Para alguma coisa serviu o massacre de professores no Paraná.
Deixou mais transparentes as opções políticas que se descortinam para os brasileiros.
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PML: O CASO PARANÁ E A GRANDE REPRESSÃO TUCANA
Os governadores do PSDB “têm acumulado recordes macabros em confrontos com a população”, afirma Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, depois de descrever a violência da Polícia Militar do governador Beto Richa contra professores como “uma vergonha que não será esquecida tão cedo”; segundo ele, “o que se passou no Paraná foi um episódio muito grave, que não deve ser visto com um caso isolado”; PML cita o governador Geraldo Alckmin e a repressão dos protestos iniciais contra aumento da passagem de transporte de 2013, em São Paulo; “Para um partido que quer eliminar a CLT, nada mais apropriado do que assumir o lema da República Velha, onde a questão social era um caso de polícia”
3 DE MAIO DE 2015 ÀS 14:01
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog e no site Brasil 247.
Trinta anos depois do fim da ditadura militar, chegou a hora de os brasileiros acertarem o relógio a respeito dos métodos de governo do PSDB e o tipo de futuro que planeja para o país. Embora seus fundadores tenham participado da luta pela democratização, os governadores do PSDB têm acumulado recordes macabros em confrontos com a população.
Com pit-pulls, helicópteros, balas de borracha e bombas de gás, a brutalidade da Polícia Militar do governador Beto Richa é uma vergonha que não será esquecida tão cedo. Mais de 200 pessoas foram atendidas nos hospitais da região, numa mobilização que procurava, essencialmente, impedir que a Assembléia Legislativa, controlada pelo governo, legalizasse uma apropriação inacreditável do ponto de vista social: colocar a mão no fundo de pensão da aposentadoria dos professores para cobrir um rombo nas contas do Tesouro estadual. Não estamos falando daquelas operações contábeis — chamadas pedaladas –, praticadas por todos os governos federais depois que o país adotou a Lei de Responsabilidade Fiscal. O caso, no Paraná, era tungada mesmo.
“O centro de Curitiba transformou numa praça de guerra,” afirma Carmen Helena Ferreira Foro, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores, presente aos protestos — onde teve de ser medicada por causa de um ferimento no braço, produzido por uma bomba. “Foram duas horas de tiroteio, uma insanidade ” diz ela.
O que se passou no Paraná foi um episódio muito grave, que não deve ser visto com um caso isolado. Em São Paulo, principal laboratório político tucano do país, Geraldo Alckmin transformou a repressão policial em instrumento regular de intervenção política. Estudantes universitários que ousam cometer atos de protesto — e mesmo gestos mais insolentes, próprios de seus hormônios políticos — são reprimidos e perseguidos judicialmente, arriscando-se a cumprir longas suspensões que podem atrasar e até impedir a formatura, com prejuízo para os cidadãos que, dentro ou fora das universidades, pagam pelo ensino público através de impostos.
A repressão violenta dos protestos iniciais contra aumento na passagem de transporte público de 2013 será inesquecível por ter provocado uma revolta nacional, mas não serviu de lição. Em janeiro, um novo protesto contra o aumento de passagens foi atacado de forma violenta pela PM, reação desproporcional diante de uma vidraça quebrada. Indo mais para trás. Alguém esqueceu Pinheirinho?
Essa opção repressiva não acontece por um “descuido”, “excesso” ou “erro.” É uma decorrência da conversão do PSDB à doutrina mais radical da economia de mercado. Este processo levou o partido a abandonar compromissos com a negociação de políticas de bem-estar social que marcaram seus anos iniciais, trocando o papel que Mário Covas exerceu na Constituinte, como guardião dos direitos sociais, pelo objetivo que Fernando Henrique se colocou na posse presidencial, em 1994, de encerrar a Era Vargas. Em seu governo, FHC inaugurou o novo período ao colocar tanques do Exército nas ruas para enfrentar um protesto de petroleiros que queriam impedir a privatização da Petrobras.
