O caso PF-Estadão: o retrato da formação de quadrilha entre polícia e mídia

A manchete do Estadão de hoje, não foi desmentida apenas pela nota divulgada ontem à noite pelo Instituto Lula, que reproduzo ao final.

Foi desmentida pelo próprio documento que deu origem à sua publicação: as declarações de Lula ao delegado da Polícia Federal, cujas indagações a Lula nem precisariam ser feitas porque, sem qualquer elemento senão suposições, é impensável obter alguma informação neste tipo de depoimento.

A coisa chega ao absurdo – além dos citados pelo ex-presidente – de Lula ser indagado – vejam bem! – sobre um “documento” de um suposto lobista onde “há uma solicitação dos trabalhadores da indústria aeronáutica sueca para que o declarante (Lula) manifestasse seu apoio à contratação da SAAB (fabricante dos Gripen) junto à Presidenta Dilma Rousseff”.

Francamente, em que isso serve a uma investigação policial?

É tão “legítimo” imaginar – veja que maravilha, um delegado de polícia e uma redação de jornal que se contentam em imaginar – que a contratação do “filho do Lula” (porque é  só por isso que o negócio provoca interesse), dois anos depois, pela empresa deste fulano fosse o pagamento de propina – além do mais irrisória e desproporcional diante de um negócio de quase R$ 30 bilhões – fosse pagamento pelo “lobby” dos sindicatos suecos.

E tratar como “combinação” uma visita de um governador de Estado (Eduardo Campos) e do presidente de uma grande montadora (Clodomiro Belini, da Fiat) pedindo, que fosse, a prorrogação de uma legislação (dos tempos de FHC, aliás) o que tem de ilegítimo.

Não tem, mas tem de ter.

A mente deformada da Polícia Federal e da mídia conservadora funciona assim: “já temos o criminoso, vamos encontrar o crime ou algo que possa se parecer com crime”.

É a lógica da ditadura, bem exposta pelo jurisconsulto Merval Pereira, ontem.

Que só não ofende aos fascistas e aos covardes, hoje sobrando neste país.

A nota do Instituto Lula:

Estadão distorce depoimento de Lula

Em sua desesperada campanha para envolver o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em atos ilícitos que jamais foram cometidos, O Estado de S.Paulo voltou hoje (22) a manipular informações sobre a edição de medidas provisórias dirigidas ao desenvolvimento regional.

Lula jamais admitiu que tenha havido “compra de MPs” em seu governo ou que tenha tratado com lobistas sobre sua edição. O que ele chamou de “coisa de bandido” foi uma suposição levantada pelo delegado, que pediu a Lula para formular juízo sobre uma palavra “no sentido pejorativo”.

Isso fica bem claro na leitura do depoimento prestado por Lula ao delegado Marlon Cajado na condição de informante (nem como testemunha, nem como investigado) em 6 de janeiro deste ano, páginas 5 e 6:

(…) apresentado ao Documento 04, o qual trata de trecho encontrado em material computacional do escritório da Marcondes e Mautoni, que trata da MP 512/2010, afirmando que, “a MP foi combinada entre o pessoal da Fiat, o presidente Lula e o governador Eduardo Campos, e perguntado se a informação procede, o declarante [Lula] diz que “combinação”, nesse sentido pejorativo, é “coisa de bandido” e que não ocorreu, esclarecendo que se reuniu algumas vezes com o então governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, o qual levou Beline [Cledorvino Belini, presidente da Fiat América Latina e presidenta da Anfavea de 20 10 a 2013], não se recordando se ele estava na condição de representante da Fiat e/ou de presidente da Anfavea, e que foram esclarecidos os benefícios da construção da fábrica da Fiat em Pernambuco (…)

No mesmo depoimento, Lula esclareceu que as MPs 471/2009 e 512/2010 foram debatidas com governadores, líderes políticos, sindicais e empresariais dos Estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, para prorrogar e estender a novos projetos os incentivos fiscais estabelecidos desde 1997 e 1999 às indústrias automotivas e de autopeças nestas regiões.

