Não há “onda Bolsonaro’, o campeão da rejeição

Há uma grande “onda” sobre um possível fortalecimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais, embora tudo o que se registre em seu favor são oscilações de um ou dois pontos percentuais, sempre dentro da margem de erro das pesquisas.

Não creio neste ganho de musculatura, até porque seus patamares de rejeição continuem praticamente nos mesmos níveis, sempre acima de 60% e, portanto, com um “teto eleitoral” inferior aos 40%.

Da mesma forma, os índices de Lula continuam, na prática, inamovíveis e a rejeição circulando em torno de 40%. Teto, portanto, perto dos 60%.

É, aliás, o que dá nas simulações de 2° turno: os 53% de Lula e os 33% de Bolsonaro equivalem, considerados apenas os votos válidos, em 61,2% a 38,8%.

Vocês devem se lembrar que, nos planos dos candidatos da “Terceira Via”, contava-se alcançar níveis de 15 para as candidaturas de Sérgio Moro e de Ciro Gomes, o que seria o patamar de uma “virada” no processo eleitoral. Não chegaram à metade e, enquanto Ciro parece ter “travado” nos 7 a 8%, os sinais políticos apontam cenário ainda pior para o ex-juiz de Curitiba, que tem índices de rejeição, tal como os de João Doria, quase “bolsonarianos”.

A pesquisa XP/Ipespe, que dá estes números (veja abaixo os da intenção de voto), é bom frisar, foi feita antes do reajuste “bomba” dos combustíveis. E isso, sim, pode ser uma “onda” danosa ao atual presidente.

Tudo segue nos mesmos patamares de antes, com Lula precisando conquistar apenas mais 2 ou três pontos para que vencesse no primeiro turno.

Não existe nenhuma alteração substantiva e é natura que a máquina do governo pudesse, antes dos últimos acontecimentos, dar alguma sustentação a Bolsonaro, que tem um núcleo de apoiadores invulneráveis a qualquer argumento ou situação e conta com o início do auxílio-emergencial.

E não há também, portanto, nenhuma grande alteração necessária à estratégia de Lula. Ao contrário, como em qualquer competição, chegar ao ápice faltando pouco mais de seis meses para a decisão, poderia trazer fadiga à sua candidatura.

 

 

 

 

Fernando Brito:
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