Na nova etapa ideológica, a negociação de conflitos e a barganha entre interesses sociais divergentes, típica das sociedades democráticas, tornou-se inconveniente e disfuncional. Por isso, faz-se o possível para evitar negociação e qualquer tipo de concessão que possa servir de estímulo a novas mobilizações. A ideia é mostrar que as decisões são tomadas de cima e não deve haver esperança de que possam vir a ser modificadas — o que explica a recusa do Palácio dos Bandeirantes em sequer marcar um audiência de professores às vésperas de completar dois meses em greve.
Ao contrário do discurso exportado pelos republicanos norte-americanos, apontando para elementos de caráter libertário na opção pelo mercado, a experiência prática demonstra que ela cobra um culto à ordem.
Procurando avaliar a teoria e a prática liberal na obra Décadas de Espanto e uma Apologia Democrática, publicada em 1998, no final do primeiro mandato de FHC, o professor Wanderley Guilherme dos Santos lembra que “depois de criado, o Estado liberal transforma-se no estado em que a hegemonia burguesa não é seriamente desafiada. Trata-se de um estado cuja intervenção em assuntos sociais e econômicos tem por fim garantir a operação do mercado como o mais importante mecanismo de extração e alocação de valores e bens.”
Neste esforço para separar a realidade liberal do discurso liberal, o professor esclarece: “Não é de modo algum um Estado não intervencionista. Muito pelo contrário, o Estado liberal está sempre intervindo, a fim de afastar qualquer obstáculo ao funcionamento ‘natural’ e ‘automático’ do mercado.”
Entre os principais obstáculos que atrapalham esse funcionamento ‘natural’ e ‘automático’, encontram-se a a política econômica e a política trabalhista, que devem ser “completamente revistas e modificadas.”
Não chega a espantar, assim, que o PSDB, num esforço para ajustar as leis sociais à nova ordem, tenha assegurado os votos que garantiram a aprovação, na segunda votação da Câmara, do PL 4330.
É coerente, vamos combinar. Para um partido que quer eliminar a CLT, nada mais apropriado do que assumir o lema da República Velha, onde a questão social era um caso de polícia.
Com alguma imaginação é possível entender como a peça da repressão se encaixa em outra parte do jogo, aquela que estimula a judicialização da atividade política, questionando a soberania popular em nome da palavra final da Justiça.
Não é difícil entender o que está acontecendo, certo?
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De acordo. Já se deixou escapar em reunião mesmo, que a custo de atendimento social no Brasil seria inaceitável pelo mercado, já que o numero de pessoas eh imenso, então, cercar favelas, matar pobres que estão sobrando, aprovar a maioridade penal que reduzira o custo de melhorar as escolas, desmontar a CLT,enfim, o custo de civilizar não faz parte do plano do PSDB recebido - e acordado- do Capital.
Em resumo, solução do PSDB para acabar com a pobreza no Brasil: Exterminar os pobres.
A SEMANA DE M... DO PSDB
Chega ao fim uma semana para o PSDB esquecer para sempre; na quarta-feira, o governador paranaense Beto Richa promoveu um massacre contra professores em Curitiba, que envergonhou o Brasil e repercutiu na imprensa mundial; do presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (PSDB-MG), não se ouviu um mísero comentário, o que despertou indignação até no Globo, em que Jorge Bastos Moreno falou em "silêncio ensurdecedor" e Ricardo Noblat resumiu tudo com um "perdeu, playbou"; Aécio preferiu fazer companhia, no Primeiro de Maio, ao sempre "elegante" Paulinho da Força, que chamou a presidente Dilma Rousseff de "desgraçada"; além disso, duas denúncias, uma da Folha e outra de Época, contra Lula e João Santana, foram desmontadas em menos de cinco segundos; para completar o quadro grotesco, o jovem Kim Kataguiri, pretenso líder do Movimento Brasil Livre, que promoveria o impeachment de Dilma, decidiu mostrar a bunda flácida a um repórter que queria questioná-lo; é, deu merda
3 DE MAIO DE 2015 ÀS 18:39
(...)
FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/179356/A-semana-de-m-do-PSDB.htm
Quem governava o Pará no massacre de Eldorado de Carajá?
Sr. Joaquim fui consultar via internet a resposta: quem Governava o Estado do Pará era o Sr. Almir Gabriel (PSDB).
Como sempre um tucano envolvido nas atrocidades.