Desde 1o. de outubro de 2015, O Estado de S. Paulo vem tecendo uma rede de desinformação sobre estas MPs, sonegando ou falseando dados sistematicamente, em prejuízo de Lula, de seus familiares e dos leitores. A obsessão do jornal é vincular a edição das MPs (ou qualquer ato do ex-presidente Lula) a um suposto favorecimento a empresas e escritórios de lobby e consultoria.

Mesmo tendo sido informada que a empresa LFT, de Luiz Cláudio Lula da Silva, só foi contratada para prestar serviços à Marcondes e Mautoni em 2014, a reportagem do Estado omitiu deliberadamente este fato e associou o contrato à MP editada em 2009, cinco anos antes.

Exposta publicamente esta incongruência, o jornal tentou vincular o contrato à compra dos caças suecos Grippen, decidida pelo governo brasileiro em dezembro de 2013, quando Lula não era mais presidente da República.

As duas hipóteses foram negadas por Lula, por serem absurdas, como se pode conferir na íntegra do termo de depoimento do ex-presidente à Polícia Federal, que está ao final desse texto.

As notícias manipuladas do Estadão levaram o jornal a acreditar em seus próprios delírios, a ponto de afirmar que “o esquema (de compra de medidas provisórias), que resultou na Operação Zelotes, foi revelado numa série de reportagens do Estado em outubro”.

Só Que Não

A Operação Zelotes foi deflagrada em março de 2015, a partir de investigações iniciadas em 2013, que apontaram o favorecimento de grandes empresas (inclusive do setor de comunicação) em decisões do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Os desvios seriam da ordem de R$ 19 bilhões.

A partir da “série de reportagens” do Estadão, como num passe de mágica, a Operação Zelotes se transformou numa devassa em torno do contrato da LFT com a Marcondes e Mautoni, e o desvio de R$ 19 bilhões sumiu do noticiário. A manipulação de hoje no portal do Estadão é mais um nó nessa teia de intriga e desinformação.

Leia, abaixo, a íntegra do depoimento:

Fernando Brito:

View Comments (26)

  • Quem é e quem foi Carlos Fernando Lima

    sab, 23/01/2016 - 09:55

    HOJE ELE É ASSIM:

    247
    Procurador da Lava Jato diz que MP da Leniência é 'anistia a corruptos'

    O procurador Carlos Fernando Lima, um dos coordenadores da Lava Jato, comparou a MP 703, que permite acordos entre União e empreiteiras, à lei de repatriação de capitais; "A urgência da MP da leniência só existe para evitar a aplicação de inidoneidade contra as empreiteiras. Elas têm muito a falar sobre o próprio governo. Portanto, tem dedo do governo, tanto na repatriação, quanto nessa MP", disse ele; o governo alega que os acordos, após o pagamento de multas pelas empresas, visam preservar empregos
    23 de Janeiro de 2016 às 07:01

    Paraná 247 – Em entrevista aos jornalistas Renato Onofre e Thiago Herdy, publicada no jornal O Globo, o procurador da Lava-Jato Carlos Fernando dos Santos Lima, de 51 anos, voltou a criticar a Medida Provisória 703, que permite acordos de leniência entre a União e o governo federal.
    "Sempre soubemos que, a longo prazo, as elites vão se compor de maneira a reduzir prejuízos que tiveram nessas operações. É o caso das legislações que vêm a posteriori. A MP 703 e a lei da repatriação são exemplo disso. A repatriação vem sendo falada desde o caso Banestado. É uma medida para socorrer as elites", disse ele.
    Segundo ele, a MP 703 cria um incentivo à corrupção. "As medidas passam o recado de que este é um jogo que vale a pena ser jogado. Vale a pena ser corrupto no Brasil porque, ao final, nossa Justiça é lenta, nossos processos são intermináveis e, além de tudo, se nada disso der certo, você vai no governo e resolve o problema com uma nova lei."
    Ele afirma ainda ainda que há o "dedo do governo" para salvar empreiteiros. "A urgência da MP da leniência só existe para evitar a aplicação de inidoneidade contra as empreiteiras. Elas têm muito a falar sobre o próprio governo. Portanto, tem dedo do governo, tanto na repatriação, quanto nessa MP."
    O governo federal alega, no entanto, que os acordos de leniência só são assinados após o pagamento de multas pelas empresas e visam preservar empregos. Além disso, não atingem os processos penais contra os executivos envolvidos em corrupção.
    Lima também negou violações de direitos na Lava Jato, como foi apontado por um manifesto de advogados. "Tivemos mais de 700 habeas corpus e recursos julgados, nem 10% foram concedidos, acho que nem 1%. A Lava-Jato está fazendo com que o Brasil tenha um caminho da punição para quem cometeu crimes."
    Ele também negou que delatores estejam sendo incentivados a falar o nome do ex-presidente Lula. "Não creio que seja verdade, pois desconheço uma colaboração onde o ex-presidente tenha sido citado expressamente. Portanto, ela (a afirmação) é injusta. E nem sei também se ele poderia saber das delações, já que a maior parte delas está.

