Em julho de 2011, o Governo Federal lançou o programa Água para Todos, que previa, até este ano, a instalação de 750 mil cisternas para o abastecimento de água na região do semi-árido.
No final do mês passado, a meta foi alcançada, com 750.565 reservatórios, com 16 mil litros de capacidade de reservação, em 569 municípios.
Depois de décadas, mais de um século até, da ideia de “combater” a seca, que é o mesmo que “combater o que é natural”, mudou-se o eixo para “conviver com a seca”, sem ter de deixar a terra.
Não é muita água, não.
É o que São Paulo ou o Rio consomem em três ou quatro dias, se tanto.
Muitas estão com pouca água, até bem pouca em algumas, porque a seca – que não é novidade nenhuma – veio mais forte do que aquela em que, há 15 anos, comiam calango e peregrinavam por uma lata d’água.
É pouca, mas é a diferença entre ficar e partir.
Uma dúzia de famílias inconformadas que fazem as malas para Miami são bom e colorido assunto para os jornais.
Três ou quatro milhões de pobres que não têm mais de fazer a trouxa e se por nas sofridas marchas que as Vidas Secas de Graciliano Ramos descreveram, não são.
Não são notícia, mas existem.
Os meninos de São Paulo, provavelmente, as leram na escola, mas talvez nunca tenham acreditado que existissem.
Ou que pudessem, nos devaneios da seca, pensar o que pensou Fabiano, o retirante.
Chegara naquele estado, com a família morrendo de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado a camarinha escura, pareciam ratos – e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
– Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
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Fernando,
Por quê vídeos com esse não passam nas salas de cinema de todo o Brasil antes do início das sessões de cinema. Muito mais barato e eficiente do que anunciar no PIG.
Excelente ideia José Carlos.
É isso, mais barato e bem mais eficiente porque informa e fixa mais.
Genial!
Até quando, Fernando . que só atrves do seu blog, minha familia e meus amigos terão noticias verdadeiras sobre nosso Brasil
Eu amo e odeio São Paulo.
Essa pequena frase diz muito sobre a cidade dos contrastes, feiura e beleza fazem uma intricada dança pelas ruas. Essa é a cidade que transborda cultura e ao mesmo tempo tem total carência dela.
Andando pelo centro vemos a beleza arquitetônica do passado, vigas, paredes e pinturas que contam a historia da cidade e que estão completamente abandonados, destruídos pelas intempéries do tempo e esquecidos pelas pessoas que, muitas vezes, os acham coisas velhas e feias. Ainda no mesmo Centro vemos a diversidade cultural nas roupas, trejeitos e sotaques de todos que por ali passam, tribos se cruzam, musicas se misturam e tudo se torna uno. Ao mesmo tempo temos aqueles que rastejam pelas ruas, se esgueiram pelos cantos e vivem em condições precárias na busca incessante por mais um trago que o faça fugir da sua triste realidade.
Na periferia a cultura transborda, no RAP, no Grafite, no Hip-Hop as pessoas desses lugares suprem sua carência por cultura criando seus próprios movimentos culturais, mas ainda estão fadados a violência policial, ao abandono das politicas publicas
e aos preconceitos da intitulada “Elite”.
Nesta cidade temos gente boa, que sai nas ruas para protestar por seus direitos e sua liberdade, enquanto outras saem para pedir exatamente o contrário, tristemente gritando por “intervenção militar”.
Eu amo e odeio São Paulo, infelizmente aqui as divisões são bem claras, onde mora o rico não passa gente “diferenciada”.
Que saudades do PRIMO CARBONARI, dos tempos da DITADURA que mostrava as obras e ações do Governo antes da cada filme. Porque é que a DILMA não ressuscita isso ?!?
"O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES - O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS"
Como não se ter os votos dessa gente, depois de se realizar programas como esse? E o PSDB sugere que estes votos não têm valor, porque foram dados por pessoas desinformadas. Existe alguma coisa que informe melhor o cidadão que a própria mão da Nação que traz a água e impede seus filhos de morrerem de sede? Este voto tem mil vezes mais valor que o voto do abastado, porque foi dado por reconhecimento a quem soube intervir para evitar a desgraça, foi dado a quem soube sarar uma ferida mortal. A menos que alguém julgue que estas pessoas não são humanas, não são brasileiras e não são cidadãos.