É importante que os 31 deputados traidores dos povo do Paraná estão recebendo as devidas "honras" nas suas respectivas cidades.
O movimento dos Professores teve eco nos estádios no Paraná.
Em Lodrina na decisão do interior um jogador mostrou um cartaz contra o Beto Richa e a torcida foi a loucura.
Ontem a torcida do Atlético-PR cantou contra o Beto Richa.
Hoje na final do paranaense as torcidas do Coritiba e do Operário de Ponta Grossa cantaram a plenos pulmões "Fora Beto Richa o Paraná não precisa de Você" entre outros não publicáveis.
Só para lembra as cidades de Curitiba, Londrina e Ponta Grossa deram votações maciças a Beto Richa e Aécio.
Hoje o presidente do PSDB e ex-presidente da Assembléia o deputado federal Rossoni pediu a cabeça do secretário de educação e do secretário de segurança o Pitbull Franschiquini, o Bolsonaro do PR, como forma de salvar a cabeça do Beto Richa.
Outro dado importante é que a maioria dos professores votaram e fizeram campanha nas redes principalmente no Face para o Beto Richa. E agora esses mesmos professores não consegue nem ouvir falar no nome do Beto Richa sem começar a descer a lenha no governador.
Na minha cidade e em outras também os professores e populares estão fazendo vigia na frente da casa do deputado.
O próximo passo será pressionar as câmaras de vereadores principalmente aonde existe deputados e também os prefeitos. A ideia é quebrar a bancada de deputados do Beto Richa, também já conhecida como bancada do camburão.
Ou seja pela primeira vez todos os deputados estaduais estão sendo cobrados pelos seus eleitores, os financiadores de campanha já não tem mais o monopólio de cobranças sobre o mandato dos deputados. As coisas mudam.
Falta agora a cobrança ao Moro, para ver se n paraná há justiça de verdade pois o que estamos vendo é uma caça as bruxas, como se somente o PT fosse o partido mais corrupto do páis. Infelizmente, a nossa imprensa e nossa justiça tão zelosos contra o PT, deveriam olhar também para atrocidades e roubalheiras patrocinadas pelo PSDB né não? Esse juizinho é o mesmo do Banestado e o Yusef já fez acordo de delação premiada a esse mesmo juiz, quando estourou o escândalo com a promessa de não roubar mais. O dito popular diz, pau que nas ce torto morre torto. Passados os anos, onde vamos reencontrar o impoluto yusef? Na lava jato. Fazendo o que? Roubando a Petrobrás e pra quem? Para os mesmo partidos envolvidos no Banestado. Assim, fica difícil acreditar que nesse país existe justiça.
Brito de quem era mesmo o governo do Pará , quando do massacre de camponeses? Que ficou mais conhecido como massacre do eldorado? Nao era Tucano?
Meu palpite é que os professores vão tomar a Assembléia Legislativa ainda essa semana e só vão depois do Beto Richa.
Enquanto isso....por rixa (ou Richa?), FHC chama o povo brasileiro para cuspir, jogar bosta e espancar o maldito do Lula....
... e mais um caso de truculência policial:
A cliente Cláudia Vieira Moss informou possuir metal implantado no braço e após cumprir as solicitações do segurança para passar várias vezes no detector de metal, ainda assim foi impedida.
Ao acionar socorro policial, a fim de ter seu direito assegurado diante da relutância do gerente da agência, vejam o que este soldado da polícia militar fez.
Vídeo: Rádio Família
https://vimeo.com/126798684
Aos que educam:
¨Vozes Caladas¨
Sob a verde copa dos alto pinheiros,
o sangue rubro manchou a cidade.
Pois a tirania que assombra os brasileiros,
deu testemunha viva da insanidade.
Como se pode querer liberdade?
Se o peso bruto do poder atroz.
Impõem a todos em sua crueldade,
silêncio estéril, dos que perderam a voz.
Assim foi, que os educadores,
foram servidos como simples repasto.
Aos braços servis dos legisladores,
e a guarda pretoriana do poder nefasto.
Mas não pode a força, ainda que bruta,
calar as vozes que devem falar.
Nem o vil tirano, impedir a luta,
dos que maltratados preferem educar.
J. Guazzelli