    ANTES ELE ERA ASSIM:

    ISTOÉ[(Edição de setembro de 2002)]
    Propinoduto
    | N° Edição: 1771 | 10.Set.03 - 10:00 | Atualizado em 23.Jan.16 - 09:33

    As provasCPI do Banestado investiga conduta de procurador que apura lavagemAmaury Ribeiro Jr. ? Curitiba e Sônia Filgueiras

    A primeira vítima da CPI do Banestado no Congresso não é caça, e sim caçador. Encarregada de investigar a evasão de US$ 30 bilhões por intermédio do banco estadual paranaense, a CPI recebeu na última semana documentos aos quais ISTOÉ teve acesso comprovando que, entre 1995 e 2001, Vera Márcia dos Santos Lima, então mulher do procurador da República do Paraná Carlos Fernando dos Santos Lima, trabalhava no Banestado, como revelou a revista na última edição. Durante boa parte desse período, o marido-procurador já participava da força-tarefa encarregada de investigar o esquema de lavagem no Banestado e outros bancos, bem como o envolvimento de clientes e funcionários em atividades ilegais. Integrantes da CPI do Banestado também decidiram investigar o comportamento de Santos Lima durante seu depoimento à comissão no dia 24 de julho, junto com outros três colegas. Diante das perguntas dos deputados Moroni Torgan (PFL-CE) e Robson Tuma (PFL-SP), se tinha conhecimento da notícia de que alguma autoridade encarregada de investigar o caso teria um parente no Banestado, Santos Lima escondeu o fato de ter sido casado com uma funcionária do banco.
    Em sua ficha funcional, consta que Vera Márcia trabalhou em dois dos principais locais onde funcionava a lavanderia no Banestado. De acordo com os documentos, entre 1995 e 1997, quando ocorreu a maior parte das remessas irregulares para o Exterior, Vera Márcia, ainda casada com Santos Lima, trabalhava como escriturária no setor de abertura de contas da agência da Ponte da Amizade, em Foz de Iguaçu. A investigação da Polícia Federal sobre a evasão de divisas por intermédio do banco mostra que a maioria das contas de laranjas, usadas para mandar o dinheiro para o Exterior, foi aberta exatamente nessa agência. Em 1997, ao se mudar com o então marido para Curitiba, Vera Márcia caiu em um setor ainda mais estratégico da lavanderia: o Departamento de Operações Internacionais do Banestado, onde eram fechadas transações fraudulentas de câmbio. O funcionamento da área de câmbio foi relatado por ex-gerentes do banco em depoimentos à CPI da Assembléia Legislativa de Curitiba, que também investiga o escândalo. Segundo os ex-gerentes, os funcionários desse setor recebiam comissão para recrutar doleiros e pessoas interessadas em enviar recursos para o Exterior. Ainda de acordo com sua ficha funcional, Vera Márcia trabalhou no local até 2001. Em um e-mail enviado aos colegas na semana passada, Santos Lima disse que se divorciou de Vera em 2002. O próprio procurador também informa ter entrado no caso Banestado em 1997. “Esses fatos mostram que, além de mentiroso, esse procurador não tem mais condições de chefiar a força-tarefa do Banestado. Deve ser afastado imediatamente. Na época em que sua mulher trabalhava nesses dois setores ele devia se dizer impedido para investigar o caso. Isso mostra por que ele mentiu descaradamente para a CPI quando perguntado se tinha algum parente que havia trabalhado no Banestado”, afirma o deputado Eduardo Valverde (PT-RO).
    Reação – Na quinta-feira 4, Valverde protocolou na CPI requerimento convocando Santos Lima e Vera Márcia para depor na comissão. O deputado petista não é o único irritado com o comportamento do procurador. “Isso, para mim, é muito grave”, reage Moroni Torgan.“Se é assim, ele mentiu. Por quê?”, diz o deputado Robson Tuma (PFL-SP), que estuda o afastamento do procurador do caso, seu indiciamento pela CPI, sua reconvocação, junto com a ex-mulher, e a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos dois. O senador Magno Malta (PL-ES) apóia: “É preciso que o dr. Fonteles (Cláudio Fonteles, atual procurador-geral da República) troque esse procurador.”
