Em nada me surpreenderia se a “novidade” da pesquisa Ibope, que sairá na terça-feira, for o “empate técnico”, no limite da “margem de erro” do senador mineiro com Marina Silva.
Não apenas porque esta é cada vez mais a “verdade estatística” como porque, depois do Datafolha, o Ibope não vai encarar sozinho a missão impossível de “segurar” Marina .
Não é possível afirmar que Dilma terá vantagem suficiente para evitar um segundo turno, até porque as campanhas do PT, salvo exceções, são um amontoado de erros e, em alguns casos, como no Rio de Janeiro, também de covardias.
Também não se nota, afora os extraordinários esforços de Lula em São Paulo, uma disposição petista para uma arrancada final, com as devidas ressalvas a Minas Gerais e ao Rio Grande do Sul, o primeiro motivado a fechar já no primeiro turno a disputa entre Fernando Pimentel e Pimenta da Veiga e o segundo a passar em vantagem para o segundo turno contra a pepista-aecista Ana Amélia.
Tomara, aliás, que nessa reta final de campanha haja tempo para que Lula dê o apoio devido – e talvez decisivo – para Armando Monteiro (PTB) e meu bom amigo Paulo Rubem Santiago, dois valentes que enfrentam um rolo compressor pessebista.
Mas se é imponderável se, por estas deficiências, o petismo dará a Dilma forças para uma arrancada final, é certo que a máquina política convencional vai trabalhar.
Já está trabalhando, aliás.
Mas há um problema: embora solidamente unida na oposição ao governo, a direita brasileira não tem líderes e nem mesmo partido, porque o PSDB mingou.
E Aécio é muito ruim como candidato.
O exame mais detalhado dos dados das pesquisas indica que as perdas contínuas de Marina Silva pouco têm se revertido em seu favor. Em quase todas as faixas de renda, o que Marina perde, essencialmente, perde para Dilma.
Entre os que consideravam “regular” o Governo Dilma (38% do total de eleitores) a vantagem de Marina sobre a Presidente, no intervalo de uma semana entre as duas últimas edições do Datafolha, caiu de 14 pontos percentuais(39% a 25%) para apenas cinco (33% a 28%).
O que é sinal de que quando mais se atira (ou é atirada) para uma oposição feroz a Dilma e Lula, mais Marina perde nesta faixa intermediária, sem que esteja conseguindo ampliar seu predomínio entre os 22% que consideram ruim/péssima a administração federal.
Mas se Marina afinar o tom histérico com que ataca o Governo abre espaço para Aécio conquistar votos neste segmento. E perder votos aí poderia significar arriscar-se a uma inversão de posições com o mineiro. É nisso em que ele aposta, ao atacar a ex-senadora por suas origens petistas.
O laço está se apertando sobre Marina, como sintetiza muito bem Antonio Jímenez Barca, hoje, no El País.
Ela caminhou tanto para a direita que vai se esboroando ao centro.
E, à direita, vai perdendo o charme na mesma velocidade em que deixa de ser a “esperança verde” de uma derrota do lulismo.
É por isso que Aécio, o “macarrão sem sal e sem molho” ainda está fora da disputa totalmente, apesar de ter chegado ao impensável de afundar em Minas, seu suposto feudo eleitoral.
Se ainda faltassem 15 dias para a eleição, eu seria capaz de apostar aqui numa inversão de posições. E a mídia também o faria, em lugar de estar “batendo cabeça” sobre para onde deve soprar nesta reta final.
Ainda assim, não é impossível que o sobe-e-desce a produza. Apesar da inacreditável falta de apelo de Aécio Neves.
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Uma coisa é certa, de hoje até sábado, dia da eleição, o PT estará sobre forte bombardeio da mídia. começou ontem pela Veja( sempre ela!), hoje pela folha de são Paulo e vai nesta toada até sábado. Haja estomago!!
Não só estes mas também o portal UOL que é da folha. Só traz manchetes para atacar o governo e o PT. Precisamos urgente de uma regulamentação da midídia.
A última frase de Marina, após a apuração no próximo domingo: "Perdi ganhando".
"As campanhas do PT, salvo exceções, são um amontoado de erros e, em alguns casos, como no Rio de Janeiro, também de covardias."
Acompanho regularmente o Tijolaço e é a primeira vez que vejo uma afirmação desse tipo. Se não der tempo agora, seria possível desenvolver essa conclusão depois? Quais seriam esses "erros amontoados" da campanha?
Assista às chamadas de Lindbergh sobre a "nova política"
É também não entendi muito. Creio que este amontoado de erros a que te referes deva ser em RJ e SP. Aqui em SC o PT faz para mim uma campanha até surpreendente, no quadro de candidatos, na mídia e na militância. Todos sabem que aqui é um reduto Direitista dos maiores do Brasil, com verdadeiros feudos familiares como os Borhausem e Amim, que mais se parecem Monarquia. Contudo um bom candidato a Governador -o Claudio Vignatti- bons quadros a Dep. Federal e Estadual. Fraco é o candidato ao Senado, Milton Mendes, que passou maior parte do tempo sentado num sofá, discursando, como se fosse um pachá dando receitas administrativas (não se elege nem que a vaca tussa) o que é uma pena, pois justo no Senado SC é carente. Fora isto -vim do RS acostumado com a peleia de lá- até me surpreendeu o PT daqui, espero que continue melhorando. De resto, no Brasil, esperaria exemplos dos amontoados de erros, até para perceber e aprender.
