O campeonato de “ódio a Lula”

Moro começou, diz a Folha, sem muito sucesso o seu “cata-cata” de apoios a uma candidatura presidencial, ao que parece ainda um teste para saber se sai em voo solo.

Será mais um a querer beber na tijela do ódio a Lula, na qual Jair Bolsonaro segue, com larga folga, sendo o principal comensal.

Moro e Ciro vão ter de disputar entre si para ver se crescem ao ponto de afastarem o “cão-capitão” do posto e, para isso, tendem a devorarem-se uns aos outros.

Nenhum deles quer ou pode ambicionar ao posto de rival de Bolsonaro por suas próprias forças e limitações.

Com Moro, Ciro não cresce no Sul nem em São Paulo; com Ciro, Moro não cresce no Nordeste e não chega a todo o seu potencial em São Paulo. Doria não dá sinais de crescer com eles ou sem eles, isto se sobreviver à sabotagem interna do PSDB.

E, convenhamos, dois cúmplices de Bolsonaro na eleição de 2018 e um omisso não são propriamente um elenco de onde se vá extrair um superantibolsonaro.

A competição entre eles é, está evidente, por quem será o mais antilula, sentimento com o qual contam para ir ao segundo turno.

Por isso você não vê eles disputarem entre si, embora seja o que façam.

Ciro é o que mais tem a perder com a candidatura do ex-juiz, se ela confirmar-se. Há uma parcela de seus potenciais eleitores que ainda resiste em fazer causa comum com a direita, o que será inevitável.

 

Fernando Brito:
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