Começa nos próximos dias a “invasão” do PL de Waldemar Costa Neto pelos deputados e notáveis “bolsonaristas-raiz”. Segundo O Globo, serão perto de 20, vários “peso-pesado”:
Na quarta, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles assinou a sua ficha de filiação. No mesmo dia, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acertou seu ingresso na legenda. O próximo que pode entrar na sigla é Daniel Silveira (PSL-RJ), que ficou preso por sete meses no ano passado após ameaçar a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e já conta com o apoio declarado de Flávio Bolsonaro para se candidatar ao Senado.
Terão votos, claro, e não serão, para a maioria, poucos.
Porém, a esperteza do PL pode ser complicada, a de ampliar sua bancada para mais de 60 deputados. Não é impossível, mas quem serão eles.
O eleitorado de Bolsonaro, em 2022, pelos sinais que emite hoje o eleitorado irá a algo como 25%, pouco mais da metade do que teve em 2018.
A farinha é pouca e tudo indica que, na panela eleitoral, o pirão primeiro será para os bolsonaristas.
O caso da candidatura de Daniel Silveira, o Brucutu que Bolsonaro quer no Senado, como César quis o Incitatus, é bem ilustrativo: Romário lidera as pesquisas de opinião, trocou o Podemos pelo PL para ter o apoio presidencial , mas não importa. Silveira é mais significativo para a tropa, ainda mais com um candidato ao governo, Cláudio Castro, que não irá para o embate político.
Ameaçado de tomar o “drible da vaca”, o ex-craque pode (e deve) até ter mais votos que Silveira, ao final, mas a perda dos votos brucutus, numa eleição de turno único, pode abrir as portas para um candidatura de esquerda, mesmo fracas e desastradas como as que temos por aqui.
Da mesma maneira, transformados em coadjuvantes eleitorais, deputados e pretendentes ao mandato agrupados no PL passam a viver o drama de temer, no resultado, que as vagas fiquem, essencialmente, com os candidatos “bolsonaristas-raiz”.
Esperem, portanto, muitas traições nesta campanha. Não só depois, mas antes da eleição.