O apoio tóxico de Bolsonaro

A 20 dias da eleição municipal, Jair Bolsonaro promete uma ausência providencial nas campanhas dos candidatos a prefeito das mais importantes capitais do país.

Os candidatos que apoia explicitamente nem sequer conseguem chegar perto dos índices de popularidade que as pesquisas dizem que o presidente alcança.

Caminham rapidamente para a rabeira ou então já estão por lá.

Marcelo Crivella terá 10% dos votos do Rio de Janeiro não por conta do apoio do “Mito”, mas pela sólida máquina pentecostal de arregimentação de votos.

Celso Russomanno, em São Paulo também vai minguar a índices próximos de seus pontos no Ibope com a apelação primária aos direitos do consumidor, do qual ele é “valentão” ao lidar com pequenas empresas, mas manso ao encarar os grandes grupos que os lesam em volume muito maior.

Ainda reflete o conhecimento do telespectador, mas cada vez mais recolhe o descaso do eleitor.

Em Belo Horizonte, o “minion” Bruno Engler arrisca ter menos votos para prefeito do que teve, em 2018, como candidato a deputado.

Em quase todas as capitais, o cenário é o mesmo: ruim e tendendo a piorar.

Dois anos depois de ter vencido a eleição presidencial como um lobo solitário que uivava ódio, Bolsonaro continua assim na presidência, não obstante sua proximidade com o “Centrão” e com o mundo do dinheiro.

Não é por incapacidade política, é justamente pelo que o caracteriza politicamente: Bolsonaro não reúne, Bolsonaro desagrega. Não quer construir personagens para a cena política, quer destruir os que existem e é por isso que só vão a seu curral os fanáticos ou os desesperados.

Não esperem que ele faça esforço neste primeiro turno: um ou outro vídeo, gravados tempos atrás e tapinhas nas costas dos menos expressivos.

Aparcerá, dependendo das circunstâncias ( e as circunstâncias não andam boas) em disputas do 2° turno, onde candidatos conservadores precisarão de seu contrapeso de votos para disputar a segunda volta da eleição.

Por isso sequer brigou para formar o tal “Aliança pelo Brasil”.

Ele só tem um partido. o do seu núcleo familiar e só uma plateia, a sua seita fanática.

 

 

Fernando Brito:
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