Importante a reportagem de O Globo sobre Relatório da Riqueza Global, publicado anualmente pelo Credit Suisse, que analisa o comportamento da renda das camadas mais ricas da população.
Ou melhor, entre o famoso “1% mais rico” do povo de cada país.
E o retrato do Brasil é o de um pesadelo que só se agrava, e em velocidade cada vez maior.
Pioramos muito: o 1% mais rico já detinha, no ano passado, a metade (49,6%) da renda nacional.
Em uma década, engoliu para si quase 10% a mais nos valores gerados no país.
Muito, é verdade, ocorreu nos governos petistas mas, como a renda nacional aumentava, isso era menos perceptível.
Agora, com o país mais pobre, isso segue e fica dramático.
No texto da reportagem:
Ao mesmo tempo em que foi o país onde o topo da pirâmide mais avançou na fatia da riqueza nacional, o Brasil foi também o local com maior queda na renda e no patrimônio total da população, segundo o levantamento do Credit Suisse. No conjunto da população, a riqueza encolheu US$ 839 bilhões no Brasil em 2020, muito devido à desvalorização do real, que superou 20% de queda. Ou seja, todos os brasileiros ficaram mais pobres, mas entre os ricaços este tombo foi menor.
É inevitável que o país tenha de passar por uma reforma tributária de verdade, não estas mistificações burocráticas que se vem discutindo, que não onere a produção mas taxe os ativos patrimoniais e a transferência da renda empresarial para as fortunas pessoais.