Números mostram que não há “aposentados precoces’

O G1 publica números oficiais da Previdência que desmancham a tese que que a aposentadoria precoce – embora exista, pontualmente –  não é a carga essencial da Previdência no Brasil.

E que, pelos padrões atuais, ninguém vai se aposentar com os valores integrais de seus proventos..

Está lá, na incontestável frieza dos números.

Só o, 19% dos contribuintes da Previdência se aposenta, com menos de 25 anos de contribuição.

Dezenove em cada mil brasileiros que se aposentam, por condições extraordinariamente pesadas e arriscadas de trabalho, como o pessoal de mineração ou  exposto a agente nocivos.

Depois, já incluindo professoras e outras categorias com direito a aposentadoria precoce, por insalubridade, mais dos 25 aos 29 anos de contribuição.

De novo, ainda assim, pouco: 12% dos que se aposentam estão neste critério.

87% dos brasileiros  aposenta-se com mais de 30 anos, incluídos aí homens e mulheres.

Considerados os 35 anos exigidos para os homens, 55%, porque o gráfico, do qual tirei a marotice, coloca juntos os que se aposentam com 35 anos com os que (a maioria mulheres, que têm este direito) o fazem depois dos 30 anos atualmente exigidos.

Depois dos 40 anos de serviço, um pouco menos de 5%.

Não há o número na pesquisa, mas é fácil deduzir, pelas proporções, que os que vão até 49 anos de contribuição e  que atendem ao monstruoso critério não devem ser sequer meio por cento dos trabalhadores.

Como  conseguir emprego formal depois dos 50 equivale a fazer  o terno na Loto e, depois dos 60, ganhar a Megassena acumulada, é possível dizer que ninguém, de agora por diante, terá aposentadoria integral.

Este é o quadro dantesco que o Governo Temer e sua maioria parlamentar querem impor aos brasileiros.

Claro que não para todos, porque eles têm a deles, garantida, desde os cinquenta e poucos anos.

 

 

 

Fernando Brito:

View Comments (8)

  • O problema é que nós não aprendemos fazer manifestação espontânea. Sugiro todos os trabalhadores ficarem em casa nessa sexta-feira, como forma de protesto. Parem tudo, nada deve funcionar, só por um dia. Não esperem o dia dá votação do novo Regime Previdenciário, façam manifestações, lutem. Nas próximas eleições votem em candidatos comprometidos com o povo é não em zé ruela comprometido com o bolso.

  • Fernando brito bom dia, gostaria que pesquizasse as declaracoes de odio do publicitario da Petrobras do governo Lula e Dilma Fabio Fernandes. dono da Fazca a Lula e Dilma... sera porque Dilma levantou o veu da corrupcao e proprinas da Petrobras? acho que merece investigacao do Mp, e receita federal, se e que ja nao estejam investigando, e muito odio, gostaria de entender, sinto que existem razoes inconfessaveis, aliaz, nao apenas eu mas a sociedade brasileira. Mas sugiro aos que nao concordam com o sr. Fabio fernandes com esse odio, descompenssado, que nao consumam os produtos anunciados pelaa agencia de publlcidade do agressor ao melhor presidente que o Brasil ja teve Luis Inacio Lula da Silva e Dilma Roussef, reconhecidos pelos brasileiros e mundo. Estou pesquizando o historico do mesmo, mas voce tem mais condicoes de faze-lo, os insultos estao no 247. Grata Maria do Carmo

  • Fernando Brito, me perdoe, os insultos aos maiores estadistas do Brasil Lula e Dilma estao no Diario do Centro Do Mundo e nao no 247, pelo menos ate esse momento. Grata Maria do Carmo

  • Eder, porque? Só conheço privilegiados na aposentadoria os que estão no judiaçãoiario ( topo ) e legislativos. O trabalhador comum que é descontado só perde. Falta algum esclarecimento.

  • O problema maior será para o trabalhador manter a condição de segurado. Se estiver desempregado há mais de 3 anos quando atingir a idade mínima, e não estiver contribuindo como autônomo, adeus aposentadoria. Veja o que diz a Lei 8.213 (lei de benefícios da previdência social):

    "Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

    I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

    II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

    III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;

    IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;

    V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;

    VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.

    § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

    § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

    § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.

    § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos."

  • O principal problema da previdência está nos funcionários públicos. Militares em especial... Mas não serão eles a pagar!

    • Na verdade, a pressão brutal que se faz por essa nova reforma da Previdência Social tem a ver com a privatização do setor, exigida pelo grande capital financeiro. E essa pressão acontece não só no nosso país, mas em inúmeros outros pelo mundo afora.
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      Se tu estás pagando regiamente a tua mensalidade para a PS e sabes que os recursos estão sendo bem administrados, tens a certeza de que, depois dos 30, 35 ou mais anos, terás direito a uma aposentadoria digna.
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      Então, dificilmente, te interessarás por uma previdência privada; não precisa. Possivelmente, tu mesmo administrará uma poupancinha que vais fazer para ter um "extra" ao se aposentar. Para que pagar taxa de administração em planos privados?
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      Então, é preciso inviabilizar a Previdência pública, aos olhos dos trabalhadores, para que estes se vejam obrigados a correrem atrás da privada.
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      Este é o jogo, nojento, abjeto, perverso, que o Sr Temer e toda a banda podre que tomou o poder via golpe de Estado, ajudados pela podre grande mídia, estão jogando, ao mesmo tempo em que tentam nos convencer de que é inevitável a reforma que querem impor.

  • Não, meu caro Vitor. O problema da Previdência Social brasileira nada tem a ver com qualquer dessas alegações repetidas ad nausean pela podre mídia hegemônica.
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    Conforme a Associação Nacional dos Fiscais da Receita Federal [Anfip], portanto, gente que está familiarizada com todos os números do governo federal, de 2007 a 2015 o superávit acumulado da PS chegou a quase R$ 600 bilhões.
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    Ainda conforme a Anfip a dívida ativa à PS montava, até o citado ano, R$ 370 bilhões, enquanto a dívida administrativa batia nos R$ 120 bilhões. Se somarmos tudo isto à sonegação e às desonerações, é de imaginarmos o quanto estão roubando dos trabalhadores e do povo brasileiros.

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