Multidão trumpista, agressões nas ruas: Trump ainda não se foi

Milhares de pessoas nas ruas; muitos cartazes e alguns porretes. Agressões e contra-agressões.

A tarde, ondem, em Washington mostrou que os “trumpominions” estão vivos como força política e, ainda que Donald Trump ceda a presidência, ele e os que nele se representam serão – aliás, já são – um instrumento de desestabilização política do novo governo norte-americano.

As notícias de que Trump estaria adminitndo a derrota e já anunciando uma candidatura para 2024 foram desmentidas pelo próprio, em um tweet macriado:

Ele [Biden] só venceu aos olhos da FAKE NEWS MEDIA. Não admito NADA! Temos um longo caminho a percorrer. Esta foi uma ELEIÇÃO MANIPULADA!

Pela primeira vez desde a Guerra da Secessão, os Estados Unidos têm uma confrontação aberta contra um presidente eleito.

E cria um impasse para o Partido Republicano, onde o medo de perder os votos “trumpistas” leva seus integrantes a se alinharem com o quase ex-presidente.

Biden, por enquanto, pode se manter cautelosamente reconciliador, mas esta postura, indo além de uma rápida transição, não tem como ser mantida.

Aformar-se como reversão das políticas isolacionistas de Trump não acalmará os adversários; caminhar muito devagar, envitando confrontos desagradará seus partidários.

O que era uma primeira impressão, com a forte votação de Trump vai se tornando realidade palpável: os EUA viverão um estado de paralisia política e, depois de um primeiro momento de otimismo, os impasses de sua economia só crescerão.

Deixar para trás o fanatismo fascista não será um processo suave e rápido. E, mais ainda, está longe de ser algo que já se assegurou.

 

Fernando Brito:
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