O anúncio, feito agora há pouco por Barack Obama, de que os Estados Unidos vão esperar até que o Congresso delibere, para atacar a Síria é – a menos que seja uma pantomima para despistar o desfecho da ofensiva, já não se sabe onde pode ter chegado a degradação moral americana – um inesperado sinal de vacilação da mais belicosa nação da história.
É certo que, desta vez, ao contrário do que aconteceu no Iraque e, mais recentemente, na Líbia, os EUA não podiam contar com o apoio incondicional da Europa ou, como segundo caso (como já tinha ocorrido na antiga Iugoslávia. A derrota imposta ao primeiro-ministro David Cameron, no Reino Unido, por um parlamento que se recusou a aderir aos planos de um ataque imediato significa muito, porque os ingleses sempre foram incondicionais aliados dos anericanos em ações bélicas. Uma pesquisa divulgada hoje mostra que também na França, a opinião pública é francamente contrária a um ataque: 64%.
Muito mais significativa que a falta de um aval da ONU ou de seu Conselho de Segurança, que sempre foram desprezíveis na decisão dos EUA em fazer ou não a guerra.
O que talvez mais preocupe os Estados Unidos, neste momento, é que a instabilidade no Oriente Médio pressione ainda mais o mercado de petróleo, que está em desconfortáveis 107 dólares o barril, bem perto da marca recorde de 112 dólares, no estouro da crise de 2008.
A situação naquela região, ao contrário do que possa parecer, não é confortável para os americanos. O governo militar egípcio, sob forte contestação, não é aliado que se possa assumir sem reservas. O novo governo do Irã, uma possibilidade de distensionamento das relações com o país, já manifestou uma posição dura contra a intervenção militar. E, sobretudo, a Síria é um firme aliado da Rússia, que vem reagindo vários tons acima do que fez nas demais aventuras americanas.
Se os EUA tivessem a certeza de demolir o regime sírio com três ou quatro saraivadas de mísseis, já o teriam feito. Mas o regime de Bashar Al Assad, no momento em que ocorreu este bárbaro massacre de civis, vinha colecionando uma série de vitórias sobre os rebeldes, aliás uma das razões que faz muitos analistas independentes duvidarem que, nestas condições, fosse se expor à inevitável repercussão de um ataque químico em bairros da própria capital do país, Damasco.
O maior problema para Obama é que tão difícil quanto avançar na ofensiva é que ele foi tão longe que não atacar já é quase impensável para os americanos.
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Gerra então, já que não admitimos um retorno.
O site estadunidense mintpressnews.com e o site russo RT divulgaram matérias apontando que uma repórter free lance da Associated Press teria relatado que os rebeldes sírios teriam lhe confessado que causaram o "acidente" que ocasionou a morte de 1.400 pessoas por descuido no manuseio das armas químicas que teriam sido fornecidas pela Arábia Saudita. Vale a pena conferir (não coloquei o link porque as regras de utilização deste site não permitem).
você fica automaticamente a favor de tudo que vem do Governo sem questionar? A Bolívia não é um país sério.
Parabéns pelas palavras!!!
Parabéns David, você orgulha a mim, ao povo brasileiro e a maioria dos profissionais da saúde, que possem posição ética com a sua.
Este individuo e um debil mental, deveria estar inernado.
Postura, postura, postura. E o brasileiro morrendo aos montes nas filas.
São nórdicos, por isso q tem pouca melanina. rsrsrs