A Folha publica hoje que a montadora chinesa Chery “vai atender ao chamado do governo federal para absorver os funcionários demitidos da GM em São José dos Campos (SP) no final do ano passado”.
Nunca falei nisso para não “melar” as negociações do Sindicato dos Metalúrgicos com a GM, mas esta história vem de longe.
Assim que Brizola Neto assumiu, a GM procurou o Ministério do Trabalho para comunicar que faria perto de 2 mil demissões.
O Governo tinha acabado de anunciar um pacote de incentivos à indústria automotiva.
Ficou um clima meio saia-justa na reunião porque, presente, entrei meio de sola para dizer que o Governo tinha todo o direito, depois das decisões que tinha tomado, de receber muito mal a posição da GM.
Alguns acharam estranho: onde já se viu Governo contrariar uma gigante automobilística?
A GM ou qualquer outra empresa tem o direito de demitir. E um governo sério tem o dever de, quando se faz isso, não ficar, como dizem lá no Rio Grande do Sul, “mostrando as canjicas” para ela.
A conversa que a relação com o sindicato dos metalúrgicos da cidade é ruim é meia-verdade, ou bem menos que isso.
O problema é que a empresa desativou linhas de montagem de modelos antigos e instalou a de novos em outra cidade.
E foi ali, logo depois desta reunião, que começamos os entendimentos com a Chery para absorver estes trabalhadores.
Os dirigentes da montadora gigante chinesa e seus representantes aqui não ficaram de conversa fiada.
Desde então, assumiram o compromisso de absorver, preferencialmente, os trabalhadores especializados que a GM jogou fora.
Aqueles trabalhadores com qualificação, que vivem dizendo que não existem no Brasil…
Daqui a alguns meses eles vão estar produzindo carros do outro lado da Dutra, em Jacareí.
Como dizem, em chinês crise é oportunidade.
E a China não joga fora as oportunidades.
Muito menos uma das maiores oportunidades do mundo, chamada Brasil.
View Comments (12)
é isso e que essa gm perca qualquer incentivo do governo federal.já recebeu benesses demais.
Montadoras receberam muito e entregaram pouco, os lucros mandaram pra fora e aqui pagam a ajuda com desemprego.
Isso explica muito como o mundo está, chineses estão aí pra ficar.
Sou de São José dos Campos e, infelizmente, a classe mérdia daqui é tudo lambe-bota das grandes empresas. A GM pode pintar e bordar que os trouxas vão ficar contra a prefeitura (do PT) e sindicado (atualmente, controlado pelo PSTU). Mas, ainda bem, temos um governo federal atuante que ajuda a minimizar as palhaçadas neo-liberais.
Os carros chineses são completos com ar-condicionado, ABS, airbag, vidro elétrico, travas pelo mesmo preço de um Celta PELADO que a GM gosta de enfatizar que vem "adesivo decorativo na coluna" como se fosse um mega acessório! Vou comprar carro chines sim, e quando parar na sinaleira vou ver o cara no celtinha suando sem ar-condicionado no seu Chevrolet.
Se faltar peças....espera quanto tempo???
Eu tenho um Chery Face a cerca de 3 anos e nunca tive problemas, alias, na troca das pastilhas trocaram a pinça que teve desgaste precoce mas agiram pró ativamente e sem custos. A peça demorou uma semana para chegar mas conheço pessoas com carros da GM que também tiveram que esperar por peças por períodos iguais ou maiores. O carro não é nenhuma maravilha mas não deve nada aos "populares" vendidos no Brasil.
A Cherry já tem fábrica no Brasil.
O Brasil é uma grande oportunidade.
Mas não pode ser uma prostituta.
Não quero o país cheio de mão de obra estrangeira
principalmente nos cargos de chefia, diretoria, consultorias.
Passam-se os anos e eles continuam mandando em nossas fábricas.
O BRASIL tem que ser esperança e realidade para nossos jovens.
investir neles sempre...
Caro Fernando, a relação entre o sindicato dos metalúrgicos e as empresas em São José dos Campos não é ruim, é péssima. Esse sindicato é dirigido pelo pstu/conlutas há mais de 15 anos. Sua direção faz oposição ferrenha contra o governo federal e vive metendo o pau no PT, mas quando precisa corre pedindo ajuda aos parlamentares petistas e ao governo.
Em 2008, o sindicato radicalizou e rejeitou fazer acordo com a GM. Eles preferem prejudicar os trabalhadores do que ir contra suas convicções doutrinárias. Seus dirigentes ainda rezam a cartilha troskista.
A guerra fiscal que existe entre os Estados, bem como as isenções de nível federal deveriam desonerar as montadoras com condições claras, como a de manter o mínimo de X empregados por pelo menos X anos, sob pena de pagar todos os tributos desonerados retroativamente.
Não comprem mais carros da GM!!!