Se houver 2o. turno é melhor para a Dilma ter o Aécio como oponente do que a Marina. Os votos dos Aecistas e daqueles que odeiam o PT já migraram para Marina e voltaram parcialmente, para o Aécio. Assim, parte dos votos da Marina iriam para a Dilma e não para o Aécio, principalmente porque muitos marinistas vão, e com razão, atribuir a derrota da Marina principalmente ao Aécio, pois foi ele que, ativamente, deslocou a Marina para 3o. lugar. Feitas as contas, para uma ida ao 2o. turno do Aécio seria inevitável uma distância ainda maior da Dilma, quase ganhando no 1o. turno, o que dificultaria já de saída a vitória de alguém "lá em baixo". Somado a estes argumentos objetivos, vem outro subjetivo mas não menos importante que é a fraqueza do candidato Aécio, até mais fraco que a mitômana Marina.
O PT vai ganhar em Minas, tem boas chances no Rio Grande do Sul, no Ceará e até mesmo na Bahia.
Agora no Rio e em São Paulo: UM FIASCO.
Daniel, não entendi "até na Bahia". A Bahia, especialmente a Capital e as grandes cidades do interior sempre tem posicionamento favorável a uma política mais de esquerda, o que pode ser comprovando, vendo-se a taxa de votação em Lula, até quando ele foi derrotado, e em Dilma. Se informe melhor companheiro!
Porque na Bahia, o candidato do PT está perdendo para um carlista. Mas tudo aponta para uma virada.
O que estamos sentindo na Bahia realmente é uma virada de Rui Costa/PT pois a campanha de rua tem revertido os votos carlistas. Nas pesquisas tem dado ganho no 1 turno do carlismo, mas isto na Bahia nunca foi confiável basta ver as pesquisas da eleição e reeleição de Wagner, onde o resultado estava invertido.
Não vejo nada de errado na campanha do PT,acompanho pelo MUDA MAIS,e a militância está nas ruas,e em todos os bairros,o que concordo é aumentar mais ainda o corpo a corpo.
Acho que o melhor apelido para o Aécioporto seria VENTRÍCULO, porque transmite o discurso da direita e do FHC contra o PT e fala ao vento.
Os erros do PT,está na origem.Lançar candidatos próprios no Rio e Paraná,são um exemplo disso.Imaginem que o PMDB,lançaçe um candidato à Presidência?Tirando alguns do PMDB,tipo o DEPRIMENTE E SEMPRE DECADENTE PEDRO SIMON,eles que tem
larga experiência,tentam comer o mingou,pelas beiradas.Coisa no PT,que poucos sabem fazer.Alguns estão presos,e o Lula e poucos mais,estão sós.O PT,tem que descer do PULEIRO.Não são perus,quanto mais pavões!
Marco, o PMDB não apóia o PT em diversos estados: RS, BA, etc. Então, não tem do que reclamar! O PT faz certo em lançar o Lindbergh pois o Pezão é um político carreirista que se aliou a direita mais retrógrada e conservadora do estado. E todo o PMDB do Rio está apoiando Aécio, mas o Pezão dá uma de cínico dizendo apoiar Dilma. O ero está justamente no fato da direção nacional do PT aceitar esse "jogo duplo" sem exigir do Pezão e do Cabral uma contrapartida por todos esses anos em que o Rio e o PMDB foi beneficiado nos governos Lula/Dilma.
Acredito que o carioca se não for tão ingrato, votará Dilma. Foi o Estado que mais se beneficiou com os petista. São Paulo só Freud explica. Eles ainda acham que são a república do café, ou a política do Café com Leite, a mente não evoluiu, desde que seja os "ricos"no poder. Vá se entender. Já o restante do Brasil, com um pouco mais de trabalho, vamos trabalhar e muito, acredito que dê para levar no primeiro turno, caso contrário com uma boa margem de votos. Estamos nas ruas fazendo a campanha, ontem mesmo as cidades do Nordeste houve as atividades do partido do Nem que a vaca tussa, agora o pessoal já está na rua. Não posso acompanhar, por estar doente com hérnia de disco, meus irmãos foram, eu fico na internet postando tudo de bom que encontro de Dilma para desmascarar marineca e aecioporto. Não podemos deixar a peteca cair. DILMA COM FORÇA E FÉ!
Se não há um jeito único de fazer a militância no PT é porque a militância combativa, autônoma e anônima do PT não passa pela coordenação da campanha para pedir orientação. Uma pessoa ou grupo, de livre iniciativa pode puxar uma caminhada, uma carreta, um bandeiraço, um corpo a corpo e tudo mais que houver. Ontem mesmo uma amiga me chamou para uma bandeirada em uma via. Estávamos bandeirando as duas e carros foram parando para juntar-se a nós. Em pouco tempo éramos 43 pessoas bandeirando. Á noite resolvemos panfletar nos bares e logo conseguimos adesão de alguns companheiros. Assim como nós, sei de centenas de pessoas e grupos que agem assim, na força e na garra. Tudo no improviso e na certeza que estávamos agindo em vez de ficar em casa esperando o pior acontecer. A verdadeira militância do PT muda com o tempo, mas nunca muda de lado e é essa a maior riqueza do partido.