Esses programas devem ter prosseguimento, ser ampliados e novos criados. Mas também é preciso olhar para os que já tiveram ascensão. É preciso garantir e ampliar as conquistas da classe C. Há no ar ameaças de golpe que são indícios preocupantes. Para afastá-las é preciso ampliar a base social do governo. Para isso é fundamental reconquistar a classe C do centro-sul do país. Recomendo o texto simples e objetivo abaixo:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR.html
O programa Água para Todos tem que ser aplicado em São Paulo também.
São Paulo já implantou o seu; Esgoto para Todos.
NÃO CONHEÇO O NORDESTE,EMBORA SEJA FILHO DE NORDESTINO,NO ENTANTO,ME SINTO COMTEMPLADO,VALEU LULA/DILMA,TAMO JUNTO!!!
Será que foi sobre isso que a Presidenta Dilma foi ter uma conversinha de pé de orelha com o Governador Geraldo Alckmim hoje?!? "Geraldinho, é o seguinte...presta atenção...!"
Brito acho que algo do que falas. Testemunhei com meus próprios olhos! Semanas atrás, agora mesmo em outubro, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, viajei em férias a Fortaleza-CE. E de lá segui para Jericoacoara-CE por cinco dias e quatro noites. A viagem leva de seis a oito horas partindo da capital. E mais uns quarenta minutos em "jardineira" até o belo lugarejo partindo de Jijoca-CE. Um paraíso de belas paisagens, praias e lagoas de água doce! O turismo por lá continua bombando! Nessa longa viagem pude observar pela janela da Van que me transportava, mesmo de forma superficial, uma rápida melhora na paisagem e nas condições da vida da região desde que estive por lá em 2012. Muitas casas de alvenaria, nitidamente, recém-reformadas. Pouquíssimas casas de pau-a-pique. Dezenas, talvez centenas, de cisternas “azuis” como essa da foto que ilustra o post nos casebres a beira da estrada. E não é só isso, não! Apesar de ainda persistir uma forte desigualdade entre o Sul-Sudeste "Maravilha" e o Norte-Nordeste, os avanços e melhorias das condições de vida nestes últimos doze anos são visíveis e palpáveis por lá. Além da enorme redução da desnutrição infantil e da pobreza extrema já conhecida por nós, grande parte da população melhorou sua renda e adquiriu motocicletas, por exemplo, o que é compreensível já que o transporte público coletivo ainda é algo muito precário. Dessa forma, jegues e burros se tornaram, definitivamente, coisas do passado como veículo de transporte! Óbvio, ainda existem muitos, mas em grande parte vivem livres e abandonados, quase selvagens pela caatinga ou mesmo próximo ao litoral onde visitei. Ah! Vi também muitos Parques Eólicos! Perdi a conta! Segundo relato de uma humilde moradora local com quem troquei alguns dedos de prosa, as crianças estão frequentando mais a escola, deduzi que aquilo se devia ao Bolsa Família, mas também porque, segundo ela, os ônibus escolares do Programa Federal "Caminhos da Escola", de cores amarela/preta, chegaram por lá levando e trazendo a molecada de casa para a escola e vice-versa. Eu mesmo vi alguns deles circulando pela estrada! PS: Detalhe! Muita gente dirige moto "em família" na garupa, sem habilitação e sem capacete. Não me admira a alta incidência de acidentes já detectada pelo Ministério da Saúde na região! E a oposição ainda “tonta” se pergunta porque tomou uma “lavada” de mais 70% de votos para a Dilma e o PT na região...
É o preconceito de pessoas desumanas que nos dão força para continuar a lutar pela mudança implantada no país desde 2003. Não podemos de forma alguma nos deixar esmorecer pelos ataques da mídia e da rede social. E muito menos esperar a eleição de 2018 para mostrar as mudanças que o país vem sofrendo.