    Senadores e deputados também ficaram indignados com uma outra informação publicada por ISTOÉ e confirmada pelo presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), quando relatou os resultados da viagem de integrantes da comissão, da PF e do MP a Nova York para buscar novos documentos sobre o caso: durante a reunião com os promotores americanos, Santos Lima chegou a colocar em risco o acesso da CPI a mais de 300 caixas de papéis sobre a movimentação de dezenas de contas milionárias que receberam dinheiro sujo do esquema Banestado. O procurador afirmou que o MP brasileiro não era obrigado a considerar provas ou conclusões de comissões parlamentares de inquérito.
    A história de Santos Lima mostra que o “instituto de suspeição”, instrumento em que uma autoridade se diz impedida de investigar um caso, não é mesmo o seu forte. No ano de 2000, estourou no Paraná o escândalo da venda irregular de ações do Sercomtel (empresa de telefonia pública de Londrina) para a companhia Paranaense de Energia. A transação envolveu a Banestado CTVM, corretora ligada ao banco estadual, e o Banco FonteCindam. A operação foi considerada fraudulenta pelo Tribunal de Contas do Estado. O TCE condenou ainda a contratação por cerca de R$ 2 milhões, sem licitação, do advogado Cleverson Merlin Cleve, encarregado de dar respaldo legal à transação. Advogado do ex-prefeito de Londrina, Paulo Belinati, cassado por corrupção, Cleverson é casado com a procuradora-chefe do MP Federal do Paraná, Marcela Peixoto, amiga de Santos Lima desde 1990, quando trabalhavam em Foz de Iguaçu. Esse laço de amizade, no entanto, não impediu que o procurador avocasse para si, por meio de portaria assinada no dia 16 de junho de 2000, o procedimento interno que apurava as irregularidades na compra de ações, em tramitação no MP de Londrina.
    História ainda mais intrigante consta do ofício interno nº 037/97, a cuja cópia ISTOÉ teve acesso, enviado no dia 15 de dezembro de 1997 a Santos Lima por seu colega de trabalho, Jaime Arnoldo Walter. No comunicado, Walter, que havia trocado de gabinete com Santos Lima, pede explicações sobre vários processos que teriam sumido de um armário. “Não fosse tal atitude por si inusitada, pude constatar também que os processos a que me referi de início foram sumariamente transferidos para local ignorado, sem qualquer critério de transporte ou armazenagem, fato que causará inevitavelmente prejuízo no exercício de minhas atribuições”, diz Arnoldo Walter a Santos Lima no documento. Curiosamente, um dos processos citados no ofício apura a participação de funcionários do Banestado numa quadrilha que falsificava guias de recolhimento de impostos. O processo foi encaminhado pela PF à Justiça, sem o acompanhamento do MP, em maio deste ano.
    Na defesa – A reação à reportagem de ISTOÉ, que movimentou a correspondência interna dos procuradores federais, foi liderada pelo representante máximo do órgão, o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. Em entrevista coletiva na segunda-feira 1º, Fonteles repetiu as explicações que recebeu de Santos Lima em um relatório. Reforçou que o procurador agiu de forma “perfeita” para resguardar a validade das provas e tentou minimizar o fato de que sua ex-mulher trabalhava no Banestado na época em que investigava o caso. Para Fonteles, esse fato não tem importância, já que Vera ocupava um simples cargo de escriturária. Ao defender o procurador, Fonteles argumentou que as denúncias do MP contra várias pessoas acusadas de lavagem de dinheiro, protocoladas em agosto desse ano, são a prova de que o procurador está atuando com rigor no caso. Santos Lima, no entanto, só começou a agir em março, depois de ISTOÉ denunciar o abandono das investigações e quando já havia sido a instaurada a CPI na Assembléia Legislativa. Na última semana, Santos Lima, que responde, com mais outros quatro procuradores, a processo por uso ilegal do dinheiro das diárias, anunciou que entrará na Justiça contra a ISTOÉ por se julgar prejudicado pelas reportagens sobre o Banestado.

