O “caridoso” bolsonarista que suspendeu a doação de marmitas a uma senhora carente, na cena que viralizou na internet, não é, afinal, em nada diferente de seu ídolo, Jair Bolsonaro.
Ou o que as imagens registram não é o mesmo que faz o atual presidente quando cria um auxílio que dura até as eleições e que o retira na proposta de Orçamento da República no final do ano, quando os votos que deseja já estarão capturados ou, se não vierem, é de gente que volta a ter a mesma desimportância que sempre tiveram em seu governo do “e daí?”.
A diferença é que aquele cidadão traduz isso de uma forma direta e chocante, explícita até aos que têm os olhos fechados, a fazerem dormir suas consciências.
A repulsa aos pobres, sempre uma marca de Jair Bolsonaro, corre solta nas redes, hoje, com aquela cena.
Não é, reconheça-se, o que acha legítimo a parcela da classe média que apoia o atual presidente, mas justamente por isso revela a estes eleitores com que gente má e desumana estão se metendo.
Para frustração de Bolsonaro, o conselho dado por seu adepto àquela mulher vai ser seguido: os pobres brasileiros vão, sim, pedir a Lula, como ele sugere.
Comida é direito de todos, não é um cabresto eleitoral.