A nota divulgada pelo Deputado Eduardo Cunha sobre as denúncias do Ministério Público da Suíça, que encontrou e bloqueou quatro contas onde ele – e também sua mulher e filha – eram os beneficiários de quase US$ 5 milhões não ousou desmentir formalmente a existência dos depósitos no exterior, com a clareza que poderia fazer que, de fato, não os tivesse.
Seus dois primeiros itens – o resto é o chororô de estar sendo vítima de uma perseguição do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, do Governo e do PT – estão lavrados assim:
1) O presidente desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus advogados, o presidente se manifestará.
2) O presidente reitera o teor do seu depoimento prestado a CPI da Petrobrás de forma espontânea.
Ora, para ter acesso, deveria pedi-lo, porque os documentos, que envolvem sigilo bancário, ainda não foram revelados pela PGR, embora ela tenha confirmado que são dele as contas. “Não sei” não é o mesmo que “não tenho”.
Mas é o segundo item que merece atenção, pelo conteúdo de “chicana” que contém, bem naquela linha do “isso o advogado ditou”.
Na CPI, Cunha declarou: “Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda”.
Primeiro, Cunha ressalta que prestou o depoimento “de forma espontânea”. Portanto, não na condição de testemunha ou de investigado, o que daria valor formal às suas declarações.
Depois, tecnicamente, as contas são de empresas offshore e Cunha consta delas como “beneficiário”, não como correntista. Porta aberta, portanto, para dizer que “não sabe quem botou o nome dele lá”, como se uma desculpa destas fosse colar, embora juridicamente possa servir, na situação de desespero que terá de enfrentar em juízo.
No julgamento político, que é o de decoro parlamentar, vale zero.
Lembra a piada que ouvi uma vez sobre um rapaz casado que estava tendo um caso com um amigo, numa relação gay e, desconfiada, a sua mulher o interpela: “seu sem-vergonha, você está saindo com outra mulher?”
– Não, querida, eu juro!
Tecnicamente, era verdade.
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Infelizmente a Justiça no Brasil é lenta, mas isso não vem ao caso afinal ele não é do PT.
Lenta não... SELETIVA!
Precisa verificar se ele forneceu endereço válido, senão a citação vai ter que ser por edital,....daqui uns 15 anos....
E o Cunha vai ficando sem chão pra pisar
Qdo vao pegar este falsario
Paladino da imoralidade
Falso profeta.
Ri demais dessa charge. Faltou o "Senhor, senhor!"
Olho nas fronteiras...
Esse não sai do Brasil de jeito nenhum. Está igual ao Del Nero. No Brasil sabe que está à salvo (por enquanto).
Sugestão para a globo de Frase do Ano, no seu programa "Melhores de 2015", proferida pelo grande brasileiro Cunha:
OS OUTROS NÃO ME INTERESSAM, QUERO OS MEUS US$ 5 MILHÕES IMEDIATAMENTE
A estratégia de Eduardo Cunha não é inédita, infelizmente...
O professor-doutor nessa matéria, Paulo Maluf, já a utiliza há anos!
Há possibilidade de Maluf ajuizar ação por plágio, com pedido de vultosa indenização por violação de propriedade intelectual.
Que o CÚnha seja extraditado.Só assim poderá ser preso. Se depender do nosso judiciário nada vai acontecer por aqui.
Interessante o zoológico das ideias.
Querem tratar o Cunha como o criador e único 'beneficiário' do Petrolão. E mais, como o único dessa laia PT-PMDB-PP que tem conta secreta na Suíça, ou, Bélgica, ou Portugal, ou Ilhas Virgens....Cunha se refestelou da comilança patrocinada pela petralha.
Claro que isso é bafafá requentado de gente que quer esconder o epicentro do escândalo que é o governo Lula-Dilma.
O Cunha foi delatado em janeiro desse ano junto com uma corda de caranguejos que entre outros políticos de vários partidos tem os petralhas, Mercadante, Mentor, Vacarezza, Lindberg, Gleise, Mercadante, Edinho, Humberto Costa e Cia.
Prova que os delatores não mentiram. Assim como as contas também na manjada Suíça que bancaram as eleições dos petralhas.
Logo, Cunha não tem que perder a presidência da Câmara. Tem que perder o mandato, ser cassado.
E o mesmo com todos outros políticos na mesma situação, independente de partidos.
O mesmo vale para Dilma.
E para o Lula, que segundo seu aliado Pedro Correa delatou foi o 'pai' do Petrolão.