  • A QUADRILHA POLICIAL-MIDIÁTICA...
    JÁ DECIDIRAM QUE LULA É CRIMINOSO. AGORA VÃO PROCURAR QUAL FOI O CRIME COMETIDO!
    ORA BOLAS... QUANTA INCOMPETÊNCIA! SE NÃO ACHAR, INVENTA...
    ISSO É BRASIL!!!

  • Enquanto o povo brasileiro nao se conscientizar, entender o que e a lava jato, continuaremos uma colonia! porque e tao dificil, qualquer um pelo menos discutir se informar , . o que e que o brasileiro tem medo de falar? escrever? pelo menos opinar?

    Embaixador Samuel pede atenção máxima para Lava Jato

    http://www.brpopular.com.br/desc_noticias.php?id=438

    • Samuel Pinheiro Guimaraes
      (Veja íntegra do texto da Carta Aberta dos Advogados, abaixo do vídeo

      Neste vídeo, Cibele Laura, de Mogi das Cruzes, explica que “faz parte do projeto de perpetuação colonial destruir empresas nacionais, que tenham tecnologia e sejam grandes lá fora”. “Assim, diz ela, “empresas estrangeiras entram no país e dominam setores dos quais cabem apenas aos interesses nacionais a sua defesa e desenvolvimento. Nossa justiça é curva aos interesses dos EUA. A Operação Lava-Jato tem como objetivo não só enfraquecer a Petrobras, mas também atingir a empreiteira ligada ao projeto de defesa da Amazônia azul, cujo pré-sal se encontra”.
      https://www.youtube.com/watch?v=LPfDLzUkkw0

      • Titus, obrigado pela indicação do vídeo. Entendi perfeitamente qual a função da Lavajato

    • A QUEM INTERESSA ATRASAR OS PROGRAMAS ESTRATÉGICOS BRASILEIROS?

      por Narciso Alvarenga Monteiro de Castro*

      Em 14 de junho de 2012 foram comemorados os trinta anos do fim da Guerra das Malvinas entre o Reino Unido e a República Argentina, que, como todos sabem, terminou com a rendição dos soldados argentinos em Porto Stanley.

      Foi a primeira “guerra tecnológica” e precedeu outra, a Guerra do Golfo, onde os artefatos high-tech puderam ser demonstrados aos olhos do mundo e em tempo real.

      Para nós, brasileiros, as lições mais importantes do conflito, além de testemunhar o heroísmo dos soldados portenhos e principalmente de seus pilotos de caça, foram: os Estados Unidos (e de resto a Europa) se alinham automaticamente aos seus e um submarino de propulsão nuclear deixa fora de ação toda uma esquadra convencional.

      Um pouco antes, a Marinha do Brasil já ensaiava os primeiros passos buscando o domínio do ciclo atômico, com os Almirantes Maximiano da Fonseca, Mário Cezar Flores, Álvaro Alberto e, principalmente, o Vice-Almirante Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva.

      Para um país de larga extensão costeira, fica claro que a estratégia baseada na dissuasão é a mais eficaz. Os primeiros submarinos da esquadra foram adquiridos em 1914 de procedência italiana. A tradição de construção de navios em nossas terras vem antes de 1808, com a chegada de D. João VI e nunca foi interrompida, apesar dos altos e baixos.

