou que não seja verdade que "Sérgio Moro é chefe de quadrilha”.

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