      Hoje, o país pode se orgulhar de dominar a sensível tecnologia da construção de submarinos ou submersíveis, adquirida da Alemanha. Mais recentemente, um acordo estratégico assinado com os franceses deu um passo além: a aquisição de tecnologia para projetar submarinos, que ao final, capacitará o país a lançar o seu primeiro submarino de propulsão nuclear.

      Um submarino convencional é movido a motor diesel e baterias. Segundo o Contra-Almirante Othon tal embarcação não passa de um jacaré ou uma foca, fácil de ser abatida. A explicação é simples. Para submergir, os motores precisam ser desligados, pois produzem gás, que não teria como ser expelido devido a maior pressão.

      Então, o tempo que um submarino convencional pode ficar escondido (stealth) é o tempo de duração de suas baterias, uns poucos dias. Ao subir à superfície, para recarregar as baterias e o ar, pode ser facilmente abatido, pois, além disso, é muito lento.

      Um submarino de propulsão nuclear pode ficar meses embaixo da água, o tempo que os seus tripulantes aguentarem sem sofrer um colapso nervoso. É muito mais rápido, devido ao seu propulsor, um reator atômico, que utiliza urânio enriquecido a 20%, o U-235.

      Fica clara a opção escolhida pelos que pensaram a Estratégia Nacional de Defesa (que não pode ser separada da Estratégia Nacional de Desenvolvimento).

      Somente cinco países constroem submarinos com propulsão nuclear: Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia, todos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

      Apenas três países dominam todo o ciclo do combustível atômico e possuem reservas de urânio: os Estados Unidos, a Rússia e o Brasil.

      Nosso país tem mais de 300 mil toneladas de urânio em suas jazidas, sendo que somente um terço delas foi prospectada. O consumo hoje é de mil toneladas/ano, o que seria suficiente para mais de 300 anos de fornecimento.

      O Brasil na década de 80 assinou um tratado de salvaguardas com seu vizinho argentino. Foi um tratado equilibrado, pois previa reciprocidade. Muitos anos depois, foi obrigado a assinar um tratado de não proliferação nuclear, no final do governo de Fernando Henrique, visivelmente desequilibrado, pois só previu obrigações para o lado brasileiro, sem nenhuma contrapartida das grandes potências.

      Tentam fazer que o país assine um “protocolo adicional” que pode significar que o país abra sua tecnologia nuclear aos estrangeiros. Nenhum país do mundo fornece ou vende tecnologia nuclear sensível, como ficou claro no acordo nuclear Brasil-Alemanha na década de 70 do século passado, aliás, ainda em vigor.

      Por tudo isso, soa muito estranha a prisão do Vice-Almirante R1 Othon Luiz, ocorrida na chamada 16a fase da Operação Lava Jato, por supostos recebimentos de 4,5 milhões de reais, na construção da Usina Angra 3.

      Othon já foi investigado pelas próprias Forças Armadas e foi inocentado na década de 90, sendo certo que diversos comandantes militares não simpatizavam com seus projetos ou seus métodos.

      Some-se a isto, a campanha contra a Petrobrás, que estava em franca expansão com as descobertas do Pré-sal, bem como a prisão do Presidente da Odebrecht.

      O desenvolvimento do reator que equipará o subnuc brasileiro vai sofrer atrasos e os vinte técnicos terão que ser remanejados com o contingenciamento das verbas, devido a intensa campanha da mídia, que acompanha o desenrolar da Operação Lava Jato.

      O projeto do VLS (veículo lançador de satélites) vem sofrendo constantes abalos e até suspeita de sabotagem. O moderno avião transporte de cargas e tropas, o KC-390 da Embraer, também sofrerá atrasos, devido ao ajuste fiscal do governo Dilma.

      É inconcebível que um suposto combate à corrupção possa conduzir ao desmonte em programas estratégicos da nação. Seria até risível se pensar que americanos, russos ou franceses encarcerariam seus heróis, seus cientistas mais proeminentes, ainda que acusados de supostos desvios.

      Portanto, somente aos estrangeiros ou seus prepostos no país, pode interessar o atraso ou o fim dos programas estratégicos brasileiros. É mais que hora de uma intervenção do governo ou, no mínimo, uma supervisão bem próxima da nossa Contra Inteligência para a verificação do que realmente está por trás das investigações da PF (FBI? CIA?), MPF e dos processos a cargo da 13a Vara Federal de Curitiba.

      *Juiz de Direito do TJMG

  • Ontem, na Globonews o Gerson Camarotti, ficou uns 15 minutos dissertando s/ o envolvimento de Lula e de seu filho baseado na notícia do Estadão, dizendo como sempre que isso trazia enormes preocupações ao Palácio, e que Lula devia explicações para essas atividades ilícitas. Então as coisas ficam assim: É publicado uma grande Mentira ( diariamente) na nossa imprensa os idiotas ficam repercutindo e no dia seguinte quando desmentida nem um pio, fica tudo como se fosse verdade. Como não há justiça no Brasil , os fatos só são desmentidos em notas de blog não aliados a essa maldita imprensa brasileira .

  • Bom dia,

    com o perdão da palavra: então fodeu, pois benefícios dados ao longo da história por governos para instalação de empresa na área da SUDENE teria que ser investigada. Benesses, essas dadas por todos os governos, da ditadura, Sarney, Itamar, Collor, O presidente da NASA ( FHC - GÊNIO) e por fim Lula. Sem falar nós governos ESTADUAIS, que Aecio favoreceu aqui no meu querido estado de MG para instalação da ALPARGATAS, BIOLABOR e demais empresa. A PF tá procurando nada em lugar nenhum, não querem a verdade e quem fazer nada, só chora por grana. SE querem apurar mesmo vem em MG que tem coisa para todos os delegados do Brasil em 20 anos de maracutaia do PSDB.

  • O Wanderley era traído, mas queria fazer de conta que não. E você podia mostrar a foto da mulher dele entrando no motel com outro homem que ele respondia que eles podiam ter ido lá apenas para conversar, que ele perguntou e a esposa emitiu uma nota garantindo que é fiel, etc. Pois o Wanderlei virou petista. E agora ele acha que a "consultoria esportiva" do Lulinhazinho é algo muito normal: "o que tem demais copiar um texto da Wikipedia e vender por 3 milhões para dois advogados que ganharam dez vezes mais com decisões do pai do consultor? O que isso prova?" diz o Wanderley.

  • Eles estao articulados...Um dia e na globonews com o Gerson Camarotti ,no outro, e na Band com Fernando Mitre ,Fernando Mesquita -do estadao(?). Creio que a melhor maneira de tentar barrar essa onda fascista e processa-los em todas as materias mentirosas divulgadas na midia. Processem o jornal, o jornalista e as revistas e sites que divulgarem.

  • Se o filho do Lula quisesse se dar bem na vida deveria antes fazer um curso com o filho do FHC (Paulo Henrique) e saber como se ganha dinheiro de verdade, pois gastou cerca de 24 milhões de dólares em 2000, equivalente a 100 milhões hoje de dinheiro público para ir à feira de Hanover na Alemanha. O custo astronômico chamou atenção, pois o custo real e comprovado do estande não passou de 1,5 milhão... Com quem ficou a diferença entre 1,5 milhão e os 24 milhões que o governo desembolsou na época? Mas o MP não esta interessado pois isso não vem ao caso.

    • E isso ai renato arthur, mais nao se esqueca que o tal FHC faturou US100mi(RS400mi)na venda com o Menen da argentina...

  • Fernando: se a PF (do Zé) e o Judiciário querem saber detalhes da questão da compra dos teco-tecos de luxo adquirido pela Aeronáutica, por quê não interpelam, diretamente, o ministro daquela Arma, que deve ter todos e minuciosos detalhes sobre o assunto? Agora, se a questão reside em tão somente criar elementos, mesmo que superficiais, para o Dr. Moro expedir mandado de prisão ao presidente Lula, então a PF do Zé tá na trilha certa...

Related Post